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Repórter secreto do Fantástico mostra o rosto na Globo após 27 anos

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Eduardo Faustini, conhecido como o “repórter secreto” famoso por suas reportagens investigativas para o programa Fantástico da Globo, decidiu finalmente mostrar seu rosto após 27 anos de anonimato.

Essa revelação marcante ocorreu durante o episódio mais recente do Fantástico. Faustini esclareceu o motivo por trás de sua escolha de não mostrar seu rosto durante todos esses anos.

Ele disse que as pessoas frequentemente interpretam errado, pensando que ele esconde seu rosto por questões de segurança. Na verdade, nunca mostrou para proteger seu trabalho.

Via UOL

Afinal, o fato dele ser desconhecido permitiu que realizasse muitas reportagens infiltradas, frequentasse lugares sem ser reconhecido.

Inclusive, durante o programa, ele admitiu estar nervoso ao conceder sua primeira entrevista exibindo o rosto.

Ele compartilhou: “Estou me sentindo extremamente desconfortável. Porém, quando estou trabalhando, não sinto esse nervosismo. Sei que não posso vacilar ou gaguejar”, diz.

O jornalista também compartilhou um dos principais motivos que o levaram a manter sua identidade em segredo: a proteção de sua família.

Também tinha conhecimento sobre suas responsabilidades, e sacrificou seus entes queridos. Como relata, seu filho estudou na faculdade com policiais de plantão.

Por isso, Eduardo Faustini tomou cuidado com sua identidade, e, agora, forneceu uma entrevista depois de décadas de trabalho.

Ele desempenhou um papel crucial na Globo desde 1996 até 2021, realizando investigações que muitas vezes o colocaram em situações de risco.

Durante esse tempo, o “repórter secreto” enfrentou várias ameaças devido ao seu trabalho. Agora, próximo de se aposentar, fala sobre os anos do passado e revela quem está por trás das reportagens.

Eduardo Faustini e carreira

O começo da carreira do repórter não é muito conhecido devido à sua decisão de permanecer anônimo durante suas reportagens. Sabe-se que ele começou a trabalhar na Rede Manchete em 1989 e depois na Rede Globo a partir de 1996.

Em 1999, o repórter realizou uma série de reportagens que resultaram na prisão do então deputado federal, que também era ex-coronel da PM e acusado de liderar grupos de extermínio, Hildebrando Pascoal.

Posteriormente, ele retornou com uma matéria veiculada em 2002, mostrando evidências claras de corrupção por parte de fornecedores da Prefeitura de São Gonçalo, município do Rio de Janeiro.

Isso exemplificou o uso eficaz de câmeras escondidas e microfones especiais para o jornalismo de denúncia. O material coletado foi entregue ao Ministério Público.

Em dezembro de 2004, Faustini denunciou a queima de documentos sigilosos da época da ditadura na Base Aérea de Salvador, uma reportagem que recebeu o Prêmio Qualidade Brasil e o XXII Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo.

Reconhecimento

Via UOL

Em maio de 2005, o programa Fantástico expôs cenas de corrupção em Rondônia através de uma matéria de Eduardo Faustini.

A reportagem mostrava gravações feitas pelo então governador do estado, Ivo Cassol, que revelavam tentativas de suborno por parte de deputados. A pedido da justiça, a reportagem não foi exibida em Rondônia.

Entre setembro e outubro de 2005, o Fantástico exibiu uma série especial em três partes chamada “Diário de uma guerra suja”.

Essa série ofereceu um panorama detalhado do conflito entre a polícia do Rio de Janeiro e os traficantes encurralados nas favelas, que também enfrentavam rivais para proteger as áreas de tráfico.

Para isso, ele passou dez dias com autoridades federais para cobrir os casos próximos das favelas.

Ele também ouviu a perspectiva de sociólogos sobre o trabalho policial e coletou depoimentos dos moradores, que eram as principais vítimas do conflito.

A série também explorou os esforços de educadores para combater o envolvimento cada vez maior de menores com o tráfico.

Em 2014, uma nova série de reportagens estreou no Fantástico, chamada “Cadê o dinheiro que estava aqui?”. Nessa série, o repórter, apelidado de “Repórter Secreto”, investigava denúncias de desvio de impostos.

No entanto, mesmo com esse currículo, em novembro de 2021, após 25 anos de trabalho, Faustini recebeu uma dispensa da TV Globo.

Prêmios

Eduardo Faustini recebeu vários prêmios por suas investigações jornalísticas, destacando-se ainda em 2002, quando ganhou o Prêmio Esso Especial de Telejornalismo por sua reportagem “Corrupção em São Gonçalo”.

Enquanto isso, em 2005, Faustini ganhou o XXII Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo por sua matéria “Documentos Queimados”.

Ainda, recebeu uma menção honrosa do Instituto Prensa y Sociedad (IPYS) e da Transparency International Latinoamerica y el Caribe (TILAC) pelo melhor trabalho investigativo jornalístico sobre um caso de corrupção, pela reportagem “Horário Eleitoral”.

Em 2007, a reportagem “Máfia das funerárias”, feita por Eduardo Faustini e sua equipe no Fantástico, ganhou o Prêmio Embratel de Jornalismo Investigativo, recebendo o troféu Tim Lopes, uma honraria que homenageia jornalistas investigativos.

Por fim, seu trabalho “A cara da corrupção” ganhou o Grande Prêmio Barbosa Lima Sobrinho da Embratel.

Fonte: UOL, Wikipedia

Imagens: UOL, UOL

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