Política

Petróleo entra em estado de atenção do mercado com conflito ganhando força em Israel

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Os embates militares entre Israel e o grupo islâmico palestino Hamas estão gerando inquietações nos mercados quanto à produção e ao preço do petróleo.

Nesta segunda-feira (9), os valores da commodity registraram um aumento superior a 4%.

O petróleo Brent encerrou com um acréscimo de 4,22%, atingindo US$ 88,15 por barril. O petróleo dos Estados Unidos, também conhecido como WTI, teve um avanço de 4,3%, fechando a US$ 88,38 por barril.

De acordo com o economista e CEO da Multiplike, Volnei Eyng, aproximadamente 1/3 da produção global de petróleo provém do Oriente Médio.

Via Empiricus

Assim, com o aumento nos preços do óleo, há uma tendência de escalada na inflação global, que já se encontra em patamares elevados.

Eyng faz uma comparação com o início do conflito Rússia-Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022. Na época, foi quando o preço do petróleo e do gás também subiu rapidamente.

Com isso, colocou a Europa em uma situação desafiadora, da qual ainda se esforça para se recuperar.

Para Rodrigo Glatt, sócio da GTI Administradora de Recursos, sempre que ocorre um evento de guerra, como foi o caso na guerra da Ucrânia, o mercado fica mais tenso e os preços do petróleo sobem.

Isso porque existe a consciência de que isso pode eventualmente afetar a produção, especialmente a dos países árabes.

Caso o conflito atinja proporções maiores, envolvendo Irã, Arábia Saudita, Iraque ou outros grandes produtores árabes, a tendência é que a produção de um deles diminua, impactando nos preços.

Segundo Glatt, o mercado antecipa isso, avaliando o cenário e especulando sobre a precificação futura.

Duas faces da economia

Glatt destaca duas vertentes nesse cenário: sob a ótica do crescimento global, a redução na produção de petróleo resultaria em um aumento nos preços, o que, do ponto de vista econômico, é uma perspectiva desfavorável.

Contudo, analisando pelo prisma oposto, com a ascensão do Ibovespa e do S&P, talvez a situação não seja tão negativa, especialmente considerando a crescente preocupação com o superaquecimento da economia.

Como ele observa, se acontecer uma desaceleração desse aquecimento econômico, o crescimento vai diminuir, levando a uma dinâmica com juros menores, especialmente nos Estados Unidos.

Rubens Terra, diretor de investimentos na gestora Equus Capital, explica que o preço do petróleo disparou após o início do conflito, devido à preocupação de que a crise pudesse afetar a oferta dos países árabes, que lideram a produção mundial.

Entretanto, ele destaca que Israel e Palestina não são produtores relevantes, tornando o risco, neste momento, mais especulativo do que uma realidade concreta.

Impacto no mercado brasileiro

Via CNN

O aumento no preço do petróleo impulsionou o Ibovespa nesta primeira sessão após o início dos confrontos em Israel. Com isso, a bolsa encerrou com um ganho de 0,86%, atingindo os 115.156 pontos.

Esse movimento acompanhou a recuperação dos mercados globais após as primeiras horas de cautela devido aos desdobramentos dos conflitos.

A dinâmica colocou as ações da Petrobras entre os maiores destaques do dia, com as ações preferenciais (PETR4) registrando um aumento de 4,3%, enquanto as ordinárias (PETR3) apresentaram uma alta de 4,1%.

No entanto, as maiores valorizações foram observadas em outras empresas, com destaque para a PRIO (PRIO3), que teve um salto de 8,78%, e a PetroRecôncavo (RECV3), com um aumento de 8,7%.

Como explica Leandro Petrokas, diretor de pesquisa e sócio da Quantzed, o aumento no preço do petróleo ocorre devido à apreensão com possíveis sanções e/ou cortes na produção de petróleo do Irã.

Dado o envolvimento do Irã no planejamento do ataque junto ao Hamas, é possível que haja sanções ou reduções na produção, o que poderia impulsionar ainda mais os preços do petróleo.

“Possíveis confrontos diretos entre Irã e Israel podem agravar ainda mais a situação, resultando em um aumento significativo nos preços do petróleo”, acrescenta.

 

Fonte: CNN

Imagens: CNN, Empiricus

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