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Polícia faz operação em residência da Mulher da Casa Abandonada e investiga abandono de incapaz

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A história da Mulher da Casa Abandonada se tornou uma das mais reproduzidas e comentadas no último mês ao redor do Brasil. Assim sendo, a Polícia Civil de São Paulo cumpriu, na tarde desta quarta-feira (21), um mandado de busca e apreensão na residência, que ficou famosa, de Higienópolis, região central da capital.

Assim sendo, para entrar na casa, a polícia arrombou uma janela. Essa operação faz parte de uma investigação de possível abandono de incapaz, tendo como vítima Margarida Bonetti, 63 anos, moradora do casarão, que ficou conhecida como A Mulher da Casa Abandonada.

Ela passou por avaliação médica para analisar se teria condições de ficar sozinha na casa. Já Margarida afirmou que não quer deixar o local. O início da investigação se deu quando vizinhos da casa em Higienópolis ligaram para diversas delegacias informando que havia uma pessoa que apresentava problemas de saúde mental morando no local e que precisava de ajuda.

De acordo com o investigador chefe da Seccional Centro Luís Carlos Zaparolli, no interior da casa, havia entulho, restos de comida e lixo. Além disso, um cachorro que estava na cozinha foi resgatado.

Mulher da Casa Abandonada

mulher da Casa abandonada

Reprodução

Chico Felitti investigou o caso da Mulher da Casa Abandonada para o podcast da Folha de S. Paulo, lançado em junho. Até esse momento, a mulher era uma espécie de lenda urbana, considerada mística, como uma bruxa ou uma assombração. Porém, com a investigação, descobriu-se que ela cometeu crimes ao longo da vida.

Margarida Bonetti pertencia à elite paulistana, assim como toda sua família. Como descendente de barões de uma época não tão distante, ela se mudou para os Estados Unidos para acompanhar o trabalho do marido, Renê Bonetti, engenheiro. Dessa forma, ele trabalhava para uma empresa que prestava serviços à Nasa na época.

O casal levou uma mulher para cuidar da residência onde ficariam nos Estados Unidos. Contudo, quando vizinhos perceberam o que realmente acontecia na casa, denunciaram à polícia diversas vezes. A mulher estava sendo mantida em trabalho análogo à escravidão, vivendo em um porão.

Ela não recebia salário e o casal ainda a agredia, além de não ter acesso aos armários ou geladeira da residência. Com a acusação, Bonetti fugiu do país e o FBI a colocou na lista de pessoas foragidas. Já o marido, que se naturalizou estadunidense, permaneceu.

Portanto, ele ficou preso por sete meses e, no julgamento, afirmou que a funcionária não poderia ser considerada como tal, porque ela era “da família” e “trabalhava menos que o casal”. Atualmente, Renê ganha um salário equivalente a R$ 1 milhão enquanto Margarida se mudou para a casa em Higienópolis.

Contudo, de acordo com o delegado da Polícia Civil de São Paulo, Oswaldo Nico, não há mandado de prisão contra Margarida porque o crime prescreveu.

“É um trabalho até social, não estamos com o mandado de prisão, o mandado dela está prescrito, estamos em um mandado de busca porque […] ela está lá com esse lixo todo, convivendo, tem animais na casa, ou seja, é um problema social. Vamos procurar ajuda médica para tentar uma condição melhor para ela, tentar ver algum parente, alguma coisa, é uma questão mais social do que policial”, disse Nico à Band durante a operação.

Mídia

Reprodução/Redes sociais

A operação foi acompanhada por dezenas de pessoas. Uma das pessoas presentes foi Luisa Mell, ativista de direitos animais e influenciadora digital. Na ocasião, a ativista entrou na mansão para tentar resgatar um cachorro que estava em posse da idosa.

“Os policiais que encontraram, estava muito assustado, quando a gente entrou ela arrancou o cachorro da minha mão, enfiou dentro da malha [da blusa] e começou sufocar o cachorro. Eu peguei ele e saí correndo”, disse.

“Eu falei: ‘Você vai matar o cachorro’, ela falou: ‘Vocês querem tirar tudo de mim’. Ela falou que o cachorro era dela e que não íamos levar. Ela não quis dar, a delegada pediu, quando eu peguei, ela me deu uma gravata e saiu atrás de mim. Eu não posso ir lá atrás, ela vai me bater, ela veio para bater. Ela bateu nos policiais”, relatou.

Alguns internautas discordam com a atitude da influenciadora ao mostrar toda a ação. “Parabéns Luisa Mell, conseguiu transformar um assunto de escravidão (seríssimo) em holofote para si. Desnecessário. Nota 0!”, escreveu um.

Fonte: G1

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