Ciência e Tecnologia

OpenAI: Elon Musk tentou assumir o controle

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Recentemente, a OpenAI e Elon Musk tiveram uma pequena briga jurídica, uma vez que o co-fundador da empresa de desenvolvimento de inteligência artificial teria “se afastado da missão original”.

Isso aconteceu após a divulgação de lucros através do financiamento e da parceria bilionária com a Microsoft.

Por outro lado, a resposta da empresa para Elon Musk veio em uma publicação assinada pelos outros fundadores da OpenAI. Nela, ele refuta todas as alegações do ex-parceiro.

A empresa afirmou que Musk contribuiu com pouco em comparação com as ambições de IA projetadas. Contudo, em certo momento, tentou assumir o controle total ao fundir a OpenAI com a Tesla Motors, sua fabricante de carros elétricos.

O que aconteceu?

Via Yahoo Finance

Em 29 de fevereiro de 2024, Elon Musk entrou com uma ação contra a OpenAI. Ele acusa o CEO Sam Altman e o presidente Greg Brockman, também co-fundadores, de “trair a missão” da empresa.

No caso, o objetivo seria incentivar o progresso das IAs para ajudar a humanidade. O propósito final seria a IA Geral, capaz de executar todas as tarefas humanas.

Conforme alegado por Musk, Altman e Brockman o persuadiram a financiar a OpenAI no início, quando foi estabelecida em 2015, como uma alternativa aberta ao que o Google estava fazendo com a DeepMind, outra startup que também era de código aberto antes de ser adquirida.

O proprietário da Tesla, SpaceX e X afirma que a empresa que ele ajudou a fundar se transformou em uma subsidiária fechada da gigante de Redmond.

Com isso, deixou seu propósito, que era permanecer como uma fundação sem fins lucrativos, com acesso aberto às suas ferramentas de IA e códigos-fonte.

No entanto, o que Musk não menciona no processo é a existência de duas entidades OpenAI.

Duas empresas?

A original, OpenAI Inc., é de fato uma organização sem fins lucrativos, através da qual as partes abertas de suas soluções, como a versão pública do GPT e ChatGPT, são disponibilizadas.

Esta é a principal acionista (51%) da OpenAI Global, LLC., uma empresa de capital fechado que fez parceria com a Microsoft, detendo 49% de suas ações.

Enquanto isso, a OpenAI Global surgiu para angariar o capital necessário para o desenvolvimento da IA Geral e das soluções abertas da OpenAI Inc.

Consequentemente, a maioria das soluções da primeira são de código fechado, como as integradas aos produtos da empresa de Satya Nadella, como por exemplo, o Copilot, disponível em versão prévia em todas as instalações do Windows 11.

Para acessar a versão completa, integrada ao Office Microsoft 365, é necessário pagar R$ 110/mês.

Exigências

No processo, Musk está exigindo que Altman e Brockman voltem a concentrar seus esforços no desenvolvimento de soluções em IA de código aberto, e que o GPT-4 se torne uma IA Geral.

Isso invalidaria o acordo de distribuição com a Microsoft. No entanto, ainda estava pendente a resposta da empresa de Altman e Brockman.

Agora, em uma publicação no blog da OpenAI, os dois, juntamente com os outros co-fundadores, refutaram as acusações de Musk. Eles alegam que o magnata, como de costume, não é o “herói” dessa história.

Resposta da OpenAI

Na publicação feita nesta terça-feira (5), os líderes da OpenAI afirmam que a quantia inicial necessária para impulsionar o avanço da IA era muito maior do que inicialmente previsto.

O montante inicial, que surgiu de uma proposta de Altman e Brockman, era de US$ 100 milhões. Entretanto, Musk, em um e-mail, convenceu ambos de que seria necessário um capital maior, de US$ 1 bilhão.

Musk investiu apenas US$ 45 milhões de seu próprio dinheiro, enquanto a OpenAI levantou outros US$ 90 milhões.

Em 2017, a empresa começou a avaliar a quantidade de poder computacional necessária para desenvolver uma IA Geral e concluiu que isso seria inviável como uma organização sem fins lucrativos.

Eles consideraram que demandaria bilhões de dólares por ano. Portanto, surgiu a necessidade de estabelecer a OpenAI Global.

De acordo com a OpenAI, Musk não se opôs à mudança de rumo e compreendeu a necessidade de tornar a empresa privada, e até concordou em não compartilhar abertamente todos os produtos da empresa, apenas os menos cruciais.

No entanto, o executivo sugeriu que, como parte do processo de tornar a empresa mais privada, a OpenAI fosse absorvida pela Tesla, transformando-a em uma espécie de “vaca leiteira” para a montadora, usando suas próprias palavras.

Via CurtoNews

Divergência no controle

No entanto, Musk exigiu assumir o cargo de CEO da startup, obter participação majoritária e controle do conselho de administração. Nisso, ele adotaria, essencialmente, o mesmo modelo de gestão que emprega em suas outras empresas.

Quando Altman e Brockman rejeitaram a proposta, argumentando que “entregar controle total a uma única pessoa” contradizia os princípios da OpenAI, o bilionário decidiu retirar-se, afirmando que investiria em IA “por conta própria”.

A publicação inclui vários e-mails trocados entre Musk e os executivos da OpenAI, visando validar suas afirmações. Até o momento, Musk não se pronunciou sobre a resposta.

Na visão de Musk, absorver a OpenAI e controlá-la pessoalmente seria a única maneira de competir com o Google no mercado de algoritmos avançados desenvolvidos pela DeepMind.

Isso porque eles já demonstraram usos notáveis, incluindo a capacidade de um sistema especialista compreender heurísticas, como demonstrado no jogo de Go.

Neste ponto, é difícil prever o desfecho desse litígio contra a OpenAI, mas uma coisa é clara: Elon Musk não iniciou o processo exclusivamente por preocupação com o futuro da humanidade.

 

Fonte: MeioBit

Imagens: CurtoNews, Yahoo Finance

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