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Pessoa que tatuou foto de menino negro ainda não foi localizada, segundo mãe

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Uma tatuagem de menino negro ganhou visibilidade nas redes sociais após descoberta que não houve autorização por parte da família para o uso da imagem. Além disso, a mãe do garoto afirmou que a pessoa ainda não foi localizada.

O acontecimento viralizou nas redes sociais após a convenção de tatuagem “Tattoo Week”, que ocorre em São Paulo todos os anos, reunindo tatuadores de todas as partes do Brasil. Além de interações e networking, os profissionais competem em algumas modalidades para receber prêmios em dinheiro.

O caso ganhou repercussão depois que a mãe do garoto usado em tatuagem de menino negro, Daniele de Oliveira Cantanhede, mais conhecida como Preta Lagbara, denunciou nas redes sociais o trabalho do profissional Neto Coutinho.

O tatuador ganhou dois prêmios durante a convenção que ocorreu em outubro, uma delas com a reprodução da foto da criança. Foi descoberto, mais tarde, que a imagem do menor de idade não foi autorizada pelos pais nem pelo fotógrafo responsável.

Acredita-se que a pessoa que pediu pela tatuagem a localizou na internet e solicitou a realização do desenho em seu corpo, sem consultar as fontes ou as autorizações necessárias.

A mãe do garoto exige que a pessoa seja localizada e que realize a remoção do desenho. Em desabafo, ela disse que ainda não sabe quem é e as autoridades não informaram nada sobre o caso.

Via Gazeta

Ela fala sobre a situação e que ainda parece surreal que ainda tenha tatuado “a cara do filho dela” e não exista a possibilidade de saber a identidade do solicitante.

Advogado acusa tatuagem de menino negro como racismo

A mãe do garoto que apareceu na tatuagem de menino negro tem um representante oficial, Djeff Amadeus, que também é diretor do Instituto de Defesa da População Negra.

Para ele, “se a pessoa branca que recebeu a tatuagem não se oferecer para fazer a retirada, isso configurará que ela é uma racista assumida”. Esse entendimento vem da análise de se sentir proprietária dos corpos negros, como nos tempos de escravidão.

Por isso, esperam que a pessoa com a tatuagem, branca, assuma essa posição e realize a remoção da foto não autorizada. Para o advogado, também é um exemplo para o Brasil, e, caso contrário, o debate continuará no Judiciário, inclusive em termos indenizatórios.

A equipe irá convocar movimentos negros para serem amigos da corte nessa ação se for necessário. A indicação é que se trata de um debate nacional sobre antirracismo, além de divulgar a importância da autorização de uso de imagem, mesmo em crianças e mesmo trabalhos públicos na internet.

Tatuador se desculpou

Via G1

O tatuador Neto Coutinho, que realizou a tatuagem do menino negro durante a convenção, veio a público pedir desculpas para a família. Ele também diz que quer resolver a situação de forma pacífica, mas está se pronunciando por meio do seu advogado de defesa, Gabriel Rodrigues.

O caso já possui a identificação da pessoa com o desenho por conta do trabalho realizado de Neto. No entanto, essa informação não saiu nem mesmo para a mãe do menino, que se indignou nas redes sociais. Além disso, não existe a localização da pessoa, apenas a confirmação da sua identidade.

A defesa de Neto afirmou para a mídia que não deseja revelar detalhes do assunto e trataria apenas com os envolvidos, para buscar uma resolução privada e negociações sem a presença pública.

Enquanto isso, a equipe técnica que premiou o tatuador informou que os critérios foram unicamente por conta de técnica e exibição artística, no caso, o realismo. Por esse motivo, a comissão de tatuadores premiados pontuou a tatuagem do menino negro como vencedora. No entanto, o prêmio em dinheiro não foi entregue.

A organização do evento ainda reforçou que apenas as pessoas que recebem a tatuagem e o tatuador possuem responsabilidade sobre a imagem, e não outros envolvidos.

 

Fonte: G1

Imagens: G1, Gazeta

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