Por Descobertas apontam que o Homo naledi, um antigo primata com um cérebro do tamanho de uma laranja, pode ter participado de alguns episódios importantes da história.
Indicações sugerem que essa espécie pode ter gravado símbolos nas paredes de cavernas e enterrado intencionalmente seus mortos.
Lee Berger, da National Geographic Society em Washington DC, disse que está impressionado com essa possibilidade. Ele liderou a pesquisa publicada no BioRxiv, e guiou os relatórios.
Descobertas surpreendentes
O Homo naledi entrou em cena pela primeira vez em 2013, aparecendo no sistema de cavernas Rising Star, na África do Sul. Os fósseis revelaram uma espécie com uma mistura de características primitivas e modernas, e um cérebro com um terço do tamanho do nosso.
Segundo o especialista, muitos pensavam que a inteligência humana tinha vindo de outras espécies. No entanto, tudo se desintegrou, abrindo espaço para novos entendimentos.
Em julho do ano passado, a equipe de Berger descobriu gravuras nas cavernas. Ele afirmou que existiram momentos de espanto e surpresa ao reconhecer os símbolos. Foi algo inesperado para a equipe.
As formas geométricas, com 5 a 15 centímetros de comprimento, com gravação em dolomita, um tipo de rocha incrivelmente resistente.
Via Só Científica
Enterros
Além das paredes, a equipe também tem provas de que o Homo naledi fazia enterros deliberados. Ou seja, tinha intenção de enterrar outros da espécie.
Na câmara Dinaledi, os pesquisadores descobriram 83 fragmentos de ossos e dentes, aparentemente pertencentes a um único corpo, em uma área oval de solo perturbado.
Caso confirmados, esses enterros seriam mais antigos que o primeiro enterro humano conhecido na África, por pelo menos 160.000 anos.
Essas descobertas estão contribuindo para a construção de uma imagem cada vez mais detalhada do Homo naledi e de seu comportamento.
Especialistas indicam que esses seres humanos levavam os corpos de companheiros para o fundo da caverna, e também poderiam ter utilizado iluminação artificial.
Trata-se de um comportamento notável para criaturas menos desenvolvidas, e sugere que a organização era mais complexa do que se imaginava, pois aconteceu mais vezes.
Nesse caso, sugere a existência de uma possível cultura, tornando-os mais próximos do que é a nossa espécie atualmente.
O futuro da pesquisa
Via Só Científica
Enquanto a pesquisa continua, a equipe do museu natural tenta preservar o local em sua totalidade. Isso porque o Homo naledi alterou quase todos os espaços, e são provas importantes da existência desse povo.
Por isso, os pesquisadores estão tendo cautela ao transitar nesse local, e visam aguardar mais resultados, para evitar contaminar outros elementos.
Além disso, esperam que a comunidade científica global também auxilie nessa questão totalmente nova. Será necessário abordar essa nova espécie e seus hábitos com atenção, para entender como se organizavam.
Por que nós evoluímos e o Homo naledi não?
A evolução é um processo complexo e não ocorre de maneira linear ou direcionada a um único resultado. A evolução das espécies é influenciada por uma combinação de fatores, incluindo mudanças ambientais, pressões seletivas e aleatoriedade genética.
No caso específico do Homo sapiens, a nossa espécie, várias características e circunstâncias contribuíram para o desenvolvimento e a evolução da nossa espécie.
Os seres humanos possuem uma capacidade cognitiva altamente desenvolvida, incluindo habilidades de raciocínio abstrato, linguagem complexa e capacidade de planejamento futuro.
Essas habilidades cognitivas podem ter permitido que nossa espécie inovasse, adaptasse-se a diferentes ambientes e desenvolvesse ferramentas e tecnologias complexas.
Além disso, a habilidade de controlar e utilizar o fogo pode ter sido um marco importante na evolução humana. O fogo proporcionou calor, proteção contra predadores, possibilitou a preparação de alimentos e pode ter sido um fator-chave para o desenvolvimento de habilidades sociais e comunicação.
Ainda, os seres humanos são animais sociais e possuem uma organização social complexa.
A cooperação, o compartilhamento de conhecimento e de habilidades, a divisão do trabalho e outras formas de interação social podem ter dado aos humanos uma vantagem adaptativa em relação a outras espécies.
No entanto, agora descobrimos que o Homo naledi também tinha essa organização avançada.
Por isso, é hora de avaliar novamente esse processo de evolução, para ter respostas mais precisas em relação a essa descoberta.
Fonte: Só Científica
Imagens: Só Científica, Só Científica
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