Curiosidades

O que aconteceria se você perfurar a Terra até o outro lado?

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Muitas pessoas podem pensar o que aconteceria se perfurar a Terra até o outro lado do mundo. Claro, não seria como nos desenhos, mas é curioso ponderar quais seriam os obstáculos.

Você sabia que a perfuração mais profunda já alcançada pelo homem na Terra foi de 12,2 km? Esse processo demandou 20 anos para ser concluído e não chegou nem perto de atravessar o planeta.

Isso porque a crosta terrestre, conforme informações do Serviço Geológico dos EUA, possui aproximadamente 100 km de espessura. Embora seja altamente improvável que isso ocorra um dia, os cientistas têm teorias sobre as possíveis consequências se o planeta fosse perfurado até o outro lado.

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Teorias

Doug Wilson, um pesquisador geofísico da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, explicou ao WordsSideKick.com que a pressão atmosférica aumentaria à medida que a broca se aprofundasse no subsolo para perfurar a Terra.

Estima-se que a cada 3 metros de profundidade, a pressão se elevasse em relação ao nível do mar.

Como exemplo, considere a maior perfuração realizada por um ser humano, atingindo 12,2 km de profundidade na Kola Superdeep Borehole, na Rússia. Nesse caso, a pressão alcançou 4.000 vezes o valor do nível do mar. Agora, imagine os desafios ao perfurar camadas ainda mais profundas.

O que seria preciso para perfurar a Terra?

Segundo Wilson, para realizar perfurações abaixo do nível do mar, visando atingir uma profundidade superior àquela já alcançada pelo homem, é necessário realizar uma contínua injeção de fluido.

Esse fluido seria uma mistura de lama com metais pesados, como o bário, com o intuito de evitar possíveis desmoronamentos do buraco, uma vez que o líquido equilibra a pressão dentro da cratera com a pressão da rocha circundante, impedindo o colapso. Essa técnica é comumente empregada na perfuração de poços de petróleo.

Além disso, o fluido desempenha múltiplas funções, servindo para limpar a broca, prevenir que areia e cascalho atinjam o maquinário e contribuir para a redução da temperatura. Contudo, a questão da temperatura representa outro desafio significativo.

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Temperatura do solo

O maior obstáculo ao perfurar a Terra seria a crescente temperatura à medida que a broca avança. No manto, por exemplo, as condições atingem 1.410 graus Celsius, temperatura na qual o aço inoxidável entraria em estado de fusão.

Diante disso, Wilson sugere a necessidade de empregar uma broca de titânio. No entanto, ao alcançar o núcleo da Terra, a complexidade aumenta, uma vez que o ambiente torna-se ainda mais quente.

Segundo a Academia de Ciências da Califórnia, a temperatura no núcleo da Terra varia de 4.000 a 5.000 ºC. Isso tornaria a perfuração extremamente desafiadora, já que, nesse cenário, a broca provavelmente derreteria.

No WordsSideKick.com, Damon Teagle, professor de geoquímica da Universidade de Southampton, no Reino Unido, propôs uma possível solução: bombear água fria. Caso a broca conseguisse alcançar o núcleo interno, uma nova complicação surgiria devido à intensidade da pressão naquele ponto.

Além disso, a gravidade da Terra exerceria uma atração significativa sobre a broca, requerendo um esforço adicional para resistir a esse fenômeno. Superar mais esse obstáculo seria apenas o início, pois, de acordo com Teagle, o caminho  ainda seria longo.

Atravessar a Terra

Mesmo que perfurar a Terra desse certo, passando pela temperatura e pelo solo, dificilmente a máquina conseguiria seguir.

Isso porque existiriam riscos de desabamento, tampamento do buraco formato e outros obstáculos mais rígidos. Por exemplo, raízes, minas e componentes desconhecidos sem um mapeamento completo.

Com a tecnologia atual, seria complexo descobrir qual o melhor caminho seguir para evitar água, lama, petróleo, componentes biológicos e ter uma estrutura estável.

Assim, essa atividade seria praticamente impossível, e, ao chegar no meio, o núcleo da Terra, formado por lava e altas temperaturas, inviabilizaria a continuidade por dentro.

Por isso, essa missão fica apenas no plano das ideias, enquanto os cientistas estudam um cenário pouco provável, mas curioso.

 

Fonte: Olhar Digital

Imagens: Freepik, Freepik

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