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O laboratório mais seguro e perigoso do mundo

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Quando se pensa em ataques terroristas, normalmente não se associa territórios agrícolas com ele. Mas de acordo com o general Richard B. Myers, diretor do Joint Chiefs of Staff, o conselho militar mais poderoso dos EUA, as fazendas são um alvo fácil. Por isso um laboratório está sendo construído no coração agrícola dos EUA.

Esse laboratório tem o objetivo de estudar vírus exóticos, que são altamente contagiosos e incuráveis. Isso é feito para que se evite o surgimento de uma pandemia que seja capaz de devastar a produção de alimentos, ou então que se torne a origem dela.

Nos EUA, o setor agrícola é bastante concentrado. Somente três estados fornecem 75% de todos os legumes e verduras do país, e 2% dos rebanhos bovinos produzem 75% da carne. Além disso, tanto as plantas como os animais são geneticamente uniformes. Isso porque 25% de todo gado Holstein descende de cinco touros.

Laboratório

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Por conta disso, tanto as plantações como os rebanhos são monoculturas extremamente vulneráveis a doenças. Ou seja, um prato cheio para pestes e patógenos, com ou sem ação terrorista.

E para que os cientistas façam diagnóstico de doenças mortais e desenvolvam tratamentos e vacinas, eles precisam trabalhar com os patógenos. No entanto, são poucos os laboratórios que são seguros o suficiente.

Por exemplo, o único laboratório que os pesquisadores dos EUA podem estudar a febre aftosa é o Plum Island Animal Disease Center. Ele foi construído em uma ilha a 12 quilômetros da costa de Connecticut. No entanto, ele foi construído em 1954, por isso seus laboratórios estão desatualizados e não têm a certificação BSL-4 (Nível de Biossegurança 4), o patamar mais alto de segurança.

No entanto, isso mudará esse ano, com a inauguração do National Bio and Agro-Defense Facility (NBAF). Ele é um laboratório de 1,25 bilhão de dólares construído pelo governo dos EUA na cidade de Manhattan, Kansas, localização que é no coração agrícola do país.

Esse laboratório seguirá a tendência moderna no controle de doenças infecciosas. Ao invés de empregar uma barreira geográfica para garantir a segurança, ele irá usar medidas tecnológicas extremas. Os cientistas do NBAF irão proteger a produção de alimentos de uma eventual peste.

Funcionalidade

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Esse laboratório ocupa uma área de 50 acres. A princípio, um estudo encomendado pela National Academy of Sciences mostrou que as chances de um patógeno escapar do NBAF durante a vida útil do complexo, 50 anos, era de 70%. Então, respondendo a essa preocupação, o Department of Homeland Security, divisão do governo responsável pela construção do laboratório, reforçou as estruturas do laboratório para que ele consiga resistir a um tornado de categoria 5. Com isso, uma nova avaliação foi feita e o risco de vazamento caiu para 0,1%.

“Foram uns 45 mil metros cúbicos, equivalente a 90 piscinas olímpicas, aplicados ao longo de dois anos e meio”, disse Ron Trewyn, um ex-oncologista que dirigiu a campanha para construir o laboratório.

Além disso, o laboratório tem janelas resistentes a impactos e explosões, revestidas por uma malha de ferro que atende às normas da Nuclear Regulatory Commission, que é a agência fiscalizadora das usinas nucleares nos EUA.

Os canos, dutos e cabos do laboratório ficam em compartimentos isolados, mas que podem ser acessados para testes e consertos. O prédio todo é gerenciado por um sistema automático de computadores que quase diz aos funcionários da manutenção o que eles precisam fazer.

O NBAF é maior e melhor que seu vizinho, o Biosecurity Research Institute. Uma das suas prioridades é desenvolver um tratamento ou vacina para a peste suína africana. Ela é uma doença hemorrágica altamente contagiosa, que não infecta humanos mas matou 25% de todos os porcos do mundo nos últimos anos.

Mesmo que a peste suína ainda não tenha sido detectada nos EUA, na China, ela infectou, pelo menos, 40% da população de porcos entre 2018 e 2019. Por conta disso, o preço da carne suína mais do que dobrou. E de acordo com uma investigação feita em 2019 pela Xinhua, a agência de notícias estatal, grupos criminosos se aproveitaram da epidemia.

Na visão de vários especialistas, a questão não é se as medidas antivazamento do laboratório vão funcionar, mas sim o que os EUA vão fazer quando a peste suína finalmente chegar.

Fonte: Superinteressante

Imagens: Superinteressante

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