Sonda detecta “aranhas” na superfície de Marte

De maneira curiosa, o orbitador Mars Express da Agência Espacial Europeia detectou o que seriam aranhas de Marte.

Essas formações, que não são aranhas mesmo, têm o mesmo formato, e estavam na região polar sul de Marte, vindo de um processo geológico do planeta.

De acordo com os cientistas, esse processo desencadeia a sublimação do dióxido de carbono, expondo material mais escuro que está abaixo da superfície durante a primavera marciana.

É importante ressaltar que seria surpreendente encontrar aranhas de cerca de 1 quilômetro de extensão, medida atribuída às “aranhas marcianas”.

A explicação da agência é que o dióxido de carbono forma gêiseres que se elevam, dispersando o solo marciano em padrões que se assemelham a “formas de aranha”.

A análise desses padrões é de especialistas da Open University, no Reino Unido.

Experimentos indicam diretamente que os padrões de ‘aranha’ que observaram em Marte, a partir da órbita, podem ser esculpidos pela conversão direta do gelo seco, do estado sólido para o gasoso, explica Lauren McKeown, cientista planetária da Open University e autora principal do estudo, em um comunicado.

Via Revista Galileu

Uma “cidade Inca” em Marte?

Enquanto isso, uma imagem adicional da missão Mars Express da ESA revelou manchas escuras em colinas imponentes e planaltos extensos, embora desta vez elas não se assemelhem a “aranhas de Marte”. Esta foto é das proximidades de uma área de Marte que recebe o apelido de “cidade inca”.

A ESA explica que o nome desta área não é um mistério, já que a disposição linear quase geométrica dos cumes lembra as ruínas incas. Formalmente conhecida como Angustus Labyrinthus, a “cidade Inca” foi identificada em 1972 pela sonda Mariner 9 da NASA.

Os cientistas ainda não conseguiram determinar como essa formação se originou em Marte. Uma possibilidade é que dunas de areia tenham se solidificado ao longo do tempo, transformando-se em pedra.

Enquanto isso, outra teoria é que materiais como magma ou areia tenham vazado através de camadas fraturadas da rocha marciana. Uma terceira hipótese é que as cristas na paisagem poderiam ser “eskers”, características sinuosas relacionadas a geleiras.

Por fim, uma teoria alternativa sobre a formação das “paredes” desta área, em um grande círculo com 86 km de diâmetro, sugere que a “cidade” pode estar localizada dentro de uma grande cratera formada por um impacto de um objeto espacial.

Esse impacto provavelmente gerou falhas na planície circular, que se preencheram com lava ascendente, que erodiu posteriormente, ao longo do tempo.

Importância

Via Revista Galileu

Tanto as aranhas de Marte quanto a Cidade Inca são descobertas impressionantes da missão Mars Express, que tinha justamente o intuito de conhecer mais sobre o planeta, suas criações e desenvolvimento geológico.

Com esses elementos distintos, é possível ter uma noção mais aprimorada dos componentes do solo, clima, relevo e outros fatores da geografia marciana.

Embora pareçam apenas curiosidades interplanetárias, na verdade, identificar e fotografar essas ocorrências tão diferentes, como as aranhas de Marte, é fundamental para os cientistas conhecerem mais sobre o planeta.

Cada vez mais missões e dispositivos estão indo em direção a Marte, preparando o terreno para receber astronautas humanos no futuro. A Nasa e outras organizações planejam alcançar esse voo ainda nessa década.

No entanto, isso só será possível acompanhando o planeta, suas mudanças e até mesmo eventos inesperados. As aranhas de Marte indicam o comportamento sólido e gasoso da atmosfera, enquanto a Cidade Inca traz teorias sobre dunas, movimentação de areia e outras proeminências.

Assim, é um passo adiante do conhecimento científico interplanetário, além de trazer mais confiança para as equipes que planejam avançar na exploração do Universo.

Fonte: Revista Galileu

Imagens: Revista Galileu, Revista Galileu