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Passe Divino? Série religiosa ganha licença para gravar mesmo durante a Greve dos atores

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A Greve dos atores se tornou real na última quinta-feira (13), resultando na suspensão por tempo indeterminado de diversas produções, mas a série religiosa The Chosen conseguiu voltar.

Para surpresa de muitos, a trama baseada na história de Jesus Cristo ficou apenas dois dias sem seu elenco no set.

Esse retorno repentino foi possibilitado graças à concessão de uma licença especial pelo Sindicato dos Atores Americanos (SAG-AFTRA), permitindo que as gravações da quarta temporada fossem retomadas. Parece quase um milagre, não é?

The Chosen

Via Gospel Prime

The Chosen tornou-se a primeira produção a voltar ao trabalho tão rapidamente após o anúncio das paralisações.

Essa proeza aconteceu pelo SAG-AFTRA por meio de um Acordo Interino, que concedeu uma isenção à greve para produtores independentes.

Nesse caso específico, a série possui poucos laços com a Aliança Americana de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP), entidade que representa os grandes estúdios, o que possibilitou a permissão para prosseguir com as filmagens.

As três primeiras temporadas estarão disponíveis para streaming devido a um convênio com a Angel Studios, um estúdio independente responsável pela produção, em parceria com a Lionsgate e a Netflix.

No entanto, a série ainda atende aos critérios para o Acordo Interino. Isso ocorre porque a quarta temporada ainda não foi vendida para nenhuma plataforma de streaming.

Além disso, é importante destacar que a principal forma de viabilizar a produção da trama bíblica é através de financiamentos, o que também contribuiu para a sua elegibilidade ao Acordo Interino.

Com essa licença especial em mãos, a série pode continuar a sua jornada, levando a história de Jesus Cristo aos espectadores, sem grandes interrupções causadas pela greve dos atores.

Greve dos atores

A greve dos atores foi uma medida drástica tomada por 160 mil artistas após um impasse entre os sindicatos e a Alliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP). Essa é uma associação que representa várias gigantes empresas de produção de filmes e séries, incluindo a Sony, a Disney, a Warner e outras.

As reivindicações dos artistas se justificam e abrangem questões importantes para a classe. Uma das principais demandas é uma revisão nos royalties pagos pelas plataformas de streaming.

Com o crescimento exponencial desses serviços, os atores sentem que suas compensações não estão refletindo adequadamente a distribuição e o sucesso de suas obras nos ambientes digitais.

Isso porque existem milhões de visualizações posteriores nas obras, que não refletem no repasse. Grande parte do recebimento fica com os streamings, e mesmo artistas protagonistas não recebem o residual.

E uma vez que a maioria dos lançamentos agora se concentra nessas plataformas, a reinvindicação preza pelo ajuste dos atores.

Não existe obrigatoriedade na participação, mas o interesse é coletivo, e muitos aderiram ao protesto.

Via TechTudo

Uso da inteligência artificial

Outro ponto sensível levantado pelos artistas é o uso indiscriminado de inteligência artificial nas produções dos estúdios.

Em algumas circunstâncias, as imagens dos atores são replicadas por meio dessa tecnologia. No entanto, os artistas não recebem qualquer remuneração ou mesmo sequer autorizam tal prática.

Uma vez que cedem sua imagem para a plataforma ou produtora, ela permanece no arquivo. Porém, o uso não retorna lucros para nenhum dos artistas.

Esse é um tema de grande preocupação para a classe. Afinal, eles buscam ter controle sobre o uso de suas imagens individuais e receber uma compensação justa por essas reproduções.

Nesse sentido, o Sindicato dos Atores procura garantir que todo e qualquer uso individual da imagem dos artistas seja feito mediante consentimento prévio, protegendo os direitos e os interesses dos profissionais.

Mesmo que exista a autorização prévia, solicita-se um contrato individual para cada momento e gravação.

No entanto, a AMPTP recusou essa demanda, o que gerou ainda mais tensão nas negociações e resultou na paralisação das atividades. Poucas séries e filmes atuais, como The Chosen, continuaram com as gravações.

Além disso, roteiristas e produtores secundários se juntaram à causa, aumentando as paradas.

A greve dos atores representa um movimento poderoso em busca de maior equidade e reconhecimento para a classe artística.

Com milhares de profissionais unidos, eles demonstram a importância de serem valorizados e respeitados em um setor que, muitas vezes, é conduzido por grandes corporações.

A luta continua enquanto ambas as partes buscam encontrar um acordo que atenda aos anseios dos artistas e promova uma indústria audiovisual mais justa e inclusiva.

 

Fonte: Terra

Imagens: Gospel Prime, TechTudo

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