História

Navio ‘amaldiçoado’ que desapareceu com 14 tripulantes é descoberto 115 anos depois nos EUA

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Para quem acredita em superstições e histórias de fantasmas, um navio amaldiçoado desaparecido há mais de 100 anos foi descoberto esta semana!

Na última quarta-feira (1º), a Sociedade Histórica de Naufrágios dos Grandes Lagos (GLSHS) revelou que o navio a vapor de madeira Adella Shores, que desapareceu de forma enigmática há 115 anos, foi encontrado.

Afundado em Whitefish Point, Michigan, o navio estava a 650 pés de profundidade, a uma distância de apenas 64km da costa onde foi avistado pela última vez em 1º de maio de 1909.

Todos os 14 membros da tripulação que estavam a bordo no momento do desaparecimento permaneceram desaparecidos.

Adellas Shores

Via Alô Alô Bahia

O Adella Shores foi construído em 1894 pela Shores Lumber Company, pesando 735 toneladas e recebendo o nome da filha do proprietário, Adella.

Curiosamente, o batismo do navio foi com água, em vez do tradicional champanhe, devido à forte oposição da família ao álcool, o que gerou uma aura de superstição em torno dele, sendo considerado “amaldiçoado” devido a incidentes prévios.

Uma lenda surgiu em torno do navio, sugerindo que essa decisão na cerimônia de batismo contribuiu para uma maldição que assombrava o Adella Shores.

Durante uma travessia seguindo o navio a vapor Daniel J. Morrell, através de um denso fluxo de gelo, o Adella Shores desapareceu de vista em meio a um intenso vendaval de nordeste.

A descoberta do navio ocorreu no verão de 2021, quando Darryl Ertel e seu irmão Dan, utilizando tecnologia de sonar, identificaram o Adella Shores. Ertel, que é Diretor de Operações Marítimas da GLSHS, reconheceu o navio pela correspondência das medidas de comprimento e design.

Início das descobertas

Durante o verão de 2021, os pesquisadores fizeram uma descoberta notável enquanto empregavam um sonar de varredura lateral para explorar o fundo do lago em busca de formações incomuns.

Ertel, na época também diretor de operações marítimas da Sociedade Histórica, notou algo intrigante nas imagens do sonar. Baseando-se no tamanho e na localização, ele teve uma intuição de que poderia ser o famoso navio amaldiçoado.

Para confirmar sua suspeita, Ertel utilizou um veículo operado remotamente (ROV) equipado com câmeras. Ele contou, em entrevista, sobre como aconteceu essa operação.

Em suas palavras, sabia que devia ser o Adella Shores quando mediu o comprimento, pois não existia outro navio desse tamanho ausente. Assim que o ROV se aproximou pela primeira vez, conseguiram reconhecer o design do navio e confirmar que era o Adella Shores.

Resgate demorou

Desde que identificaram os destroços, quase três anos atrás, os membros da Sociedade Histórica conduzem uma investigação meticulosa do Adella Shores para assegurar que “contem a história com precisão”, como explicou Corey Adkins, porta-voz da organização, no comunicado.

Com frequência, as pessoas questionam sobre o motivo de esperar tanto para revelar os naufrágios que encontraram. No entanto, cada uma dessas narrativas é significativa e merece o máximo respeito e reverência nas apresentações.

Navio amaldiçoado

Adella Shores talvez estivesse destinada ao infortúnio desde o início – para aqueles que acreditam em superstições marítimas.

O navio a vapor, com seus impressionantes 195 pés de comprimento, tinha ancoragem em Gibraltar, Michigan.

Durante o cerimonial de batismo do novo navio, a irmã de Adella, Bessie, quebrou uma garrafa de água contra o casco. Essa é uma prática fora do comum, substituindo a tradicional garrafa de champanhe ou vinho, devido à estrita abstinência de álcool da família.

Os marinheiros de antigamente poderiam interpretar isso como um prenúncio de má sorte, observou a sociedade histórica em suas escrituras.

Guincho de carga

A tradição de quebrar uma garrafa de champanhe ou vinho no casco de novos navios persiste até hoje, com o intuito de garantir uma viagem segura e boa sorte.

Esta prática remonta ao século XVIII, com o primeiro registro envolvendo uma princesa de Hanôver.

Antes de seu desaparecimento em 1909, o Adella Shores enfrentou diversos contratempos, afundando duas vezes em águas rasas, mas sendo recuperado e retomando o serviço.

Finalmente, enquanto transportava sal pelo Lago Superior, desapareceu em 1909, seguindo atrás do Daniel J. Morrell em meio a um denso gelo.

Quando chegaram a Whitefish Point, o navio amaldiçoado seguia três quilômetros atrás do Daniel J. Morrell, tornando-se invisível para a tripulação deste último devido à distância. Enquanto o Daniel J. Morrell avançava lutando contra um forte vendaval de nordeste, o navio menor desapareceu.

Após o desaparecimento, encontraram alguns destroços, mas nenhum corpo, sugerindo que o Adella Shores pode ter colidido com um grande fluxo de gelo, perfurando seu casco e afundando rapidamente, conforme especulado pelo capitão Millen do Morrell.

Classificado como um navio que “desapareceu”, esse navio amaldiçoado fazia parte da categoria de embarcações que partiram conforme planejamento, mas nunca mais voltaram, sem deixar sobreviventes ou testemunhas.

Com essa descoberta definitiva, o Adella Shores não é mais um mistério e coloca um fim nessa história.

 

Fonte: Alô Alô Bahia, Smithsonian

Imagens: Alô Alô Bahia, Hoodline

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