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Quase 40% das pessoas com demência parecem não saber que a tem

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A demência é uma das doenças que pode se desenvolver na velhice. Há várias formas de demência, já que o nome é um termo genérico para um conjunto de sintomas causados por distúrbios cerebrais. Em termos gerais, ela é uma doença que rouba as memórias de quem a tem. Com isso, as pessoas ficam confusas, isoladas e solitárias.

Por isso que entender como essa doença funciona e quais pessoas podem ser mais propensas a desenvolvê-la pode ser uma grande ajuda em sua prevenção. Contudo, várias pessoas a têm e nem sabem disso.

De acordo com um relatório da Comissão de Demência, aproximadamente 36% das pessoas com demência na Inglaterra não sabem que têm a doença. Por conta disso, o relatório traz sugestões do que os profissionais de saúde e cuidados podem fazer para melhorar essa detecção dos sinais precoces de demência.

Demência

BBC

Como dito, demência é um termo para várias doenças, como por exemplo, o Alzheimer, que trazem problemas de memória e raciocínio, comunicação, alterações na personalidade e diminuição na capacidade de uma pessoa fazer atividades diárias, como fazer compras, lavar roupa, pagar contas ou cozinhar.

Em cada caso essa doença pode se apresentar de uma forma diferente. Justamente por isso é importante que as pessoas fiquem atentas ao que é normal para aqueles perto delas. Por exemplo, se alguém que sempre foi organizado começar a ter um comportamento fora do comum, é bem diferente de uma pessoa que sempre foi fora da casinha e continua sendo

Como a doença é difícil de identificar, algumas coisas podem ser confundidas com ela. Por mais que o luto e o estresse afetem a memória, eles não são o começo da demência. Além disso, também existem mudanças na cognição que acontecem com a idade. Nessa fase, as pessoas demoram um pouco para aprender algo, mas isso não é necessariamente demência.

Alterações vistas em um espaço de tempo curto, de semanas ou dias, é bem pouco provável que seja demência, mas pode ser alguma coisa mais grave. Por conta disso que a procura a um médico é necessária.

Dentre todas as doenças, a demência é um dos maiores medos dessa época. Até porque com ela vem a perda perceptível de si mesmo. Por isso que as pessoas podem não querer discutir sobre o assunto. No entanto, o melhor a ser feito é falar sobre os problemas de memória no momento em que eles acontecem.

Existem casos em que a pessoa nega ou nem percebe os seus problemas de memória. Por isso que se algum ente querido levantar esse tópico de preocupação, é importante que a pessoa não o minimize.

Até porque, vários problemas de memória podem, até determinado ponto, ter causas reversíveis. Então, ir ao médico para poder descartar o diagnóstico de demência é um passo importante. E se a pessoa receber o diagnóstico de demência, ela tem que saber que seus entes queridos estão dispostos a ajudá-la e enfrentar a situação junto com ela.

Risco

UOL

Um estudo da Associação Americana de Psicologia mostrou que pessoas mal-humoradas e bagunceiras têm um risco maior de desenvolver demência na velhice. Enquanto isso, as pessoas organizadas e disciplinadas têm um risco menor de desenvolver a doença à medida que envelhecem.

Esse estudo analisou dados de 1.954 participantes idosos que vivem na região metropolitana de Chicago. Então, a pesquisadora Tomiko Yoneda, da Universidade de Victoria, no Canadá, focou no papel de três características das pessoas que permanecem até a velhice. Foram elas: a consciência, o neuroticismo, ou tendência a comportamentos neuróticos e nervosos, e a extroversão.

“Os traços da personalidade refletem padrões de pensamento e comportamento relativamente prolongados, que podem afetar cumulativamente o envolvimento em comportamentos e padrões de pensamento saudáveis ​​e não saudáveis ​​​​ao longo da vida”, explicou Yoneda.

“O acúmulo de experiências ao longo da vida pode contribuir para a suscetibilidade de doenças ou distúrbios específicos, como comprometimento cognitivo leve, ou contribuir para diferenças individuais na capacidade de suportar alterações neurológicas relacionadas à idade”, continuou.

Os voluntários do estudo não tinham um diagnóstico formal de demência. Eles foram escolhidos nas comunidades de aposentados, em grupos religiosos e instalações de habitação para idosos. E os participantes escolhidos são acompanhados desde 1997.

Desde então, eles passam por avaliações anuais para testar suas habilidades cognitivas. Aqueles que conseguiram uma pontuação alta em consciência tendem a ser pessoas responsáveis, organizadas, trabalhadoras e direcionadas a objetivos.

Enquanto isso, as pessoas que pontuaram alto em comportamentos neuróticos tendem a ser as que têm baixa estabilidade emocional e tendem a mudanças de humor, ansiedade, depressão, insegurança e outros sentimentos negativos.

Visto isso, aqueles que tiveram um bom desempenho em consciência ou um baixo desempenho em neuroticismo eram significativamente menos prováveis de ter uma progressão de um quadro de cognição normal para o quadro de demência leve.

Embora o estudo não tenha relacionado o desenvolvimento de demência leve com as pessoas extrovertidas, elas tinham uma tendência de manter o funcionamento cognitivo normal durante mais tempo do que os outros.

Segundo Yondea, era estimado que os participantes de 80 anos com um alto nível de consciência vivessem quase dois anos a mais sem um comprometimento cognitivo quando comparados aos que tinham um nível baixo de consciência. E os participantes extrovertidos ficariam cerca de um ano a mais com a cognição saudável.

Em contrapartida, o neuroticismo alto foi relacionado com, pelo menos, um ano a menos de funcionamento cognitivo saudável, além de também terem sido destacados os danos relacionados com a experiência de longo prazo de estresse e instabilidade emocional.

Fonte: Science alert, R7

Imagens: BBC, UOL

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