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O desaparecimento de Jack Ma e outros bilionários chineses

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Nos últimos dias, o desaparecimento de Jack Ma, cofundador da Alibaba, gerou uma gama de especulações em inúmeras redes sociais. O paradeiro do bilionário permanece um mistério e, até o momento, a empresa ainda não se pronunciou sobre o fato.

Ma, para quem não sabe, já foi a pessoa mais rica da China. O bilionário foi visto pela última vez em outubro de 2020, no Shanghai’s Bund Summit, logo após criticar veemente os reguladores chineses por unirem forças para impedir ações inovadoras.

Em novembro do ano passado, Ma havia sido convocado para participar de um encontro com autoridades chinesas, que, até então, havia impedido o IPO da fintech Ant Group antes mesmo da empresa ter começado a atuar no mercado. Ma, no entanto, não compareceu ao encontro.

O desaparecimento

A Alibaba, de acordo com o órgão de supervisão de mercado do governo chinês, está sendo investigada por incitar comportamento monopolístico. A Forbes, após publicar uma reportagem sobre o tema, não obteve retorno nem Alibaba e nem da Ant Group. Ambas, ao que parece, decidiram não falar sobre o ocorrido.

De todas as formas, na semana passada, a CNBC, por meio de um relatório, informou que Ma não está desaparecido, mas que, devido às circunstâncias do atual momento, o bilionário prefere se resguardar.

Independente de qual seja o termo melhor – desaparecimento ou resguardar – o fato é que a ausência de Ma da esfera pública não deve ser vista como uma simples decisão. De acordo com a Forbes, aparentemente, nos últimos anos, ao menos seis bilionários e grandes empresários decidiram ‘desapareceram’, se ‘resguardar’ ou se ‘ausentar’ por um determinado tempo.

Todas essas potentes figuras tomaram a mesma decisão após romperem algumas das regras impostas pelo Partido Comunista Chinês.

Bilionários e empresários

Em dezembro de 2015, por exemplo, o fundador e presidente do conglomerado de investimentos Fosun International, Guo Guangchang, desapareceu, assim, em um passe de mágica. Nas redes sociais, inúmeras publicações apontaram que Guo foi levado pela polícia quando estava no aeroporto de Xangai.

Guo, que é conhecido como o Warren Buffett chinês, levantou e estruturou sua empresa de capital aberto com investimentos vindos da Ásia, Europa e América do Norte. Estima-se que o valor dos investimentos sejam cerca de US$ 115 bilhões. Após surgirem rumores de que Guo estava auxiliando as autoridades judiciárias em algumas investigações, a empresa, com sede em Hong Kong, suspendeu, e por tempo indeterminado, as negociações de ações.

Embora o desaparecimento do homem de negócios tenha ocorrido durante uma campanha anticorrupção imposta pelo presidente Xi Jinping em 2012, logo após ascender ao poder, o empresário, mais tarde, retornou à empresa. Guo, que ainda preside a Fosun, tem um patrimônio avaliado em US$ 7,5 bilhões.

Em 2016, um ano depois do ocorrido, a famosa Shanghai Metersbonwe Fashion & Accessories, um empresa de fast fashion, também teve que suspender temporariamente as negociações de suas ações. O motivo foi o mesmo. A empresa, em comunicado, informou que não conseguia contactar o bilionário fundador Zhou Chengjian.

Por onde andas…

De acordo com o “China Daily”, um veículo de comunicação estatal, Chengjian estava auxiliando a polícia a ivestigar um suposto caso de manipulação de ações e, por isso, a empresa Shanghai Metersbonwe Fashion & Accessories não conseguia entrar em contato com o empresário.

Depois de ficar uma semana ausente, a Metersbonwe informou à Shenzhen Stock Exchange que Chengjian já havia retornado. A Metersbonwe não forneceu nenhum outro detalhe a mais.

Conforme foi divulgado pelos meios de comunicação da China, Chengjian, assim que criou a Metersbonwe, teve uma receita de mais de US$ 800 milhões em 2019. Atualmente, quem preside a empresa é a filha do bilionário, mas o maior acionista segue sendo ele, com uma fortuna estimada em US$ 1,3 bilhão.

Outro empresário, que desapareceu recentemente, foi Ren Zhiqiang. O rei do setor imobiliário, membro de longa data do Partido Comunista e filho de um ex-oficial do partido se ausentou em março de 2020, após publicar um artigo criticando as ações do governo chinês em meio a pandemia de Covid-19.

Na época, uma amiga do empresário, em entrevista ao “The New York Times”, disse que todos estavam muito preocupados com o sumiço do magnata. Em julho de 2020, quatro meses após o desaparecimento, o governo chinês disse que Ren havia sido expulso do partido.

Seus recursos foram apreendidos e o empresário foi condenado em setembro de 2020 a 18 anos de prisão por abusar de seu poder como presidente de uma empresa estatal e ter recebido propina.

Outros que ficaram ausentes

Xiao Jianhua, líder da Tomorrow Group, uma empresa de investimentos em Hong Kong, sumiu, em 2017. Ele havia acabado de deixar o hotel em que estava hospedado em uma cadeira de rodas, com a cabeça coberta.

Em julho de 2020, ou seja, mais de três anos após o seu desaparecimento, o Tomorrow Group informou, por meio de uma nota, que foi divulgada no WeChat que Jianhua estava na China cooperando com as autoridades em investigações sobre a empresa.

O governo, em meio às investigações, descobriu que mais de seis empresas estavam conectadas ao Tomorrow Group. Dentre elas, algumas foram acusadas de manterem segredo sobre as ações e seus acionistas.

Jianhua, até o momento, segue desaparecido e o porta-voz da Tomorrow Group, não menciona nada sobre o caso.

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