Para alterar as grades escolares e propor um novo Ensino Médio, o Ministério da Educação (MEC) trouxe uma proposta inusitada. Agora, planeja aumentar a carga horária da Formação Geral Básica (FGB), que aborda as disciplinas fundamentais e obrigatórias.
A intenção é elevar a carga horária destinada a essas matérias de 1.800 para 2.400 horas.
As diretrizes dessa proposta estão resumidas nos resultados da consulta pública sobre o assunto, divulgados segunda-feira, dia 7.
Mais de 150 mil indivíduos contribuíram com suas opiniões durante o período de março a julho.
É válido ressaltar que o modelo recente do Ensino Médio, em vigor há dois anos, recebe diversas críticas.
Por exemplo, secretários de educação estão a favor da redução do tempo destinado às matérias eletivas, com o objetivo de aumentar a carga horária das disciplinas obrigatórias.
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Quando o Novo Ensino Médio foi aprovado em 2017, o plano estipulava um total de 3.000 horas-aula ao longo dos três anos de curso.
Desses, 1.800 eram designados para as disciplinas obrigatórias, enquanto 1.200 eram para as matérias eletivas.
De acordo com o governo, a consulta pública revelou uma “opinião predominante de críticas” em relação ao tempo dedicado à Formação Geral Básica, bem como a necessidade de maior clareza nos itinerários formativos, que englobam as disciplinas eletivas.
Assim, em resposta a isso, o MEC apresentou as seguintes medidas:
No tocante aos itinerários formativos, haveria uma redução de cinco para três áreas temáticas sob as atuais circunstâncias.
No presente momento, os itinerários compreendem: Matemáticas e suas Tecnologias; Linguagens e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas; e Formação Técnica e Profissional.
Com a transformação, os itinerários cederiam lugar aos percursos de aprofundamento e integração de estudos, os quais se subdividiriam em:
Um dos pontos salientes no âmbito da consulta pública diz respeito à evasão escolar.
Assim, o governo busca evitar que os estudantes, notadamente os mais desfavorecidos, abandonem os estudos antes de concluir o Ensino Médio.
Uma das sugestões formuladas na consulta pública envolve a criação de uma bolsa ou fundo destinado a estudantes vulneráveis matriculados no Ensino Médio.
Em resposta, o Ministério da Educação assegurou que irá desenvolver uma proposta para incentivar a permanência dos estudantes, o que deve englobar:
Além disso, durante a consulta pública, o MEC consultou os participantes a respeito da implementação do Ensino a Distância (EAD) no novo Ensino Médio.
Segundo o governo, a maioria manifestou oposição a oferecer essa modalidade, exceto em situações de necessidades específicas.
Em consonância com a proposta, o MEC advoga pela proibição do EAD nas disciplinas obrigatórias e pela oferta de até 20% no caso de Formação Técnica e Profissional.
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Por fim, o resumo contendo os desfechos da consulta pública e as proposições do MEC seguirão para o setor educacional e às instâncias normativas.
Até 21 de agosto, essas entidades irão oferecer feedback ao governo com observações e considerações sobre os resultados alcançados.
As comissões de Educação da Câmara dos Deputados e do Senado também poderão contribuir com as sugestões.
Posteriormente, deve-se preparar um relatório final, o qual seguirá para a apreciação do Congresso Nacional.
Fonte: G1