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Obesidade é uma questão bem mais complexa do que um simples gene

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A obesidade tem sido uma questão crescente no mundo inteiro. A cada dia que passa, as pessoas comem mais e se exercitam menos. Além disso, com a proliferação dos famosos fast-foods, entra cada vez mais comida industrializada e outros tipos de besteiras na dieta da população média. Consequentemente, a obesidade vem se tornando um dos problemas mais sérios e graves do mundo inteiro.

A obesidade é citada por médicos como uma praga do século XXI. Se ela é vista com tanta urgência assim por especialistas, é porque é uma das coisas que mais levam à morte hoje em dia. Em suma, o número de pessoas com obesidade triplicou entre 1975 e 2016.

Como se isso já não fosse preocupante o suficiente, as crianças estão ficando cada vez mais obesas. Atualmente, no Reino Unido, quase um terço das crianças tem sobrepeso ou obesidade.

Obesidade

A obesidade está relacionada à vários problemas de saúde. E mais recentemente ela também demonstrou aumentar o risco de doenças graves depois da infecção com o COVID-19.

Claro que vários fatores podem contribuir para a obesidade. Sendo um deles a genética. E se perguntou a cinco especialista em genética, nutrição, obesidade e neurociência se realmente existe um gene da obesidade.

Para analisar a genética por trás da obesidade, os pesquisadores analisaram o DNA de várias pessoas para ver se eles conseguiam identificar determinados genes ou variações de genes que se correlacionavam com a obesidade.

“Estudos de associação do genoma em larga escala (GWAS) identificaram vários loci associados ao índice de massa corporal e não apenas um único loci / gene. No entanto, em  casos raros, a obesidade é causada por uma síndrome específica devido a uma mutação em um gene”, disse Cornelie Nienaber-Rousseau, especialista em nutrição da North-West University na África do Sul.

Genes

 

Esses genes que se correlacionam com a índice de massa corporal ou com a obesidade variam de forma bem ampla na sua função. O especialista em neurociência da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, Ivor Ebenezer explica que “esses genes controlam os hormônios, neurotransmissores, neuromoduladores e enzimas envolvidos na regulação da ingestão de alimentos e homeostase energética”.

Se for olhado por uma perspectiva evolutiva, não faz sentido que os genes que são passados de geração em geração ajudem as pessoas a ter uma condição perigosa como é o caso da obesidade.

“Se olharmos para trás na história, para uma época em que nossos ancestrais caçadores-coletores vagavam pela terra, descobrimos que o homem primitivo vivia principalmente de raízes vegetais, que são ricas em carboidratos, e animais caçavam para proteínas e gorduras. Havia períodos de muitos dias e às vezes semanas em que passavam fome. Os que sobreviveram eram capazes de armazenar gordura corporal em tempos de fartura para fornecer energia em momentos de dificuldade. Assim, a maioria de nós herdou genes de nossos ancestrais que predispõe-nos a acumular gordura corporal”, explicou Ebenezer.

Tais genes tinham um papel essencial para a sobrevivência quando a comida era escassa. Contudo, atualmente eles são prejudiciais para as pessoas. Já que temos um acesso fácil aos alimentos e não precisamos nos esforçar fisicamente para consegui-los.

Fatores

Por mais que a genética seja um fator que influencia a obesidade, ele não é o único. “A obesidade é uma característica extremamente complexa controlada por interações entre muitos fatores genéticos e ambientais. Basta olhar para as mudanças nos níveis de obesidade que observamos populações modernas versus nossos ancestrais recentes. Nossos genes não mudaram notavelmente durante este período”, explicou Richard Edwards, especialista em bioinformática e genética da UNSW Sydney, na Austrália.

Um fator que influencia de maneira forte é o ambiente em que a pessoa vive. “A obesidade se deve a um excesso de ingestão de energia, ou seja, alimentos, juntamente com uma diminuição no gasto de energia”, pontuou Ebenezer.

Além disso, Ebenezer também explica que “fatores ambientais, como fome materna ou consumo de alimentos com alto teor de açúcar, podem produzir mudanças epigenéticas no feto que podem resultar em obesidade na prole”.

Em conclusão vemos que, por mais que a genética contribua para obesidade, ela não é o único fator que está envolvido. E não existe somente um “gene da obesidade”.

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