Curiosidades

Nova espécie de coruja é descoberta, mas já corre risco

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Com relação ao reino animal a nossa certeza é de sempre nos surpreendermos, seja positiva ou negativamente. E às vezes, a notícia pode despertar os dois sentimentos de uma vez. Como nesse caso, em que pesquisadores identificaram uma nova espécie de coruja. A descoberta foi feita no arquipélago africano da República Democrática de São Tomé e Príncipe.

Por mais que essa nova espécie tenha sido registrada pela primeira vez em 2016, os pesquisadores acreditam que a existência dela seja conhecida desde 1928. Para confirmar que a coruja era de fato uma nova espécie, os pesquisadores fizeram estudos mais aprofundados. Através deles, eles perceberam que existiam diferenças o bastante para considerar o animal como uma nova espécie.

Contudo, a animação de se descobrir um novo animal veio junto com a preocupação de que ele já pode estar ameaçado e ser classificado como “criticamente em perigo” e entrar para a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).

Espécie nova

Species new to science

Para que os pesquisadores sugiram que uma espécie é de fato nova, vários fatores devem ser levados em consideração. Até porque, animais podem ser fisicamente bem diferentes, mas podem ser o mesmo geneticamente, ou o contrário pode ser verdade.

Esse foi justamente o caso as corujas descobertas na Ilha de Príncipe, na República Democrática de São Tomé e Príncipe. Na região, a coruja já era conhecida e se sabia que ela fazia parte de um grupo grande e diverso de corujas chamado Otus. Entretanto, um estudo foi feito considerando a morfologia, cor, padrão da plumagem, vocalizações e genética do animal. Como resultado, os pesquisadores viram que na realidade ela realmente era uma espécie nova.

Todo esse grupo genético chamado Otus tem corujas pequenas que são chamadas de corujas-do-mato. Esses animais são vistos na Eurásia e na África, e têm espécies bastante conhecidas.

Mas no caso dessa nova espécie descoberta, uma das coisas que ajudou os pesquisadores a reconhecerem como nova foi a sua vocalização. Isso porque essas corujas fazem um piado curto e repetido com um ritmo rápido com aproximadamente uma nota por segundo. Esse som que elas fazem se parece com o de alguns insetos, tanto que ele geralmente é ouvido em duetos e com maior frequência depois que anoitece.

Batizando

The conversation

Depois que uma espécie nova é descoberta, ela tem que ser nomeada. No caso dessa coruja, ela foi batizada de Otus bikegila, homenageando Ceciliano do Bom Jesus, o guarda do Parque Natural do Obô, que tinha o apelido de Bikegila.

A homenagem foi feita a ele porque, segundo os pesquisadores, sem a ajuda do guarda, a descoberta da nova espécie não teria sido possível. Além do seu nome científico, o nome popular dessa espécie é mocho-do-príncipe.

Na Ilha de Príncipe, essa é agora a oitava espécie de ave endêmica conhecida. E por conta de a ilha ter somente 139 quilômetros quadrados, existe uma preocupação toda especial por sua conservação. Preocupação essa que também se estende para seus vizinhos, as ilhas de São Tomé e Ano-Bom.

Além da descoberta, os pesquisadores também fizeram um levantamento na Ilha de Príncipe inteira para conseguirem determinar a distribuição e dimensão populacional dessa nova espécie. Com isso, eles descobriram que essas corujas são vistas somente na parte da ilha que é desabitada ao sul, com uma área de aproximadamente 15 quilômetros quadrados.

Pelo fato de o habitat da espécie ser bem pequeno e ser o único local do mundo onde ela é vista, os pesquisadores sugeriram que a coruja seja classificada como “criticamente em perigo”. Esse é o nível mais alto de ameaça da IUCN. Contudo, a organização ainda está em processo de avaliação do pedido feito pelos pesquisadores.

Fonte: The Conversation

Imagens: The Conversation, Species new to science

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