Inovação

Pouca gente sabe, mas inteligências artificiais consomem muita água; entenda

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Poucos sabem que a inteligência artificial consome mais que energia elétrica, mas também tem um impacto negativo no meio ambiente, especialmente no consumo de água.

Empresas líderes do setor, ao revelarem aumentos alarmantes no uso de recursos hídricos em suas operações, acendem um alerta para a agravante crise hídrica global.

Recentemente, um estudo conduzido por Shaolei Ren, pesquisador da Universidade da Califórnia em Riverside, trouxe à tona dados preocupantes sobre o consumo de água na execução de modelos de inteligência artificial generativa.

Segundo a pesquisa, o ChatGPT, desenvolvido pela OpenAI, consome em média meio litro de água a cada 10 a 50 solicitações.

Considerando os milhões de usuários mensais dessa ferramenta, a pegada hídrica emerge como um desafio significativo para o uso responsável da água em um futuro próximo.

Apesar de a OpenAI não ter comentado sobre os resultados, a questão permanece como uma preocupação central.

Via Freepik

Quais são os vilões dessa problemática?

No cerne desse dilema estão os data centers, conhecidos por exigirem volumes significativos de água para manterem seus servidores em pleno funcionamento.

A Microsoft, em seu mais recente relatório de sustentabilidade ambiental, revelou um aumento de mais de um terço em seu consumo de água, ultrapassando 1,7 bilhão de galões em 2022.

O Google, por sua vez, consumiu 5,6 bilhões de galões, representando um acréscimo de 21% em relação ao ano anterior. Ambas as empresas afirmam estar comprometidas em reduzir sua pegada hídrica até o final desta década.

Somya Joshi, líder da divisão de agendas globais, clima e sistemas no Instituto Ambiental de Estocolmo, destaca o paradoxo que envolve a eficiência da tecnologia e o aumento exponencial no consumo de água.

O resfriamento necessário para servidores robustos e modelos de linguagem amplifica a demanda hídrica, criando um desafio adicional.

A Microsoft, ciente dessa questão, investe em pesquisas para avaliar o impacto ambiental da inteligência artificial, buscando aprimorar a eficiência de seu sistema.

Inteligência artificial consome mas também ajuda

A empresa destaca que a inteligência artificial pode ser uma ferramenta poderosa para impulsionar soluções sustentáveis.

Enquanto a Meta planeja construir hoje um data center com um consumo estimado de 665 milhões de litros de água por ano, surge a necessidade urgente de reconsiderar e redesenhar a relação entre inteligência artificial e recursos hídricos.

O desafio consiste em equilibrar os benefícios da IA com a responsabilidade ambiental, incentivando inovações que minimizem o impacto no consumo de água e, assim, contribuam para um futuro mais sustentável.

Outras soluções

Via Freepik

Existem algumas outras propostas para resolver o problema que a inteligência artificial consome durante suas operações.

Embora ainda sejam sugestões teóricas, elas podem ser colocadas em prática com as tecnologias que surgem.

Por exemplo, vale investir em pesquisa e desenvolvimento para otimizar algoritmos e hardware, visando a eficiência energética.

Com isso, os pesquisadores poderiam desenvolver algoritmos mais eficientes que demandem menos poder computacional e adaptem-se a processadores de baixo consumo energético.

Isso reduziria significativamente a carga sobre os data centers, diminuindo o consumo de energia e, consequentemente, o impacto ambiental.

Além disso, também vale promover a transição para fontes de energia renovável nos data centers que suportam a infraestrutura de inteligência artificial.

Utilizar energia solar, eólica ou outras fontes sustentáveis pode reduzir drasticamente a pegada de carbono associada ao processamento de dados.

Mesmo que a inteligência artificial consome muita energia e água, atualmente, seria possível diminuir o impacto ambiental sem prejudicar seu desempenho.

Em outras propostas, reduzir a eficiência ajudaria a controlar os gastos, mas, por outro lado, prejudica os trabalhos.

Por isso, empresas líderes no setor podem liderar o caminho ao adotar práticas mais sustentáveis em suas operações, incentivando assim a indústria como um todo a seguir o exemplo.

 

Fonte: Multiverso Notícias

Imagens: Freepik, Freepik

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