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Palavrões na moda: como isso afeta nossas crianças?

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Se você está nas redes sociais, provavelmente se deparou com a trend de palavrões no TikTok, Instagram e outras plataformas, onde crianças são deixadas sozinhas para falarem quantas palavras quiserem, sob a confiança de não sofrerem retaliação ou broncas.

Claro, o conteúdo é engraçado, em um primeiro momento, especialmente por pessoas tão pequenas reproduzirem as palavras e se empolgarem com os palavrões.

No entanto, essa trend não despertou interesse apenas pela fofura, mas também pelas preocupações sobre como essa tendência pode afetar as crianças.

Especialistas e vários perfis levantaram questões pertinentes. Pense por um instante em ser encorajado a soltar todos os palavrões que conhece diante de um espelho.

Para adultos, isso pode ser visto como um desabafo, mas e quando são as crianças fazendo isso, influenciadas por familiares ou amigos próximos?

Via G1

Riscos da trend de palavrões

A educadora parental Gabi Moutinho resume a preocupação central em poucas palavras. Segundo ela, existe uma quebra de confiança. Ela alerta para o risco de minar a confiança entre a criança e quem a encoraja a participar dessa tendência.

Afinal, os pais, que gravam a reação e falam com os filhos antes de tudo, prometem que não ficarão sabendo e que não terá nenhum castigo.

No entanto, quando a criança percebe que sofreu uma exposição, sente que existiu uma violação no lugar que ela considerava seguro.

Afinal, os pais são suas principais figuras de referência. Ela pode pensar que, ‘se as pessoas em quem eu deveria confiar, não posso confiar’, a criança se torna sensível e pode desenvolver outros comportamentos no futuro.

A psicóloga Aline Silva acrescenta que essa moda da trend de palavrões pode causar “confusão de informações” para a criança, que não compreende a incoerência entre o que é instruído a não fazer e o que é incentivado naquele momento.

Além disso, se os pais dizem que algo não pode, como falar palavras ‘feias’, e, em seguida, pede para a criança realizar essa ação, expondo-a na internet, pode gerar confusão. Inclusive, prejudica a comunicação dos pais com ela e a confiança que ela deposita neles.

Lado negativo

Outro fator apontado pelas especialistas são os lados negativos da exposição nas redes sociais, especialmente em uma tendência controversa como a trend dos palavrões.

Além dos quesitos de confiança e comunicação entre a família, também existem opiniões sobre a forma de exposição que a criança sofre na internet. Em muitos casos, existiu ataques verbais e retaliação dos usuários, por exemplo.

Isso é normal quando se participa de uma tendência que divide opiniões, que é altamente controversa. Muitas pessoas podem ver e julgar de forma negativa, aumentando a possibilidade de exposição das crianças a opiniões negativas e até mesmo a situações constrangedoras fora daquele ambiente.

Muitos não associam que essas crianças possuem um círculo social fora da rede, e colegas, pais e amigos podem ver esses vídeos, gerando situações desconfortáveis na vida real.

Via Freepik

No entanto, seria possível se expor de forma positiva nas redes sociais? As profissionais Gabi Moutinho e Aline Silva têm perspectivas diferentes sobre esse assunto.

Aline acredita que qualquer forma de exposição, especialmente para crianças mais novas, não é ideal devido à falta de discernimento da criança sobre o alcance da exposição. Em sua opinião, ela ainda não compreende o quanto aquilo pode expô-la.

Por outro lado, Gabi sugere que pode haver um equilíbrio, no qual a criança se sinta confortável e feliz com a exposição. Em sua opinião, existe uma forma de exposição na qual a criança escolha participar e tenha sua posição respeitada.

Nesses casos, a probabilidade de a criança sofrer algum dano é muito menor, porque ela participou do processo de decisão.

Seja como for, vale ter atenção para a trend dos palavrões, e monitorar a exposição infantil a assuntos e intercorrências mais adultas.

 

Fonte: Capitalist

Imagens: G1, Freepik

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