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Por que preferimos comida quente?

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É inegável que preferimos comida quente em vez de um alimento frio. Claro, existem algumas exceções, mas a maioria não troca uma comida quentinha por algo morno.

Por exemplo, seu estômago reage mais à ideia de saborear um prato de macarrão recém-feito ou prefere consumir o mesmo macarrão do dia anterior sem aquecer?

Pode parecer uma simples preferência, mas nada acontece por acaso, e alguns princípios científicos tentaram explicar nossa inclinação por comida quente.

Segundo o cientista Luis Villazón, a comida quente tende a proporcionar uma sensação de saciedade mais duradoura, pois leva mais tempo para o apetite retornar.

Isso ocorre em parte devido à dificuldade em engolir alimentos quentes, o que obriga a pessoa a comer mais lentamente.

Assim, o cérebro recebe sinais que auxiliam na percepção de que se está consumindo uma refeição substancial, e consequentemente suprime o apetite por um período maior.

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Sabores e aromas

Outra explicação está na teoria de que os alimentos frescos e recém-cozidos possuem um sabor mais pronunciado. Isso porque eles têm compostos orgânicos voláteis que são liberados durante o processo de cozimento.

Esses compostos químicos, que contêm carbono, evaporam facilmente em condições normais de temperatura e pressão.

Quando os alimentos são aquecidos, essa liberação cria aromas que desempenham um papel significativo na experiência sensorial da comida.

Não à toa, alguns dos exemplos de comida quente que atraem nosso paladar são defumados, com vapor ou outro tipo de fumaça. Não apenas quentes, mas que liberem esse odor no ar.

Esses aromas podem desencadear respostas olfativas e gustativas que afetam diretamente a percepção do sabor. Assim, a exposição ao calor intensifica tanto os aromas quanto os sabores dos alimentos.

Como afirmou o cientista, essa estimulação adicional torna os alimentos mais satisfatórios do que os mesmos nutrientes consumidos em temperatura fria.

Reforço da comida quente

Stephen Secor, professor da Universidade do Alabama, acrescenta que a comida quente tende a oferecer um reforço positivo na sua seleção.

Isso porque ela emana mais partículas transportadas pelo ar do que a comida fria. Assim, destaca que a nossa percepção gustativa também está intrinsecamente ligada ao olfato, o que torna o aroma um fator relevante a ser considerado.

Embora a preferência por determinados alimentos possa ter uma base genética, existem métodos para persuadir o próprio cérebro a desenvolver um gosto por alimentos que originalmente provocavam repulsa.

Inclusive, é uma prática que pode ajudar no consumo de determinados alimentos. Por exemplo, algumas pessoas são mais inclinadas a consumir legumes quentes e cozidos do que crus ou como salada fria.

Todos esses elementos de atração fazem parte do nosso organismo, e ele se atrai pelo cheiro, aroma e sabor que existe no vapor quente.

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Textura dos alimentos

Além disso, outro aspecto que pode influenciar essa preferência é a textura dos alimentos quentes, frequentemente diferente daquela dos alimentos frios. A temperatura não só afeta a percepção gustativa, mas também a percepção tátil.

Diversas formas de comida quente são mais palatáveis e agradáveis de consumir do que elementos frios.

E não apenas na questão de gosto ou percepção, mas até mesmo na facilidade para degustação. Não à toa, costumamos cozinhar comidas para crianças e bebês, visto que seus dentes não são fortes o suficiente para mastigar pedaços duros, o que acontece quando fica frio.

Assim, diferentes elementos que influenciam na textura e sabor são modificados com o valor.

De forma geral, podemos afirmar que a preferência por comida quente é resultado de uma interação complexa de diversos fatores, incluindo cultura e hábitos alimentares.

Esses compostos voláteis são apenas um dos muitos elementos que contribuem para a experiência sensorial dos alimentos aquecidos, mas ajudam a esclarecer pelo menos parte desse fenômeno.

 

Fonte: Canaltech

Imagens: Freepik, Freepik

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