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Relatório climático da ONU aponta danos irreversíveis para o futuro do planeta

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Ao longo dos anos, cientistas do mundo todo alertam para a gravidade dos danos sofridos pelo planeta Terra devido aos altos índices de desmatamento, poluição e acúmulo de gás carbônico na atmosfera. Essa realidade devastadora piora dia após dia e, segundo um relatório publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU), será ainda pior no futuro. 

No ano de 2021, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), da ONU, lançou a primeira parte do relatório climático AR6 (sigla para o 6° Relatório), no qual dezenas de pesquisadores internacionais avaliaram as consequências físicas do aquecimento global. Para a construção da primeira parte do relatório, foram revisadas mais de 14 mil pesquisas de todo o mundo que fornecem evidências das mudanças climáticas nos últimos anos. 

Gabriela Biló/Estadão Conteúdo

Ele apresenta uma probabilidade de 95% a 100% de que o aquecimento global ultrapasse a marca de 2 °C até o fim deste século. Caso as emissões de carbono permaneçam no nível atual e com um ritmo acelerado de crescimento, o clima global poderá superar 4 °C antes mesmo de 2100.

A segunda parte do relatório foi dedicada a avaliar os impactos, adaptação e vulnerabilidade produzidas pelas mudanças climáticas. A avaliação demonstrada no relatório indica a gravidade do problema que, a essa altura, é quase inevitável. Segundo o IPCC, as chances são muito pequenas de se evitar os piores efeitos de um planeta mais quente. 

Um exemplo disso é a área de desertificação do Semiárido brasileiro, que já atinge o tamanho da Inglaterra. O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse ter visto muitos relatórios científicos em sua vida, mas nada parecido com o que revela este novo. “É um atlas do sofrimento humano e uma acusação condenatória de liderança climática fracassada”, ressaltou Guterres.

O relatório

O documento da ONU demonstra como as pessoas e ecossistemas estão sendo afetados pelas mudanças climáticas já em curso. “Quase metade da humanidade está vivendo na zona de perigo agora”, acrescentou Guterres. A realidade que vivemos neste momento, no entanto, é apenas uma parte do que será vivenciado daqui a alguns anos.

As projeções indicam mortes massivas de espécies vegetais e animais, o colapso dos principais sistemas de alimentos e águas, além da perda dos sumidouros de carbono responsáveis por remover o dióxido de carbono da atmosfera. De acordo com o AR6, o clima global esquentou 1,09 °C desde o período pré-industrial e, desse total, cerca de 1,07 °C são de responsabilidade da atividade humana ao longo dos dois últimos séculos. 

Pixabay

Com o cenário atual, até 2030 a temperatura global deve subir 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais. Com isso, o derretimento dos gelos polares é algo certo e difícil de ser evitado, considerando os níveis de devastação que o planeta já enfrenta. Esse derretimento produzirá inundações generalizadas em regiões costeiras e, em áreas secas, causará o aumento de incêndios florestais. 

Além de tudo isso, o relatório ressalta que grande parte da população mundial precisa estar preparada para os efeitos cada vez mais severos das mudanças climáticas. Há a possibilidade de que regiões inteiras fiquem submersas e o Brasil não está isento disso. O Rio de Janeiro, por exemplo, está em uma localização severamente ameaçada devido ao aumento do nível do mar. 

Um indicativo das mudanças que o planeta vem enfrentando são os níveis de temperatura vivenciados no mundo todo. O ano de 2021 foi marcado por uma série de recordes de calor registrados em mais de 400 estações meteorológicas no mundo. Ao todo, 107 países quebraram recordes mensais de máximas e cinco registraram as temperaturas mais baixas.

A África teve os meses de junho e setembro mais quentes. Na Europa, a Itália registrou a maior temperatura, de 48,8 °C. Já os Estados Unidos tiveram a maior de todas, 54,4 °C, registrada no Vale da Morte, na Califórnia.

Fonte: Canal Tech

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