Natureza

Melhor fruta do mundo demora oito anos para dar primeiros frutos e custa R$200; conheça o mangostin

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Você conhece o mangostim, a fruta que lidera o ranking de melhores do mundo, também conhecido como mangostão ou mangustão? Poucos sabem dela, afinal, não é muito popular no Brasil.

No entanto, uma votação liderada pelo site Taste Atlas, autodenominado a “Enciclopédia dos Sabores”, acredita que é o melhor sabor da natureza.

O resultado não pegou o pesquisador Urano de Carvalho, da Embrapa Amazônia Oriental, de surpresa. Ele diz que, há muito tempo, já sabia que essa é uma das melhores frutas do mundo. Não é como a jaca, por exemplo, que divide opiniões. É muito difícil alguém não gostar de mangostim.

De acordo com ele, o sabor da fruta é adocicado, e a polpa é cremosa, com um leve toque de acidez. É incomparável, diz ele, acrescentando que a iguaria é feita para ser apreciada in natura, não rendendo bem em forma de suco, pudim, bolo ou sorvete.

Se você a colocar no congelador, ela vira um picolé. Se a comer à temperatura ambiente, ela terá a consistência de um pudim. No entanto, a casca possui uma resina que amarga. Por isso, deve ser manipulada com cuidado, e a polpa deve ser colocada diretamente na boca.

Via Globo

Sementes vieram de navio

A fruta tem suas raízes no Arquipélago Malaio, um conjunto de ilhas situadas no sudeste asiático. Suas sementes encontraram o caminho até o Brasil por volta de 1935, mais especificamente na Bahia, que foi o pioneiro na tentativa de cultivar a planta, embora sem êxito. Em 1942, um navio indiano introduziu 400 sementes da fruta em Belém, no Pará.

Dessas, 120 prosperaram e 80 se transformaram em árvores de mangostim, dando origem aos primeiros frutos brasileiros, explica o pesquisador.

Atualmente, o Pará e a Bahia despontam como os principais produtores da fruta no país, com produções que se igualam, atingindo cerca de 200 hectares cada.

Segundo o pesquisador, o Espírito Santo também contribui, embora em uma escala menor, e em São Paulo, o Vale do Ribeira mantém alguns mangosteiros.

A maior parte da produção desses três estados, aproximadamente 2.500 toneladas por ano, é destinada aos estados do sudeste, principalmente São Paulo, e ao centro-oeste.

Uma peculiaridade contribui para explicar o elevado preço do mangostim: a planta leva dois anos para crescer e oito para dar os primeiros frutos.

Uma caixa com dez mangostins, na Ceagesp ou no Mercadão de São Paulo, contendo 20 frutos de cerca de 50 gramas cada, custa entre R$ 150 e R$ 200.

A mesma quantidade de frutas no Pará não ultrapassa R$ 15. É a lei da oferta e da procura, destaca Urano. No Japão, segundo ele, uma unidade da fruta pode chegar a custar US$ 4.

Clima quente e úmido

Essa planta prospera em ambientes quentes e úmidos, preferencialmente com temperaturas entre 25 e 28 graus Celsius, e apresenta uma peculiaridade: requer uma umidade relativa do ar superior a 75%.

Durante a estação seca, responde bem à irrigação, e o pesquisador Urano sugere que, se fosse irrigada em grande escala, poderíamos desfrutar de mangostins o ano inteiro, assim como ocorre com plantações de laranjas e bananas.

As safras na Bahia e no Pará seguem um ciclo alternado. Enquanto a safra paraense tem início em outubro, atingindo seu ápice em março e abril, a safra baiana começa em janeiro e se estende até maio. Em média, cada árvore de mangostim produz cerca de 1,5 mil frutos.

Surpreendentemente, a necessidade de pulverização das plantas é bastante rara, uma vez que são significativamente resistentes a pragas e doenças. Portanto, pode-se afirmar que o mangostim é uma planta livre de agrotóxicos.

Via Wikipedia

Casca reduz o colesterol

Além disso, o pesquisador da Embrapa Amazônia destaca que estudos científicos indicam que a casca do mangostim é uma fonte rica de xantonas, substâncias com a capacidade de reduzir os níveis de colesterol no plasma sanguíneo.

Em virtude disso, a casca tem sido utilizada na indústria para a produção de cápsulas de suplementos alimentares com o intuito de promover essa redução.

História

Conhecida como a “fruta da rainha”, o mangostim conquistou o paladar da rainha Vitória (1819-1901) da Inglaterra, que a considerava a fruta mais saborosa do mundo.

Posteriormente, a rainha Elizabeth também encantou-se pela iguaria, e o mangostim ficou conhecido como a “fruta da realeza”, ou “fruta da rainha”.

Essa ligação real inspirou os produtores do Pará a presentearem à princesa Diana durante sua passagem pela região nos anos 80, oferecendo-lhe uma caixa de mangostins, e parece que ela gostou.

 

Fonte: Itatiaia

Imagens: Wikipedia, Globo

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