Natureza

Segredos dos mega icebergs são estudados pelos cientistas

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Com as novas tecnologias, os cientistas estão estudando os segredos dos mega icebergs, componentes ainda desconhecidos das áreas mais geladas do mundo.

Esse assunto se tornou ainda mais relevante com o aumento do aquecimento global e da temperatura do planeta. Com isso, se tornou cada vez mais comum ver grandes desprendimentos nos árticos, o que eleva o nível do mar.

Uma grande parte do gelo perdido na Antártida provém de imensos blocos congelados, frequentemente do tamanho de cidades. Esse fenômeno é crucial nas projeções sobre o aumento futuro do nível do mar.

Pesquisadores do British Antarctic Survey (BAS) buscam aprofundar o entendimento da física por trás da fratura do gelo, concentrando-se em um setor antártico recentemente testemunha da ruptura de dois mega icebergs.

O propósito dessas investigações é desenvolver modelos mais precisos para prever onde e quando podem ocorrer os eventos denominados calvings – termo utilizado pelos cientistas para descrever a separação de um iceberg.

Mega icebergs

Via Flickr

A área de estudo é a Plataforma de Gelo de Brunt, uma extensão de uma geleira que se estende do continente até o Mar de Weddell.

Em 2021, a plataforma gerou um mega iceberg (A74) do tamanho da cidade de Paris, com 1.300 km², seguido em 2023 por um bloco (A81) ainda maior, com 1.500 km², equiparável à cidade de Londres em área.

Para coletar dados sobre a propagação de fissuras no gelo, cientistas implementaram diversos instrumentos na plataforma de Brunt, incluindo sismômetros, radares e receptores GPS.

Além disso, a equipe realizou perfurações na plataforma para entender as propriedades físicas do gelo, uma vez que, de acordo com os cientistas, plataformas como a de Brunt apresentam diferentes tipos de gelo.

Diferenças na textura

Algumas áreas são compostas por gelo glaciar duro como rocha, que se originou do continente, enquanto outras consistem em gelo marinho e neve que preenchem as lacunas, agindo quase como uma cola para manter unidos os diferentes segmentos da plataforma.

A questão central é entender a força física, segundo os especialistas. Por isso, a equipe visa aplicar uma pressão considerável sobre o gelo para observar onde ocorre a ruptura. Isso ajudará a sanar algumas questões, como, por exemplo, por que os mega icebergs são capazes de se separar.

A expectativa é que as lições aprendidas não apenas se apliquem a Brunt, mas também a outros setores da Antártica, uma vez que cerca de 75% da margem do continente possui plataformas flutuantes de gelo.

Separação de grandes gelos

Via Flickr

Além disso, a equipe também tenta entender o que causa a separação de grandes pedaços de gelo, como os mega icebergs.

Por exemplo, um ataque de água quente na frente da plataforma poderia desestabilizá-la, como o caso de áreas aquecidas ou tempestades de ventos quentes. Contudo, atualmente não há evidências de que isso esteja ocorrendo na plataforma de Brunt.

Por outro lado, em outras regiões do continente, os pesquisadores observaram condições mais quentes desencadeando o colapso de toda a plataforma, resultando em um aumento de icebergs.

Em algumas áreas da Antártica, os pesquisadores notaram que as mudanças climáticas induziram uma instabilidade que acelerou o fluxo e formação das plataformas, explicou a Dra. Emma Pearce.

No entanto, Pearce ressalta que os processos associados a esse fenômeno não são completamente compreendidos. Assim, para reduzir a incerteza nas previsões do nível do mar, é crucial ter um controle mais preciso sobre eles.

Por isso, as pesquisas continuarão na área, com possibilidade de se estender para outros árticos. No entanto, o mistério dos mega icebergs continua, sabendo apenas que podem causar largos impactos ambientais em todo o planeta.

 

Fonte: Tempo

Imagens: Flickr, Flickr

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