Ultimamente, está cada vez mais difícil encontrar celulares com a tela pequena, mas isso não é uma coincidência.
Para quem notou que os smartphones estão cada vez mais compactos, isso é uma iniciativa que faz sentido para o mercado atual.
Além de display com mais de cinco polegadas, já não existem mais telefones com proporções reduzidas, como tínhamos no passado, como os modelos Mini. Mas, afinal, por que isso está acontecendo?
Oferta e demanda
O aumento na demanda por smartphones de tela maior é evidente, e isso tem implicações significativas para a indústria. Os consumidores, em sua maioria, preferem telas maiores por dois motivos principais: oferecem mais espaço para visualização de conteúdo e possibilitam a inclusão de baterias de maior capacidade, o que prolonga o tempo de uso, um fator crucial para os usuários de smartphones.
Em termos simples, telas maiores permitem um aumento no espaço interno do dispositivo.
Mesmo com reduções nas bordas, displays de maior tamanho conseguem acomodar baterias mais potentes.
Além disso, telas maiores proporcionam duas vantagens adicionais: mais espaço para conteúdo ou a capacidade de aumentar o tamanho das letras, o que melhora a experiência de uso, especialmente considerando como dependemos cada vez mais dos smartphones no nosso dia a dia.
Os dados da consultoria IDC indicam que, no primeiro trimestre de 2023, a linha iPhone 13 foi a mais vendida globalmente.
No entanto, estimativas de outras consultorias sugerem que o iPhone 13 Mini representou apenas 3% das vendas totais da linha.
Diante disso, a Apple optou por descontinuar o modelo Mini e introduziu o iPhone 14 Plus, que teve uma recepção mais positiva por parte dos consumidores.
Já existem muitas reduções
Enquanto isso, outro motivo importante para não termos telas pequenas é que já existem concessões demais, muitas reduções que prejudicariam a experiência do usuário, se não fosse pelo display.
Além de apresentar uma capacidade de bateria inferior, os smartphones de tamanho reduzido implicam em mais compromissos durante o processo de construção.
Desde a seleção e configuração dos sensores de câmera até os componentes de conectividade, todos esses aspectos precisam ser meticulosamente planejados para se encaixarem em um espaço menor.
No entanto, essa compressão pode resultar em comprometimento da qualidade em algumas áreas. Por isso, para evitar que o usuário saia lesado em sua experiência, é importante manter algumas áreas mais avantajadas, como as telas.
Outro desafio técnico significativo é o gerenciamento do calor produzido pelos chips, que estão se tornando cada vez mais potentes. Para garantir que não haja perda de desempenho devido ao superaquecimento, é necessário um sistema de resfriamento mais robusto.
Isso pode implicar na exclusão de certos componentes para evitar que o processador atinja temperaturas críticas. Nesse caso, processamento e memória podem sofrer com essa restrição.
Além disso, a inclusão de câmeras mais avançadas também é uma consideração importante. Sensores de maior tamanho tendem a capturar imagens de melhor qualidade, porém, ocupam mais espaço.
Em smartphones com telas pequenas e dimensões compactas, equilibrar essas demandas pode ser um desafio significativo. Assim, é mais vantajoso focar nas reduções em outras áreas, e manter as telas grandes.
Uso prático
Além disso, é fundamental abordar algumas questões mais práticas. Nos dias de hoje, o uso do celular se tornou muito mais frequente em comparação com os primeiros dias dos smartphones.
As redes sociais se tornaram uma parte integrante da rotina de muitas pessoas. Ter mais espaço na tela para poder dividir a atenção entre a linha do tempo e outras atividades é uma vantagem dos displays maiores.
Outra consideração importante é o teclado. É cada vez mais raro encontrar smartphones com teclado físico nos dias de hoje. Para uma experiência confortável ao escrever e visualizar o texto digitado, uma tela grande é essencial.
Ainda, é uma forma de inclusão para pessoas mais idosas, com dificuldade de enxergar ou limitações na visão. Um display grande e cômodo permite que mais usuários possam aproveitar o aparelho.
Portanto, apesar de haver um movimento entre entusiastas em favor dos celulares compactos, eles já não fazem tanto sentido nos dias atuais.
Isso não apenas para a indústria, que observa um volume de vendas muito reduzido nesse segmento, mas também para o usuário, que necessita de espaço suficiente para ler e interagir com o conteúdo na tela.
Fonte: Canaltech