A dengue hemorrágica é uma das mais temidas pela população, e não à toa. Afinal, essa variante pode ser fatal em alguns casos.
Essa doença é, inicialmente, uma enfermidade viral disseminada por mosquitos, principalmente pelo Aedes aegypti. No entanto, em certos pacientes, a infecção inicial pode progredir para um estágio mais crítico, denominado dengue hemorrágica.
O nome da condição faz alusão às mudanças nos processos de coagulação sanguínea que ocorrem nessas circunstâncias.
Embora o termo “dengue hemorrágica” seja amplamente reconhecido, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tende a preferir o uso da expressão “dengue grave” para descrever essa condição mais perigosa, associada a um maior risco de óbito.
Dengue hemorrágica ou grave
A dengue grave, também conhecida como dengue hemorrágica, é uma complicação potencialmente fatal que surge como uma evolução do quadro mais comum da infecção.
Nesses casos, ocorrem alterações no sangue, incluindo uma redução significativa no número de plaquetas e mudanças na composição sanguínea, conforme explicado por Andrea Almeida, médica infectologista do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE).
A diminuição das plaquetas resulta em uma capacidade reduzida de coagulação sanguínea, aumentando o risco de hemorragias.
Como consequência, esse estado pode levar a sangramentos em diversas regiões do corpo, incluindo no Sistema Nervoso Central (cérebro), pulmões, rins e outras áreas, conforme observado pela médica.
Risco aumenta na segunda infecção de dengue
De acordo com a especialista, é mais comum ocorrerem casos de dengue hemorrágica quando uma pessoa contrai a doença transmitida por mosquitos pela segunda vez.
E sim, é possível ser picado novamente e ter o organismo comprometido, embora a dengue atue como a gripe, gerando imunidade para a variante após a recuperação.
Uma vez que o sistema imunológico já foi previamente exposto ao vírus e o indivíduo desenvolveu anticorpos, existe o risco de uma resposta mais intensa do organismo, o que aumenta a probabilidade de casos mais graves.
Sintomas de dengue hemorrágica
Nos primeiros dias de manifestação dos sintomas da dengue, é comum o paciente apresentar febre elevada, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, vômitos e irritações na pele, entre outros.
Esses indícios tendem a persistir por um período de 2 a 7 dias, conforme orientado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Após o declínio da febre, surgem os sinais indicativos da dengue grave, tais como:
- Dor abdominal intensa;
- Alterações no padrão respiratório;
- Sangramento nas gengivas ou no nariz;
- Sensação de fadiga e fraqueza;
- Presença de sangue no vômito ou nas fezes;
- Aumento significativo da sede.
A OMS recomenda que, se houver suspeita de dengue grave, a pessoa seja encaminhada imediatamente para o pronto-socorro ou para o serviço de saúde mais próximo.
Isso se deve ao fato de que o sangramento severo e o potencial comprometimento dos órgãos podem levar a complicações fatais.
Qual o tratamento?
Não existem tratamentos específicos para a dengue hemorrágica, mesmo que sejam casos graves. Portanto, o foco principal é no alívio dos sintomas, como dor, descanso e manutenção da hidratação por meio da ingestão de líquidos.
Em situações de dengue grave, ocasionalmente, é necessária a hospitalização para cuidados mais intensivos, incluindo a administração de soro diretamente na veia para garantir a hidratação. Transfusões sanguíneas podem ser ideais em alguns casos.
Com cuidados médicos apropriados e diagnóstico precoce, as taxas de mortalidade diminuem consideravelmente em comparação com casos de dengue hemorrágica.
Contudo, é importante notar que pacientes recuperados podem experimentar fadiga por várias semanas e desenvolver sequelas, como insuficiência renal, hepatite ou até mesmo distúrbios neurológicos.
Por isso, a prevenção contra a dengue é de extrema importância e pode ser alcançada através da eliminação de locais propícios à reprodução do mosquito, como recipientes com água parada.
Além disso, é recomendado receber a vacina, caso esteja disponível para a sua faixa etária.
Fonte: CanalTech
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