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Navios carregando arroz e outros grãos enfrentam um risco único de instabilidade devido ao fenômeno conhecido como “ângulo de reserva”, que pode alterar drasticamente o centro de gravidade da embarcação

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Você sabe o que é ângulo de reserva? Esse pequeno conceito é fundamental no transporte de alimentos e traz um impacto considerável no manuseio de grandes cargas.

O transporte de grãos, especialmente de arroz, pelos navios pode parecer descomplicado à primeira vista. No entanto, envolve uma complexidade que já resultou na perda de grandes embarcações.

Quando carregados em grandes quantidades, os grãos, incluindo o arroz, exibem um comportamento que pode comprometer a estabilidade das embarcações, especialmente em condições de mar agitado.

Este risco está associado a um conceito conhecido como ângulo de reserva.

Ângulo de reserva

Via PxHere

O ângulo de reserva representa essencialmente o limite máximo de inclinação no qual uma pilha de grãos consegue manter-se estável sem escorregar.

Ao falarmos sobre transporte marítimo é importante considerar que, quando um navio tem uma inclinação para além desse ângulo específico durante a navegação, o arroz pode começar a deslizar dentro do porão.

Dessa forma, ele desloca o centro de gravidade da embarcação e potencialmente leva o veículo a uma inclinação perigosa ou até mesmo ao seu naufrágio.

Afinal, o porte, tamanho e peso de um veículo como esse também possui eixos mais sensíveis de equilíbrio no mar. Uma inclinação errada e o peso de grãos pode colocar tudo a perder.

E não só arroz

O desafio enfrentado pelos grandes navios não se limita ao transporte de arroz.

Ele também se estende a todos os tipos de grãos e até mesmo ao minério de ferro, cada um com seu próprio ângulo de segurança a ser considerado.

O deslocamento de qualquer carga sólida que apresente comportamento semelhante pode causar perturbações no equilíbrio do navio, tornando-o suscetível a afundamentos ou inclinações perigosas.

Para mitigar esses riscos, especialistas implementam medidas rigorosas no carregamento dos navios, a fim de resguardar o ângulo de reserva.

Segurança

Via PxHere

A carga deve ser distribuída de maneira a maximizar a estabilidade, evitando espaços vazios que possam permitir o deslocamento dos grãos.

Apesar dessas precauções, a natureza dos grãos faz com que se acomodem e se compactem durante a viagem, criando espaços vazios no topo da carga que podem resultar em deslocamentos perigosos sob condições adversas.

Os navios que transportam grãos são obrigados a possuir um coeficiente de estabilidade maior do que outras embarcações.

Por exemplo, enquanto a maioria dos navios deve manter um GM (metacentro) mínimo de 15 cm, os navios graneleiros precisam de pelo menos 30 cm.

Esse requisito visa fornecer uma margem de segurança adicional, já que um GM maior reduz a probabilidade de capotamento em caso de deslocamento da carga.

Tripulação também corre riscos

Além do deslocamento da carga e prejuízos no seu ângulo de reserva, os navios graneleiros enfrentam outros perigos.

Isso porque adentrar porões contendo grãos pode representar um risco fatal para a tripulação, devido à possível presença de gases tóxicos ou à falta de oxigênio, um perigo muitas vezes subestimado.

Afinal, o transporte de alimentos também está exposto às modificações naturais, liberação de gases e processos que os grãos realizam, mesmo nas sacas.

Dessa forma, o ambiente onde se alinham as cargas ficam inóspitos para a tripulação. Porém, em caso de problemas de locomoção, que comprometa o ângulo de reserva do navio, é preciso estar atento e enfrentar os porões.

Por isso, o transporte em larga escala de arroz e outros grãos por navios requer um planejamento cuidadoso e a implementação de medidas de segurança rigorosas.

Tais procedimentos são indispensáveis para assegurar a chegada segura da carga e da tripulação ao destino.

Mesmo assim, este cenário destaca a complexidade das operações marítimas e a importância de observar as leis da física e da natureza no transporte marítimo.

 

Fonte: Click Petróleo e Gás

Imagens: PxHere, PxHere

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