Dois ativistas do clima vandalizaram um iate em Ibiza, na Espanha, durante o último fim de semana, de acordo com informações da agência de notícias Bloomberg.
Utilizando tinta vermelha e preta, os ativistas depredaram a embarcação com extintores de incêndio e exibiram uma placa com a mensagem “Você consome, outros sofrem”.
Conforme relatado, o iate pertenceria a Nancy Walton Laurie. Ela é herdeira da rede Walmart, e possui avaliação em US$ 300 milhões (aproximadamente R$ 1,5 bilhão na cotação atual).
A embarcação, que navega sob a bandeira da Jamaica, possui 110,1 metros de comprimento e pode hospedar 34 convidados.
Os ativistas climáticos são membros do grupo ambientalista Futuro Vegetal. Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, eles justificam a ação, alegando que o atual sistema econômico está levando o planeta a um colapso ecossocial para sustentar os privilégios de uma pequena classe privilegiada.
Além disso, argumentam que os super-ricos se beneficiam do sofrimento alheio, colocando toda a vida do planeta a seu serviço. Ainda, exploram animais e destroem o território, independentemente das consequências em termos de sofrimento e morte.
Conforme a agência de notícias, os ativistas foram detidos na segunda-feira, dia 17, e liberados 18 horas depois. Eles receberam acusação de causar danos ao patrimônio.
Pena para os dois ativistas
As penalidades para o crime de vandalismo podem variar dependendo do país, estado ou jurisdição em questão.
Em geral, o vandalismo é considerado um crime contra a propriedade, que envolve a destruição, dano ou alteração ilegal de bens materiais pertencentes a outras pessoas, empresas ou ao governo.
Assim, em muitos casos, os infratores podem ser condenados a pagar multas para compensar os danos causados à propriedade vandalizada.
Contudo, casos mais graves levam os infratores a enfrentar pena de prisão. A duração pode variar de acordo com a gravidade do vandalismo e as leis locais.
Algumas jurisdições podem impor sentenças de serviço comunitário, onde os infratores são obrigados a cumprir horas de trabalho em projetos de interesse público, como limpeza de áreas públicas.
Além disso, em alguns casos, os infratores podem ser obrigados a pagar pelos reparos e danos causados à propriedade vandalizada.
Atualmente, o caso dos dois ativistas contra o iate resultou apenas em antecedentes criminais. Isso pode ter implicações futuras para os jovens no tocante de oportunidades.
Movimentos sociais
As manifestações e críticas contra bilionários têm ganhado cada vez mais força, especialmente entre a nova geração.
Grupos e movimentos que defendem uma distribuição mais justa de riqueza e recursos têm se formado em todo o mundo.
Eles buscam chamar a atenção da mídia e do público para as desigualdades econômicas e sociais exacerbadas pela concentração de riqueza nas mãos de poucos indivíduos extremamente ricos.
Essas manifestações contra bilionários e suas práticas se impulsionam, em grande parte, pelas redes sociais e pela crescente conscientização ambiental e social.
Muitos ativistas e membros da sociedade civil se mobilizam para denunciar a influência desproporcional de grandes fortunas sobre os sistemas políticos e econômicos.
Além disso, falam das consequências negativas que essa concentração de riqueza pode ter para a sociedade em geral.
Nesse contexto, algumas pessoas têm optado por tomar atitudes mais radicais ou chamativas, como o caso dos dois ativistas climáticos na Espanha.
Assim, conseguem colocar em evidência as questões envolvendo a desigualdade financeira e a responsabilidade dos bilionários no que tange aos desafios globais, como as mudanças climáticas, a pobreza e a exploração de recursos naturais.
Embora nem todos concordem com essas formas mais disruptivas de protesto, é inegável que elas têm conseguido chamar a atenção da mídia.
Dessa forma, estimulam o debate público sobre o papel dos bilionários na sociedade e sobre as medidas necessárias para construir um sistema econômico mais justo e sustentável.
Essa crescente mobilização mostra que as questões relacionadas à desigualdade de riqueza e à influência dos super-ricos na política e na economia estão se tornando temas centrais na agenda de muitos jovens e ativistas ao redor do mundo.
Fonte: Terra
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