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Por que o submarino que implodiu em 2017 nunca foi resgatado?

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Aqueles que acompanharam as buscas pelo submarino Titan podem se perguntar por que o submarino ARA San Juan não teve a mesma repercussão.

Em junho, um submersível visava explorar os destroços do lendário RMS Titanic, localizado a uma profundidade de 3.800 metros no fundo do Oceano Atlântico.

No entanto, ele teve um final chocante, com uma “implosão catastrófica”, que a Guarda Costeira confirmou.

Só que a implosão do Titan não foi a única notícia desse tipo que abalou o mundo nos últimos anos.

Em 2017, por exemplo, o submarino argentino ARA San Juan ganhou destaque na mídia após desaparecer na região da Patagônia.

As autoridades encontraram O ARA San Juan só um ano depois. Os 44 tripulantes da embarcação morreram quase instantaneamente devido à implosão do submarino.

Hoje, ele repousa a 907 metros de profundidade no Oceano Atlântico. Mas por que nunca removeram o ARA San Juan desde então?

Desaparecimento do ARA San Juan

Via BBC

No dia 15 de novembro de 2017, o submarino ARA San Juan, com 44 tripulantes a bordo, participou de exercícios militares na base de Ushuaia, na Patagônia. Estava programado para retornar a Mar Del Plata no mesmo dia.

Segundo mensagem, o capitão do ARA San Juan contatou seus superiores em torno das 07h30. Ele indicava falha nas baterias, por conta da entrada de água na ventilação.

A água do mar no sistema de ventilação recebeu danos graves, que seguiram para o tanque de bateria 3. Isso causou um curto-circuito e levou a um incêndio no compartimento das baterias. Como ele relata, ‘as baterias da proa ficaram fora de serviço’.

Uma das mensagens dizia que ele tentaria uma imersão propulsora com circuito dividido.

As buscas pelo submarino só foram iniciadas aproximadamente 48 horas após o último contato.

O ARA San Juan continha oxigênio para sete dias de sobrevivência de toda a tripulação.

No entanto, o prazo se esgotou sem nenhuma resposta. Em 23 de novembro de 2017, ainda no mesmo ano, a Marinha da Argentina informou que dados coletados por estações hidroacústicas indicaram algo semelhante a uma explosão ocorrida horas após a última comunicação do submarino.

Anomalia

Uma chamada de “anomalia hidroacústica incomum, curta e violenta” foi registrada a apenas 56 quilômetros ao norte do local onde o submarino fez sua última comunicação.

Na semana seguinte, a Marinha declarou que não tinha mais esperanças de encontrar os tripulantes com vida.

Localizaram os destroços do ARA San Juan só dois dias após o primeiro aniversário da tragédia.

Em 17 de novembro de 2018, a Marinha argentina informou que o submarino repousava em uma região de cânions a 907 metros de profundidade.

O local estava a 600 quilômetros da Patagônia, muito próximo de onde o último sinal foi emitido.

A operação de localização do ARA San Juan foi realizada pela empresa norte-americana Ocean Infinity, que utilizou um submarino operado remotamente com câmeras subaquáticas.

O processo total teve custo de 7,5 milhões de dólares públicos. Entretanto, a história não terminou ali.

Implosão e o resgate

No mesmo comunicado em que anunciou a descoberta dos destroços do ARA San Juan, o governo argentino revelou que o submarino sofreu uma implosão.

Embora em termos comparativos não tenha sido tão intensa quanto a do Titan, devido à diferença de profundidade, foi igualmente letal, resultando na morte quase instantânea dos tripulantes.

O professor Gustavo Roque da Silva Assi, na época trabalhando no Departamento de Engenharia Naval e Oceânica da Escola Politécnica da USP, explicou que a estrutura do ARA San Juan não se rompeu totalmente.

Vale reforçar que o submarino conseguia navegar apenas 300 metros de profundidade, mas o encontraram a mais de 900 metros.

Ele indica que o casco se rompeu em uma parte, de modo que a água entrou violentamente pelo submarino. No entanto, isso estabilizaria a pressão, com menos chances de colapsar.

Contudo, a água faz com que o submarino afundasse rapidamente, compensando um problema com outro.

Via Veja

Impossibilidade de resgatar

Um dia após o anúncio da descoberta do local onde o ARA San Juan repousava, a juíza federal Marta Yánez, responsável pela investigação do desaparecimento da embarcação, afirmou que analisaria a viabilidade do resgate do submarino antes de arriscar a integridade do veículo.

Ela também destacou que seria extremamente difícil trazer o ARA San Juan à superfície intacto, uma vez que a água em seu interior faria o submarino pesar mais de 2,5 mil toneladas.

Apesar da pressão dos familiares das 44 vítimas, o então Ministro da Defesa, Oscar Aguad, explicou no mesmo dia que a Marinha não conseguiria recuperar o transporte.

Isso porque faltavam recursos de alcance e tecnologia necessária, mesmo em 2017. Aguad ainda enfatizou que isso não ajudaria muito a determinar a responsabilidade pelo ocorrido.

Finalmente, em março de 2021, o Conselho de Guerra anunciou as punições para membros da cúpula da Marinha Argentina, com penas que variavam de 20 a 45 dias de prisão.

O então comandante da força de submarinos, capitão Claudio Villamide, recebeu a punição mais severa ao ser destituído de seu cargo.

 

Fonte: UOL

Imagens: Veja, BBC

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