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ONU diz que crise climática poderá matar mais do que câncer em alguns países

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Um comunicado da ONU lançado na última sexta-feira (04/11) apontou que “se as emissões de carbono continuarem altas, o impacto das mudanças climáticas na saúde pode ser até duas vezes mais mortal do que o câncer em algumas partes do mundo”. A afirmação se baseia em dados que foram divulgados recentemente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e pelo Laboratório de Impacto Climático.

A pesquisa utiliza como exemplo a cidade de Dhaka, capital de Bangladesh, onde as emissões são muito altas. De acordo com o relatório da ONU, até o ano de 2100 as mortes relacionadas às mudanças climáticas podem ser duas vezes mais numerosas do que as ocasionadas em decorrência a todos os tipos de câncer no país. Em comparação aos óbitos por acidentes de trânsito, a soma é dez vezes maior.

Já em Faisalabad, no Paquistão, as mudanças climáticas podem ser responsáveis por 67 mortes a cada 100 mil habitantes, em um ano. Esse número é superior ao de óbitos por derrame, a terceira principal causa de morte no país.

Disponível na plataforma Human Climate Horizons, o estudo também aponta que pode haver um aumento da desigualdade social por causa da crise climática. O levantamento usou como base documentos de desenvolvimento humano de 2020, 2021 e 2022, e várias pesquisas.

Intervalo entre 2015 e 2022 pode ser o mais quente da história, aponta ONU

Foto: Henry Nicholls/ REUTERS

A ONU também divulgou, neste último domingo (06/11), a data de abertura da 27ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), no Egito. Divulgou também que o período entre 2015 e 2022 caminha para ser o intervalo de oito anos mais quente já registrado na história devido a concentrações cada vez maiores de gases de efeito estufa e calor acumulado. A afirmação está registrada no relatório provisório sobre o estado do clima global de 2022, da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

O documento também informa que concentrações dos principais gases de efeito estufa – dióxido de carbono, metano e óxido nitroso – atingiram recordes em 2021, sendo que o aumento anual da concentração de metano foi o maior já registrado. Além disso, dados da primeira estação apontam que eles seguem aumentando em 2012. 

Ainda de acordo com o relatório da ONU, as ondas de calor extremas, secas e inundações afetaram milhões e custaram bilhões em 2022.

No Reino Unido, a temperatura ultrapassou os 40º pela primeira vez. Enquanto isso, no Paquistão, chuvas recordes levaram 1.700 pessoas à morte e 7,9 milhões foram deslocadas de forma forçada, chegando a 33 milhões de pessoas afetadas. Já na África Ocidental, a seca mais longa em 40 anos agravou a situação de insegurança alimentar de cerca de 20 milhões de pessoas.

“Muitas vezes, os menos responsáveis ​​pelas mudanças climáticas sofrem mais – como vimos nas terríveis inundações no Paquistão e a seca mortal e prolongada no Chifre da África. No entanto, mesmo sociedades bem preparadas este ano foram devastadas por extremos – como visto pelas prolongadas ondas de calor e secas em grande parte da Europa e sul da China”, afirma o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.

Aumento do nível do mar e derretimento das geleiras

Foto: Julian Zett/ Unsplash

O relatório também apontou que a taxa de aumento do nível do mar dobrou desde 1993. Apenas os últimos dois anos e meio sozinhos são responsáveis ​​por 10% do aumento geral do nível do mar desde que foram iniciadas as medições por satélite, há cerca de 30 anos.

No ano de 2022, a camada de gelo da Groenlândia perdeu massa pelo 26º ano consecutivo e choveu, ao invés de nevar, pela primeira vez no mês de setembro. Também de acordo com as medições iniciais, na Suíça, 6% do volume das geleiras foi perdido entre 2021 e 2022.

Recentemente, a ONU também informou que três terços das geleiras consideradas patrimônios mundiais podem desaparecer até 2050.

“Já é tarde demais para muitas geleiras e o derretimento continuará por centenas, senão milhares de anos, com grandes implicações para a segurança da água. Embora ainda medimos isso [aumento do nível do mar] em termos de milímetros por ano, isso soma meio a um metro por século e isso é uma grande ameaça de longo prazo para muitos milhões de habitantes costeiros e estados de baixa altitude”, afirma o secretário-geral da OMM.

Fonte: Revista Galileu, CNN

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