Em tantos anos de história, um evento muito marcante, que Paul McCartney revelou anos depois, foi o processo dos Beatles.
Em 10 de abril de 1970, eles anunciaram o término da banda. Após oito anos de colaboração, Paul McCartney comunicou sua decisão de deixar os companheiros devido a “discordâncias em questões pessoais, comerciais e musicais. No entanto, o principal motivo foi o desejo de passar mais tempo com minha família”, conforme dizia uma nota.
O cantor declarou que tinha um grande afeto por todos, e esclareceu que havia resolvido suas diferenças com John Lennon antes do trágico assassinato deste último, em 1980, sendo amigos até o fim.
Contudo, após o fim dos Beatles, Paul McCartney enfrentou um período de sofrimento por muitos anos. Em 1970, ele entrou com um processo dos Beatles no Supremo Tribunal de Justiça de Londres.
Em uma entrevista, anos depois, o cantor admitiu que foi difícil, mas era sua única chance.
Forma de salvar os Beatles
Durante muito tempo, muitos atribuíram a Paul McCartney a responsabilidade pelo fim dos Beatles.
Quando McCartney, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr encerraram sua parceria, uma das principais fontes de discórdia era Allen Klein, então empresário da banda.
McCartney explicou que era a única maneira de salvar os Beatles e a Apple, e lançar ‘Get Back’ de Peter Jackson, que permitiu lançar ‘Anthology’ e todas as demais remasterizações dos grandes álbuns dos Beatles. Para isso, seria necessário processar a banda.
Ele explica que todos pensavam que ele foi o responsável pelo fim dos Beatles e a pessoa que processou os amigos. Em entrevista, McCartney conta chegou a se culpar por isso.
O processo dos Beatles foi motivado pelo desejo de Paul McCartney de encerrar o contrato que designava Allen Klein como responsável pelos assuntos financeiros da banda.
Ele conta que, se não tivesse tomado essa medida, tudo teria ficado sob o controle de Allen Klein. A única opção que teve para tirar todos dessa situação foi esse caminho.
Naquela época, McCartney preferia que Lee Eastman, pai de sua falecida esposa Linda Eastman, gerenciasse essa questão, conforme apontado pela Rolling Stone. No entanto, os outros três membros da banda preferiam Allen Klein.
Porém, essa decisão não foi fácil para o baixista, que recorreu ao álcool para lidar com toda a situação. Processar Klein sozinho não era uma opção viável, já que o empresário não era parte dessa disputa.
Processo
McCartney conta que foram ‘tempos terríveis’, em que ele desenvolveu diversos problemas com bebidas e outras substâncias. Além disso, conta que o processo dos Beatles foi esgotante, mas era a única coisa que ele podia fazer para preservar todo o trabalho da vida da banda.
Em explicação, conta que não queria guardar demos e álbuns apenas para ele, sem conseguir relançar e manter viva a chama da banda.
Ainda, também sabia que, ao salvar os Beatles, estaria salvando também seus colegas de banda. Isso porque todos estavam prestes a se ‘entregar completamente’ para Klein, que McCartney odiava.
O resultado
Segundo publicações, no ano seguinte ao processo dos Beatles, o Supremo Tribunal de Londres decidiu a favor de Paul McCartney, retirando a posse dos Beatles de Allen Klein.
A decisão designou a gestão financeira da banda até que um acordo mutuamente aceito pelos membros fosse estabelecido.
Apesar disso, em 1973, Klein processou os Beatles, buscando uma indenização de 19 milhões de dólares devido à não renovação de seu contrato.
No entanto, conforme relatado pela Billboard em 2016, as partes chegaram a um acordo para o pagamento de 5 milhões de dólares. E, com isso, encerrou o vínculo do empresário, permitindo que as finanças, e as músicas, ficassem em segurança.
Fonte: Aventuras na História