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Simulação imersiva da Nasa mostra como seria mergulhar em um buraco negro; veja

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A NASA, a agência espacial dos Estados Unidos, lançou vídeos de uma simulação mostrando como seria entrar em um buraco negro.

Dois vídeos estão no ar até agora: um explicando a física em cada etapa da viagem e outro permitindo movimento de câmera em 360º na região.

Essas imagens foram produzidas pelo supercomputador Discover da NASA, que demandou cinco dias e gerou 10 terabytes de dados. Isso é o equivalente a cerca da metade do conteúdo de texto da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.

Em termos de comparação, usando um computador comum, o mesmo processo demoraria mais de dez anos.

A simulação retrata a jornada em direção a um buraco negro com 4,3 milhões de vezes a massa do nosso Sol, conhecido como “Sagitário A*”, localizado no centro da Via Láctea.

Descrição

Jeremy Schnittman, astrofísico do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA responsável pela criação das visualizações, descreve que o horizonte de eventos do buraco negro simulado se estende por cerca de 16 milhões de milhas (25 milhões de quilômetros), representando aproximadamente 17% da distância entre a Terra e o Sol.

Ele continua explicando que, depois de entrar em um buraco negro, ao redor deste horizonte de eventos há uma nuvem plana e giratória de gás quente e brilhante. Esta é o disco de acreção, que serve como uma referência visual durante a queda.

Além disso, são visíveis estruturas luminosas que levam o nome anéis de fótons. Eles se formam mais próximos ao buraco negro a partir da luz que orbitou ao redor dele uma ou mais vezes. A cena se complementa com um pano de fundo do céu estrelado, como visto da Terra.

À medida que algo passa pelo horizonte de eventos, tudo se atrai em direção ao centro do buraco negro, um ponto conhecido como singularidade, onde as leis da física convencional deixam de se aplicar.

Se a câmera realmente entrasse nessa região, seria destruída em apenas 12,8 segundos devido ao intenso campo gravitacional.

Como seria entrar em um buraco negro

Para um observador distante, o horizonte de eventos, que é o ponto a partir do qual nem a luz pode escapar da intensa força gravitacional do buraco negro, pode parecer como se nunca fosse alcançado.

Isso acontece devido à distorção progressiva do tecido do espaço-tempo nas proximidades desse limite. Assim, causa uma desaceleração perceptível, fazendo com que até mesmo a câmera pareça congelada.

A Agência Espacial explicou um exemplo. Suponha que um astronauta embarcasse em uma nave espacial em uma viagem de ida e volta de seis horas enquanto seus colegas permanecessem em uma nave-mãe afastada do buraco negro. Nesse caso, ao retornar, o astronauta estaria 36 minutos mais jovem que seus colegas.

Isso ocorre porque o tempo passa mais lentamente nas proximidades de uma fonte gravitacional intensa e quando se movimenta próximo à velocidade da luz.

Importância da simulação

Fazer uma simulação de como seria entrar em um buraco negro pode parecer inútil, visto que jamais faríamos isso com a tecnologia atual. E mesmo com os equipamentos mais avançados, ainda não seria possível, ou quase impossível, realizar esse feito com vida.

No entanto, ainda sabemos muito pouco sobre a física quântica dos buracos negros. Temos apenas vislumbres de como se comportam, teorias de como se formam e o que teria do outro lado dessa passagem.

Dessa forma, ter uma simulação, mesmo que virtual e forjada por computador, é um primeiro passo para sanar dúvidas e tentar entender mais a ciência por trás desses elementos tão misteriosos.

Além disso, serve para sanar a curiosidade de pessoas que se interessam pela área, mas podem nunca ter a chance de se aproximar de equipamentos de simulação real, ou mesmo ir ao espaço.

Assim, eu, você e tantas outras pessoas normais e cotidianas, poderemos saber o que se passa ao entrar em um buraco negro, na segurança e conforto de casa.

 

Fonte: CNN

Imagens: Wikimedia

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