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O que há entre as estrelas de uma galáxia?

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A Via Láctea é impressionante, isso já sabemos, mas existe muito mais entre as estrelas do que podemos imaginar.

Esses mistérios do universo são antigos. Desde as antigas civilizações, contemplamos o céu noturno, buscando responder o que estaria nos esperando após a atmosfera.

Além disso, alguns elementos chamavam mais atenção que outros, como as faixas de luz observáveis, que, mais tarde, deram o nome que conhecemos, Via Láctea.

Essa denominação, de origem na cultura grega antiga, poeticamente a descreve como uma “área branca como leite”, uma expressão que perdura ao longo do tempo.

No entanto, apesar da poesia, o universo não segue mais o mesmo, inclusive o que conseguimos ver e identificar dele aqui da Terra.

À medida que a investigamos mais a fundo, descobrimos que a Via Láctea é mais que apenas uma faixa luminosa, movimentando milhões e milhões de estrelas ao longo dos anos.

Essas estrelas formam um disco fino que se estende por cerca de 97.200 anos-luz de raio e possui uma espessura de 2.000 anos-luz.

A configuração desses elementos permite classificarmos a Via Láctea como uma galáxia de disco, pois se parece com um grande disco de vinil cósmico.

Enquanto isso, o Sol, nossa estrela familiar, está posicionado aproximadamente a 50 anos-luz acima do plano médio da galáxia e a cerca de 27.700 anos-luz de seu centro agitado.

Via Freepik

O centro da galáxia

No centro da Via Láctea temos um buraco negro supermassivo, conhecido como Sagitário A*.

Essa entidade enigmática conduz uma verdadeira coreografia cósmica, direcionando as estrelas da galáxia em órbitas quase circulares.

De maneira intrigante, nosso Sol viaja a uma velocidade de aproximadamente 220 quilômetros por segundo em sua jornada galáctica, demandando cerca de 240 milhões de anos para completar uma única órbita. Desde sua origem, ele realizou esse majestoso percurso apenas 19 vezes.

Contudo, não são apenas as estrelas que desvendam a verdadeira forma de nossa galáxia.

O protagonista real dessa narrativa cósmica é o meio interestelar, predominantemente composto por hidrogênio.

Esse elemento simples, porém crucial, especialmente em seu estado neutro, emite um sinal de rádio a 21,1 centímetros, possibilitando aos radiotelescópios revelar a estrutura espiral da Via Láctea.

É como cartografar uma cidade estando dentro de casa, uma desafiadora tarefa que astrônomos dedicados a esse campo realizam com maestria.

O que existe entre as entrelas da Via Láctea?

O meio interestelar vai muito além de ser um simples vazio. Trata-se de um sistema dinâmico e complexo, essencial para o ciclo de vida de uma galáxia.

Composto por gás em diversas fases, poeira, partículas de alta energia e campos magnéticos, ele está constantemente em um estado de fluxo, interagindo com estrelas e a força gravitacional da galáxia.

Este ambiente desempenha um papel crucial na trama da galáxia, controlando muitas de suas propriedades e facilitando a formação de estrelas.

Em nossa vizinhança solar, temos várias fases do gás interestelar, predominantemente composto de hidrogênio.

As nuvens moleculares frias e densas, com temperaturas que despencam para -253 graus Celsius, representam os locais de nascimento da formação estelar.

Por outro lado, o gás atômico, mais quente a -173 graus, quase desaparece diante da luz estelar, sendo detectável apenas por meio de linhas de absorção específicas.

A presença de estrelas próximas ou partículas de alta energia pode ionizar esse gás, gerando tanto um meio ionizado quente quanto um meio ionizado extremamente quente, este último aquecido a milhões de graus por explosões de supernovas.

Essa mistura interestelar é ainda enriquecida com campos magnéticos e partículas de poeira.

Via Freepik

Energia

Compreender sua complexa estrutura demanda observações em diversos espectros de energia, desde ondas de rádio para nuvens moleculares frias e hidrogênio, até raios-X e comprimentos de onda ópticos para os componentes mais quentes.

As observações infravermelhas desempenham também um papel crucial no estudo da poeira e do gás molecular.

Além disso, a Via Láctea não se configura como um sistema isolado, mas sim como parte de uma comunidade cósmica mais ampla, repleta de aglomerados e superaglomerados.

Para manter sua constante taxa de formação de estrelas, ela depende continuamente de combustível fresco, parcialmente proveniente de nuvens de alta velocidade.

Essas nuvens, com formação pela emissão de hidrogênio atômico em velocidades ultrarrápidas, incorporam material de galáxias satélites e a matéria ancestral do disco galáctico.

Por isso, apesar de conhecermos bem a Via Láctea atualmente, ainda existem mistérios sobre ela que precisamos acompanhar para entender.

 

Fonte: Climatologia

Imagens: Freepik, Freepik

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