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Relatório de Oppenheimer e outros envolvidos na bomba atômica vai a leilão

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O Relatório Smyth, um documento crucial relacionado à bomba atômica lançada pelos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, está atualmente disponível para leilão.

Foi o que anunciou a companhia RR Auction no mês passado, confirmando a informação.

Este registro histórico, contendo a assinatura de Robert J. Oppenheimer e de várias outras pessoas envolvidas no desenvolvimento da arma, é de grande significância.

O nome oficial do relatório é “Bombas Atômicas: Um Relato Geral do Desenvolvimento dos Métodos de Utilização da Energia Atômica para Fins Militares sob os Auspícios do Governo dos Estados Unidos, 1940-1945”. Esse documento foi elaborado por Henry Smyth e é comumente referido como o “Relatório Smyth”.

Smyth, um físico, diplomata e funcionário público dos Estados Unidos, desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da energia nuclear como membro do Projeto Manhattan, da Comissão de Energia Atômica dos EUA e da Agência Internacional de Energia Atômica.

Via Revista Galileu

Relatório Smyth

O Relatório Smyth, composto por aproximadamente 200 páginas, foi redigido antes do primeiro teste nuclear em Alamogordo. Por isso, oferece uma análise abrangente dos aspectos técnicos e administrativos relacionados ao desenvolvimento da bomba atômica.

Sua divulgação à imprensa ocorreu em 12 de agosto de 1945, apenas alguns dias após os ataques a Hiroshima e Nagasaki.

Este documento histórico possui autenticação oficial com a tinta do autor Henry Smyth, juntamente com as de outros 24 indivíduos ligados ao Projeto Manhattan, incluindo Oppenheimer e ilustres ganhadores do Prêmio Nobel como Enrico Fermi, Ernest Lawrence, James Chadwick, Harold Urey e Isidor Rabi.

As assinaturas foram reunidas por Nellie Sanderson, que atuava como secretária do General Leslie Groves. Ele foi um dos chefes do Departamento de Guerra dos EUA, além de ter sido comandante do Projeto Manhattan.

Leilão

O leilão engloba não apenas o Relatório Smyth, mas também uma coleção de outros itens históricos associados, como um distintivo do Projeto Manhattan que pertenceu a Sanderson, documentos referentes aos funcionários do programa, papel timbrado utilizado para comunicações interdepartamentais e o cartão de visita de Groves.

De acordo com a Associated Press, até este sábado (9), os lances para o Relatório Smyth tinham ultrapassado os US$ 35 mil. O encerramento do leilão está programado para quarta-feira (13).

A quantidade de interessados pode ter relação com o lançamento do filme Oppenheimer, em 2023, que divulgou mais sobre a história do projeto e foi o grande ganhador do Oscar 2024.

Via Revista Galileu

Quem assinou?

Esses são os principais nomes que assinaram o Relatório Smyth:

  • Robert Oppenheimer: Físico e diretor do Laboratório Los Alamos do Projeto Manhattan.
  • Enrico Fermi: Físico, criador do primeiro reator nuclear do mundo (Chicago Pile-1) e reconhecido como o “arquiteto da bomba atômica”.
  • Ernest Lawrence: Físico nuclear, com o Prêmio Nobel de Física pela invenção do cíclotron (1939) e responsável pela separação de isótopos de urânio no Projeto Manhattan.
  • Harold Urey: Químico, ganhador do Prêmio Nobel de Química pela descoberta do deutério (1934) e encarregado da separação de isótopos no âmbito do Projeto Manhattan.
  • Isidor Rabi: Físico, também tem o Prêmio Nobel de Física pela descoberta da ressonância nuclear magnética (1944) e atuou como consultor no Projeto Manhattan.
  • James Chadwick: Físico, contemplado com o Prêmio Nobel de Física pela descoberta do nêutron (1932) e líder da equipe britânica no Projeto Manhattan.

Não pertence a um museu?

Via Revista Galileu

Muitas pessoas podem se perguntar se o Relatório Smyth, com sua importância histórica, não pertenceria a um museu ou instituição cultural que relembre esse evento.

Em muitos casos, os documentos históricos se tornam parte do patrimônio cultural e podem ter valor para diversas organizações, mas também para colecionadores privados.

A decisão de leiloar esses itens depende de diversos fatores, incluindo a propriedade dos documentos, as regulamentações legais e as políticas de aquisição de instituições culturais.

Alguns documentos podem ir para leilões públicos de proprietários privados ou por empresas especializadas em artefatos históricos.

Nesse caso, eles também se tornam de interesse público, e os museus podem participar dos leilões para arrematá-los, bem como bibliotecas ou instituições de pesquisa.

Em última análise, a decisão de leiloar documentos históricos, como o Relatório Smyth, também depende da legislação aplicável, das políticas das instituições envolvidas e das considerações do proprietário oficial desses relatórios.

Dessa forma, como o documento veio a público e está recebendo ofertas, acredita-se que o proprietário privado optou por essa alternativa. Futuramente, algum museu pode vir a arrematar, mas utilizando o mesmo método de lances.

 

Fonte: Revista Galileu

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