Política

País quer migrar para o Metaverso e avança no objetivo

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Há alguns meses, o país Tuvalu ganhou as mídias com uma situação pouco positiva, mas inovadora. Se você não possui conhecimentos em Geografia ou temas gerais, é provável que não reconheça esse território no mapa.

As nove ilhas que compõem este arquipélago no Pacífico abrangem uma área total de 26 quilômetros quadrados, aproximadamente equivalente ao tamanho da cidade de Diadema, na região metropolitana de São Paulo. A população não ultrapassa os 12 mil habitantes.

Tuvalu, anteriormente uma colônia britânica, ganhou destaque em 1989, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) identificou esse pequeno país como um dos mais vulneráveis ao desaparecimento no século XXI, devido às mudanças climáticas.

E foi isso que aconteceu. O aumento do nível dos oceanos, resultante do derretimento da calota polar, representa uma ameaça iminente para o país Tuvalu e outras ilhas do Pacífico, incluindo as próximas Fiji, Samoa, Tonga e Ilhas Salomão.

A situação, no entanto, é especialmente preocupante, uma vez que o território é predominantemente plano, com seu ponto mais elevado estando a menos de cinco metros acima do nível do mar.

Diante desse panorama catastrófico, os líderes locais elaboraram um plano, já em execução, com o objetivo de transformar Tuvalu na primeira nação digital da história.

Via Wikimedia

O que é um país digital?

O tema se tornou popular em 2023, quando o país Tuvalu anunciou suas intenções. Na época, outros 12 países haviam aderido à nova definição de estado de Tuvalu. Hoje, em janeiro de 2024, esse número aumentou para 25.

A iniciativa dos líderes de Tuvalu é recriar o território no Metaverso, proporcionando um ambiente digital onde os habitantes do plano físico podem continuar se encontrando. Para alcançar esse objetivo, uma equipe já mapeou todas as características físicas e culturais do povo.

O plano de se tornar uma “nação digital” foi anunciado no final de 2022 pelo ministro das Relações Exteriores, da Justiça e das Comunicações, Simon Kofe.

A decisão aconteceu durante seu discurso na COP27, a conferência das Nações Unidas sobre o clima, realizada naquele ano no Egito.

As autoridades já realizaram o mapeamento tridimensional das 124 ilhas e ilhotas que compõem o território. Além disso, estão desenvolvendo um passaporte digital para facilitar casamentos e participações em eleições online, e investiram na infraestrutura nacional de comunicações.

O governo ainda está consultando a população para saber o que eles desejariam preservar digitalmente.

E qual o problema?

O principal desafio reside na ausência de uma legislação específica sobre nações digitais, uma vez que o direito internacional estipula que as nações devem possuir um “território definido” para sua existência.

A tentativa das autoridades de criar uma réplica digital do país Tuvalu no metaverso visa estabelecer um novo “território definido”, contornando essa limitação jurídica.

Além disso, o país modificou a definição de Estado em sua Constituição, estabelecendo que “o Estado de Tuvalu, dentro de seu contexto histórico, cultural e jurídico, permanecerá para sempre no futuro. Independentemente dos impactos das mudanças climáticas ou de outras causas que resultem na perda do território físico”, conforme anúncio.

Até o momento, nenhum país de grande porte aceitou os termos propostos por Tuvalu. Simultaneamente, nenhum desses países tomou medidas significativas para reduzir as emissões dos gases responsáveis pelo aquecimento global.

Via Flickr

E a população?

Os residentes de Tuvalu têm a opção de se mudar para a Austrália, caso desejem, embora essa oportunidade não se estenda a todos.

Conforme estipulado em um acordo firmado em novembro, os governos decidiram que a maior nação da Oceania concederá acesso à residência permanente a até 280 imigrantes tuvaluanos a cada ano.

No entanto, representantes do governo australiano esclareceram ao jornal britânico The Guardian que o tratado não contempla a transferência de toda a população de Tuvalu para o país vizinho. Portanto, não há previsão de uma “migração em massa”.

Sobre o país Tuvalu

Tuvalu, situado pouco abaixo da linha do Equador, entre a Austrália e o Havaí, foi governado pela Inglaterra de 1892 a 1976, ano em que conquistou sua independência.

Em 1986, a população expressou sua preferência por manter uma monarquia constitucional independente. Dessa forma, passou a ter um monarca britânico como chefe de Estado, representado por um governador-geral, e um primeiro-ministro, atualmente Kausea Natano.

A capital de Tuvalu é Funafuti, localizada na ilha de mesmo nome, onde reside metade da população do país. O inglês e o tuvaluano são as duas línguas oficiais.

A região se destaca por suas atividades tradicionais de pesca e cultivo de palmeiras. Tuvalu possui praticamente um único produto de exportação, a polpa seca do coco.

 

Fonte: Olhar Digital

Imagens: Flickr, Wikimedia

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