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O que é violência obstétrica

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Após o vazamento de um áudio em que a influenciadora digital Shantal Verdelho acusa o médico obstetra Renato Kalil de cometer violência obstétrica durante o parto de sua filha, o tema voltou a ser discutido. 

De acordo com a modelo, durante o parto, em setembro de 2021, o médico usou palavrões durante o parto e expôs sua intimidade para o pai da criança, Mateus Verdelho.

O que é violência obstétrica e como identificar?

Violência obstétrica é o termo utilizado em casos de abusos sofridos por mulheres grávidas ao procurarem serviços de saúde durante a gestação, durante o parto, nascimento ou pós-parto. Entre os tipos de agressão podem estar incluídas violência física ou psicológica. O parto pode até se tornar um trauma para mãe ou para o bebê.

A violência pode ser praticada tanto por profissionais de saúde quanto relacionadas às falhas estruturais de clínicas e hospitais.

Entre as formas de agressão também podem estar a intimidação ou o negligenciamento de tratamentos. Outras violências são os procedimentos desnecessários ou não autorizados pelas gestantes.

Alguns exemplos de violência obstétrica são abusos físicos, sexuais ou verbais, discriminações, falta de recursos, recusar oferecer tratamento para a mãe e/ou para o bebê.

Denúncias e posicionamento da Frebasgo

Em caso de violência obstétrica, as denúncias podem ser realizadas no hospital ou no serviço de saúde em que aconteceu o fato. Outro local em que pode ser feita a denúncia é na secretaria de saúde responsável pela unidade e nos conselhos responsáveis pelas classes.

A denúncia também pode ser realizada por telefone, através da Central de Atendimento à Mulher (180) ou pelo Disque Saúde (136).

Buscando auxiliar na diminuição de casos de violência contra a mulher, a  Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) lançou, em 2019, um posicionamento oficial. De acordo com a instituição, as diretrizes têm o objetivo de qualificar o atendimento e assegurar respeito e autonomia para as grávidas.

Ainda no ano de 2019, seguindo recomendação do Ministério Público Federal, o Ministério da Saúde (MS) reconheceu, por meio de ofício, o direito das mulheres usarem o termo violência obstétrica para reparar as agressões sofridas no momento do parto.

Vítimas podem demorar perceber a violência 

O Globo

Assim como no caso da influenciadora Shantal, a ginecologista e obstetra Gabriela Bezerra disse ao site Uol que é comum as vítimas demorarem a perceber a violência. Elas podem até mesmo sair do parto acreditando ter tido uma boa experiência.

Para a médica, violência é mais fácil de se identificar quando envolve xingamentos e procedimentos físicos sem a permissão da mulher. No entanto, a médica acrescenta que ela pode ocorrer de formas mais sutis, como indução a uma cesárea com a justificativa de ser um caso de segurança, porém sem existir indicações clínicas que comprovem isso. 

Bezerra acrescenta que a maioria das mulheres não percebem que foram vítimas deste tipo de violência. “O ginecologista é visto como um médico da família, uma vez que participa da vida da mulher no longo prazo. Muitas depositam ampla confiança nos profissionais e nem consideram a possibilidade de serem traídas ou desrespeitadas por alguém tão íntimo”, declara. 

Também é considerada a carga emocional do final da gravidez. Para a médica, as mães estão focadas no nascimento, então mesmo destruídas celebram ter conseguido.

Fonte: G1, Uol

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