A inovação está alcançando cenários inimagináveis, mas infelizmente essa tecnologia não será usada por um motivo feliz: Tuvalu está sendo engolida, e quer se tornar uma cidade do metaverso.
A aceleração da poluição, que provoca o aquecimento global, já ocasionou secas, inundações fatais e a rápida fusão de gelo em todo o mundo.
Os cientistas preveem que o aumento constante do nível do mar persistirá por décadas, à medida que as temperaturas continuam a subir.
Nesse cenário, em breve, uma nação do Pacífico pode ser submersa devido ao aumento do nível do mar, tornando-se um dos primeiros países do mundo a desaparecer devido às mudanças climáticas.
Tuvalu, o primeiro país que pode desaparecer
Tuvalu é uma nação insular situada no Pacífico, ou seja, é uma nação independente composta por uma ilha ou um conjunto de ilhas, que enfrenta a possibilidade de desaparecer do mapa devido ao aumento do nível do mar.
O país abriga aproximadamente 11 mil habitantes e é formado por 9 ilhas, totalizando 560 km de extensão.
O ponto mais elevado de Tuvalu está a apenas 5 metros acima do nível do mar, e nas próximas décadas, toda a região corre o risco de ser submersa pelas águas do Pacífico.
Para os habitantes de Tuvalu, a crise climática já é uma realidade. Em 2020, o ciclone Tino se formou nas águas da ilha, causando danos significativos a infraestruturas vitais, incluindo instalações de energia, comunicações e contenção de água.
Cerca de metade da população do país foi gravemente afetada pelo ciclone, levando o governo a declarar estado de emergência!
Outro desafio é a escassez de água potável, uma vez que as secas estão se tornando mais frequentes e os habitantes de Tuvalu dependem da água da chuva para sua sobrevivência.
A vitalidade de seres humanos, animais, plantas e árvores está intrinsecamente ligada à disponibilidade de água.
Em determinadas áreas da ilha, o avanço da água salgada tem tornando terras agrícolas inutilizáveis e afetado os poços de onde as pessoas costumavam retirar água para consumo.
Se Tuvalu for submersa pelo mar, enfrentará a extinção do mapa. Contudo, os líderes da nação acreditam que a existência do país pode persistir mesmo após esse desaparecimento geográfico.
A pergunta é: como seria possível tal continuidade?
Cidade metaverso
A estratégia adotada por Tuvalu para preservar sua identidade como Estado envolve uma migração para o mundo digital.
Em outras palavras, o governo está construindo uma versão de Tuvalu no metaverso, replicando digitalmente o que existe no país.
Isso permitiria que a nação mantivesse seu status de estado soberano por meio de uma existência virtual, independentemente da presença ou ausência de um território físico.
Desde o anúncio dessa iniciativa na COP27, a condição de Estado digital de Tuvalu teve reconhecimento de 26 países.
No entanto, o país almeja dobrar esse número até 2024. O Ministro da Justiça, Comunicação e Relações Exteriores de Tuvalu, Simon Kofe, afirma que essa medida visa preservar o que é fundamental para o povo.
À medida que as águas ameaçam o entorno, eles recriam digitalmente a terra, arquivando a história e cultura. Eles vão transferir todas as funções governamentais para um espaço digital, assim, assegurando a continuidade da existência de Tuvalu.
A transição do domínio físico para o digital já está em andamento desde o ano passado. Foi quando Tuvalu concluiu varreduras tridimensionais das 124 ilhas e ilhotas que compõem o país.
Além disso, iniciaram o processo de digitalização de artefatos culturais, incluindo sons da linguagem infantil, danças, festivais e histórias de idosos.
O governo também aprimorou sua infraestrutura de comunicações para possibilitar a migração de Tuvalu para a nuvem, transferindo assuntos de Estado, como eleições, referendos e registros de nascimento, para o ambiente online.
O apoio de países vizinhos
Além disso, o governo tem instado as grandes nações a reduzirem suas emissões de poluentes, visando conter o aquecimento global.
Conta também com o apoio ativo de residentes e organizações envolvidas em campanhas para aumentar a conscientização ambiental.
Tuvalu busca sensibilizar seus vizinhos maiores sobre o fato de que a janela para evitar os piores impactos da crise climática está se fechando. Com isso, o planeta está se aproximando de um ponto de não retorno.
Com as negociações climáticas da COP28 da Nações Unidas em pleno andamento, o país procura destacar como as mudanças climáticas afetam o cotidiano das pessoas.
Há dois anos, na COP26, Kofe dirigiu-se aos líderes mundiais de seu país, literalmente com água até os joelhos, para ressaltar a questão do aumento do nível do mar.
No entanto, segundo Kofe, a magnitude das alterações climáticas parece ser difícil de compreender para várias nações de grande porte. Por isso, eles continuam a resistir aos apelos para substituir os combustíveis fósseis por alternativas sustentáveis.
Fonte: Tempo
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