Saúde

Por que a febre maculosa não causa mortes em Santa Catarina?

0

De acordo com informações do Ministério da Saúde, o estado de Santa Catarina tem o maior número de casos de febre maculosa neste ano. Desde janeiro, foram registrados 17 casos da doença do carrapato na região.

No entanto, o fato mais surpreendente é que não houve nenhuma morte confirmada oficialmente. Apesar de não ser amplamente conhecido, há uma explicação natural para essa baixíssima taxa de letalidade da doença na região.

A explicação para a ausência de mortes relacionadas à infecção transmitida pelo carrapato-estrela em Santa Catarina, mesmo com o alto número de casos, está relacionada ao tipo de bactéria que circula na região, a Rickettsia parkeri.

Segundo as autoridades locais, o agente infeccioso da febre maculosa é menos agressivo do que aquele atualmente presente no Sudeste, onde a cidade de Campinas enfrenta um surto com quatro mortes oficialmente confirmadas.

Números

Via CanalTech

Nos últimos 17 anos, segundo dados de 2017, até 2023, o estado de Santa Catarina apresentou surpreendentes 579 casos de febre maculosa, o que resulta em uma média de 34 diagnósticos por ano.

No entanto, apesar da alta incidência, não houve registros de óbitos nesse período. Exatamente, não houve nenhum óbito.

Ao analisar os dados preliminares deste ano, já foram identificados 17 casos da doença do carrapato em Santa Catarina.

Esse é o maior número de confirmações em um único estado brasileiro. No entanto, mais uma vez, nenhum desses casos evoluiu para óbito.

Por outro lado, é importante fazer uma comparação com a realidade do estado de São Paulo. No mesmo período de 17 anos, registrou-se 1.064 casos, o que equivale a uma média de 62 por ano.

No total, ocorreram 574 mortes, o que representa uma média de 33,7 por ano. Neste ano, foram registrados apenas 7 casos, mas já ocorreram 4 mortes.

Por que não existem óbitos dos casos de febre maculosa em SC?

Para compreender a grande discrepância nos casos de febre maculosa é importante explicar que a doença ocorre por uma bactéria da família Rickettsia, transmitida pelo carrapato-estrela contaminado.

No Brasil, existem dois tipos diferentes dessa bactéria circulando, com distribuições geográficas distintas:

  • Rickettsia rickettsii: essa é conhecida como a principal causadora da Febre Maculosa Brasileira (FMB). Quando uma pessoa recebe a mordida e infeciona com essa bactéria, ela tende a desenvolver a doença de forma grave, e em alguns casos pode ser fatal, com possíveis sintomas neurológicos. Essa bactéria tem uma circulação mais comum no norte do Paraná e nos estados da Região Sudeste, como São Paulo e Minas Gerais.
  • Rickettsia parkeri: a bactéria dessa espécie está em ambientes como a Mata Atlântica, além de regiões do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Ceará. Normalmente, ela causa quadros clínicos menos graves da doença do carrapato.

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC) ressaltou em comunicado que os casos de febre maculosa no estado ocorrem pelo tipo menos agressivo da bactéria.

Segundo Ivânia Folster, gerente de zoonoses da DIVE, é essencial reforçar que esse é o único motivo pelo qual Santa Catarina não possui óbitos, porque o carrapato é menos agressivo e tem quadros menos graves de sintomas, e não por ter outras estratégias.

Via CanalTech

Prevenção

Apesar disso, a doença do carrapato pode causar complicações e, portanto, os moradores da região devem adotar medidas de proteção, além de estarem atentos aos sintomas e possíveis picadas de carrapato-estrela.

Entre as medidas recomendadas pela entidade, estão o uso de roupas claras em ambientes propícios, como campos, e o uso de calças, botas e blusas de mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas.

Após qualquer exposição em áreas de risco, é fundamental realizar um autoexame para verificar a presença de carrapatos no corpo. O mesmo cuidado deve ocorrer aos animais domésticos, como cachorros.

Caso identifique a presença de um carrapato, não deve-se esmagar, mas remover com uma pinça.

Em seguida, é importante lavar a área da picada com álcool, sabão e água. Sempre que necessário, é essencial buscar ajuda médica.

 

Fonte: CanalTech

Imagens: CanalTech, CanalTech

Em áudio, garota de programa pede ajuda para matar empresário. “Quero alguém barra pesada”

Artigo anterior

Conheça a caverna na França que abriga “100 mil soldados” geológicos

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido