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Rinocerontes sofreram seleção genética. Entenda

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Cientistas da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, avaliaram 80 rinocerontes, fotografados entre 1886 e 2018, e descobriram que os seus chifres diminuíram de tamanho por causa da caça intensiva ao longo de pouco mais de um século. O foi estudo publicado na revista People and Nature nesta segunda-feira (31/10).

Os pesquisadores realizaram as primeiras medições que mostram que os chifres de todas as cinco espécies de rinoceronte diminuíram gradualmente. As fotografias pertencem ao repositório online Rhino Resource Center, que possui mais 5 mil lustrações e fotos de rinocerontes, incluindo do rinoceronte-branco, negro, indiano, rinoceronte-de-java e rinoceronte-de-sumatra.

Os chifres desses animais têm um alto valor de mercado e são procurados tanto como investimento financeiro quanto para uso em medicamentos tradicionais na China e no Vietnã.

De acordo com os pesquisadores, caçar rinocerontes com os chifres mais longos fez com que sobrevivessem cada vez mais os que possuem os chifres menores. Conforme eles foram se reproduzindo, transmitiram esses traços para as próximas gerações.

A evolução dos chifres

Foto: Kees Rookmaker

Oscar Wilson, primeiro autor da pesquisa, aponta que os rinocerontes evoluíram seus chifres por uma razão. Várias espécies utilizam essas estruturas de formas diversas, como para pegar comida ou se defender contra predadores.

“Então achamos que ter chifres menores será prejudicial à sua sobrevivência”, disse o especialista, por meio de comunicado.

Os chifres desses mamíferos são tão importantes que protocolos de segurança rígidos normalmente impedem que os pesquisadores os acessem para estudo. “Eles são provavelmente uma das coisas mais difíceis de se trabalhar na história natural por causa das preocupações de segurança”, disse Wilson.

Ao utilizarem as fotos para medir outras áreas dos rinocerontes, incluindo o comprimento do corpo e da cabeça, os especialistas puderam mensurar o tamanho do chifre dos animais em proporção ao corpo deles.

Preservação

Foto: Oscar Wilson

Os desenhos e fotos dos últimos 500 anos mostraram uma mudança na visão humana dos rinocerontes por volta de 1950, quando os animais se tornaram foco de conservação em vez da caça.

Diversas fotografias revelam alguns deles mortos por caçadores, no final do século 19 e início do século 20, enquanto outras imagens mostram rinocerontes como animais assustadores perseguindo humanos.

Para os autores do estudo, essas fotos ajudaram a justificar a caça desses animais. De acordo com as imagens, existia pouco esforço para promover a conservação de rinocerontes para o público antes da década de 1950.

No entanto, após isso, o foco mudou de caçar os animais para tentar mantê-los vivos. Os cientistas acreditam que essa mudança aconteceu com o colapso dos impérios europeus. Isso porque os países africanos se tornaram independentes e os caçadores europeus não possuíam mais acesso fácil à África para caçar.

Registros mais recentes parecem refletir a crescente conscientização sobre proteger esses animais.

“Há pelo menos algumas décadas, tem havido muito mais foco na conservação dos rinocerontes – e isso se reflete nas imagens mais recentes, relacionadas à sua conservação em santuários ou sua situação na natureza”, afirma Wilson.

Maior criador de rinocerontes do mundo vai liberar cem animais ao ano

Foto: Ilustração/ Crédito AFP

Ainda falando sobre os esforços para a preservação dos rinocerontes, em junho a maior sociedade criadora de rinocerontes brancos do mundo, com sede na África do Sul, informou que tem um projeto para liberar na natureza cem animais ao ano. A espécie é ameaçada pela caça furtiva.

Atualmente, a fazenda do sul-africano John Hume tem mais de 2.000 espécimes.

De acordo com a ONG World Wildlife Fund (WWF), o rinoceronte branco do sul, uma das duas subespécies de rinoceronte branco, tem 20 mil exemplares e está em risco de extinção.

Além disso, vale destacar que a África do Sul abriga 80% dos rinocerontes do planeta. Eles estão ameaçados pela caça, por causa da demanda por seus chifres na Ásia, onde são usados na medicina.

Fonte: Revista Galileu, G1

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