O médico Marcos Wesley Silva foi readmitido na unidade de pronto atendimento, após ser demitido por prescrever sorvete e Free Fire.
O caso ganhou popularidade nas redes sociais na última semana, quando uma mãe denunciou o médico por ter tido uma conduta inadequada. Segundo o relato, ele ‘sequer examinou’ a criança, e anexou uma receita que ‘debochava’ da situação.
No documento, ele incluiu que a criança deveria receber sorvete e Free Fire como parte do tratamento. Indignada, a mãe relatou nas redes sociais, e o caso ganhou força. Com isso, o médico foi demitido pelo gestor da unidade pública.
Entretanto, o prefeito retornou em sua decisão, admitindo o profissional novamente. Além de recuperar o posto, o líder municipal também disse que a conduta foi humanizada, e o médico não cometeu nenhum crime.
Receita completa
No UPA Jardim Conceição, o médico prescreveu uma receita completa para a criança, que apresentava sintomas virais. No documento compartilhado pela mãe nas redes sociais, ela mostra a quantidade e o nome dos remédios para adquirir na farmácia.
Entre eles, é possível visualizar a prescrição de amoxicilina, ibuprofeno, dipirona, prednisolona e acetilcisteina para tratar o menino de 9 anos. No final da lista, consta os itens sorvete e Free Fire, que seria uma alusão a descanso.
Inicialmente, a mãe entendeu como deboche da parte do médico, mas a opinião nas redes sociais foi oposta.
Defesa
A reação da internet foi amplamente favorável ao médico, defendendo sua conduta. Milhares de pessoas comentaram publicamente, uma vez que o episódio ganhou proporções surpreendentes, despertando discussões acaloradas sobre a importância de abordagens individualizadas na prática médica, especialmente no contexto pediátrico.
Ao analisarmos o caso, é crucial compreender que a prescrição médica em questão ocorreu levando em consideração o bem-estar emocional e psicológico da criança.
O médico reconheceu que o paciente não estava apenas enfrentando uma condição física, mas também precisava se incentivos para melhorar.
Nesse sentido, a prescrição de sorvete e do jogo Free Fire foi uma tentativa de estabelecer uma conexão terapêutica e proporcionar momentos de diversão e alegria à criança.
A internet enxergou na conduta do médico um exemplo de empatia e compreensão, valorizando a abordagem que ultrapassa os limites estritamente clínicos.
Muitos usuários expressaram apoio ao profissional de saúde, destacando que a saúde não deve receber análise somente como a ausência de doenças, mas também como o equilíbrio emocional e o bem-estar geral do paciente.
Posição profissional
Vale ressaltar que a postura do profissional não negou os medicamentos necessários, que possuem base científica.
O que a mãe alegou em sua defesa foi o relapso do médico, que não ocorreu, pois ele receitou os remédios indicados para esse caso gripal infantil.
A reação positiva da internet destaca que as pessoas ainda veem, e valorizam, médicos que são humanos, e incentivam a adoção de um vínculo empático com seus pacientes, demonstrando compreensão e cuidado genuínos.
Isso não significa negligenciar a rigidez científica, mas sim integrar a humanização como um complemento fundamental para o tratamento e o bem-estar dos indivíduos.
Ainda, é importante reforçar o impacto das redes virtuais na realidade, pois a denúncia da mãe fez o profissional ser demitido, mas o retorno e a opinião dos usuários o fez recuperar o emprego.
Dessa forma, vale a pena ter cuidado com o que se compartilha, pois as proporções crescem sem que seja possível controlá-las.
Felizmente, o médico que receitou sorvete e Free Fire recuperou seu posto no UPA, mas outros exemplos podem não ter o mesmo retorno. É essencial ter uma mente mais aberta quanto o fim das abordagens tradicionais de atendimento.
Dessa forma, poderá compreender as necessidades dos pacientes e se conectar com eles, para que também fiquem confortáveis.
Fonte: Mais Goiás
Imagens: Mais Goiás, Freepik
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