Você já deve ter ouvido falar que algumas espécies não existem mais, por diversas razões. Quando se fala em extinção de espécies, o pássaro dodô é com certeza um dos mais lembrados.
O pássaro dodô
Assim, eles viviam nas Ilhas Maurício, localizadas perto de Madagascar, na África, e eram poucos maiores do que os perus. Cientistas costumam falar que eles pareciam pombos gigantes, já que eram da mesma família. Contudo, existe uma grande diferença, já que os dodôs pesavam cerca de 23 quilos! Isso é o equivalente a uma criança de sete anos de idade.
Apesar de não saber exatamente a origem do nome “dodô”, a teoria mais difundida é a de que ele vem da palavra “dodoor”, que significa preguiçoso em holandês. Contudo, alguns acreditam que o nome veio de uma outra expressão, a “dodaars”, que significa “traseiro gordo” ou “nó no traseiro”, também em holandês. Eles eram taxados dessa forma pois não se locomoviam tanto.
A vida tranquila do dodô
As aves tinham asas curtinhas, por isso não voavam. Sendo assim, essa característica evolutiva se deu simplesmente porque suas vidas eram muito mais tranquilas do que aquelas de aves que corriam perigo todos os dias.
Então, não era necessário ter um voo poderoso, como no caso do gavião, já que na ilha não havia grandes predadores e a comida era facilmente encontrada. Isso fez com que eles se tornassem extremamente mansos, inofensivos e não entendessem quando estavam sendo ameaçados.
A chegada dos humanos
A vida do pássaro era, assim, tranquila, mas isso claramente mudou. O paraíso dos dodôs numa ilha calma sem ter de quem fugir durou até o início do século XVI. Em 1507, chegaram os primeiros humanos na ilha, os portugueses.
Porém, foi apenas 91 anos depois, em 1598, que o local realmente começou a ser frequentado, dessa vez por holandeses. Os navegadores chegavam ao local famintos e a carne do dodô, segundo relatos dos viajantes em escritas antigas, era extremamente saborosa.
Além disso, por ser uma presa fácil, eles eram capturados e mortos aos montes. Junto com os navios vinham também macacos, porcos, cachorros e ratos, animais que não eram nativos da região e que predavam os dodôs e seus ovos.
Um outro problema é que os ninhos dos pássaros eram feitos no chão, com pouquíssima proteção, então, tudo estava funcionando contra eles. Não voavam, não tinham um instinto de presa como coelhos e os ninhos eram facilmente destruídos.
Tráfico de dodô
Como se não bastasse tantas ameaças vindas de repente, muitas pessoas começaram a tirar a ave de seu habitat para levar ao país de origem como presente. Isso acontecia pelo fato de o pássaro ser considerado exótico por conta do seu tamanho, da sua pelagem negra acinzentada e dos bicos imensos.
Então, os bichos foram para várias partes do mundo, como para o Japão, Índia, Praga, e exibidos até em espetáculos em Londres. Agora imagine essas viagens para um pássaro sem consciência do que estava acontecendo.
Para serem transportados, eles tinham que suportar jornadas extremamente longas dentro de caixas de madeira e, obviamente, muitas vezes não sobreviviam. Dessa forma, a população de dodô foi diminuindo drasticamente. O último foi visto em 1668, apenas 70 anos depois da chegada dos holandeses à ilha.
Representante da causa
O pássaro se tornou um símbolo das Ilhas Maurício e é o nome de pousadas, hotéis, restaurantes e estabelecimentos, com isso, atrai turistas e até estampa uma cédula da moeda local. Além desse fato, é claro, também se tornou um ícone da importância da preservação das espécies.
Para se ter uma ideia, apenas no século XX, 543 de vertebrados foram extintos. Hoje, tudo o que resta do dodô são esqueletos, pinturas e relatos em cartas antigas abrigadas em museus na Europa, nos Estados Unidos e também em Maurício.
Pesquisas sobre o pássaro perdido
Como tivemos menos de 200 anos para estudar o Dodô, não conhecemos muito sobre ele. Ainda assim, estudos recentes conseguiram chegar a conclusões importantes. Por meio de uma análise dos ossos, pesquisadores sugerem que a época que os ovos chocavam era no mês de agosto e que os filhotes chegavam rapidamente ao tamanho adulto.
Isso ajudava na sobrevivência já que, por viver em um arquipélago, o Dodô corria o risco de ciclones entre novembro e março. Apesar do tamanho adulto, a ave demorava vários anos para atingir a maturidade sexual.
Já em março, o Dodô trocava suas penas. Ele revelava uma plumagem cinza e macia, segundo relatos de marinheiros. Os ossos analisados mostraram uma perda mineral, que sustenta a teoria de que a ave trocava as penas velhas e danificadas após o período de reprodução.
Por essa mesma razão, os relatos encontrados são contraditórios, já que alguns descrevem um pássaro com penas negras e aveludadas e outros o descrevem com plumas acinzentadas.
A extinção dessas aves em tão pouco tempo mostra como a ignorância dos seres humanos, desde muito tempo, causa estragos irreparáveis ao planeta. Então, devemos esperar investigações para entender mais dessa espécie extinta.