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“Tempestade solar pode desligar a internet em 2024”. Não é bem assim…

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A notícia de que uma tempestade solar acabaria com a internet em 2024 certamente chocou as redes sociais no último ano. Muitas teorias e pessoas discutiram sobre a possibilidade de perder conexão, e não apenas online, mas GPS também.

No entanto, é importante confirmar que a notícia não é bem essa, e alguns dados ficaram de fora…

A principal preocupação com essa tempestade solar seria a ejeção de massa coronal, um fenômeno que libera plasma e partículas carregadas. Isso afetaria dispositivos eletrônicos e várias infraestruturas espaciais. Contudo, é importante saber do que se trata e como isso funciona antes de ter medo de ficar sem internet.

O que é essa tempestade solar?

Via Freepik

Uma tempestade solar, causada por ejeção de massa coronal (EMC), é um fenômeno em que uma quantidade significativa de material solar, principalmente plasma e campos magnéticos, é ejetada da atmosfera externa do Sol, conhecida como coroa, para o espaço interplanetário.

Essas ejeções são frequentemente associadas a erupções solares e são eventos altamente energéticos.

A coroa solar é a camada externa da atmosfera solar que se estende a grandes distâncias do Sol. Durante as erupções solares, ocorre uma liberação súbita de energia magnética armazenada na atmosfera solar.

Isso pode resultar na expulsão de grandes quantidades de partículas carregadas, principalmente prótons e elétrons, juntamente com campos magnéticos intensos.

Essas ejeções de massa coronal podem ter um impacto significativo no ambiente espacial ao redor do Sol e em nosso próprio planeta. Quando uma EMC atinge a Terra, pode causar tempestades geomagnéticas, afetando as comunicações de rádio, redes elétricas e sistemas de navegação por satélite.

Além disso, as auroras, também conhecidas como luzes do norte (aurora boreal) e do sul (aurora austral), podem ser visíveis em latitudes mais baixas do que o normal devido à interação das partículas solares com a atmosfera terrestre.

Contudo, os cientistas já monitoram a atividade solar, incluindo as ejeções de massa coronal, para entender melhor os processos físicos envolvidos e para prever o impacto potencial desses eventos na Terra e em outros corpos celestes do sistema solar.

E qual é a verdade?

O astrônomo amador alemão, Rudolf Becker, foi quem trouxe à tona a previsão de que o Sol entrará em uma fase de maior atividade entre 2024 e 2028.

No entanto, é importante observar que Becker não publicou nenhum estudo formal ou apresentou dados que sustentem suas alegações. Sua única informação concreta é a referência ao ciclo solar de aproximadamente 11 anos, durante o qual os polos magnéticos do Sol se invertem.

Esse fenômeno está associado a um aumento na frequência de erupções solares, mas historicamente, tal atividade não necessariamente resultou em consequências significativas para a Terra.

Via Freepik

Ao longo dos anos, os cientistas têm estudado de perto o ciclo solar e as variações na atividade solar. Durante o pico desse ciclo, a coroa solar experimenta um aumento na atividade, incluindo ocorrências como erupções solares e ejeções de massa coronal, como explicado.

No entanto, é fundamental ressaltar que tais eventos fazem parte de um padrão natural do Sol, e a maioria ocorre sem causar impactos substanciais em nosso planeta.

A compreensão dos ciclos solares é essencial para prever possíveis efeitos na Terra, como tempestades geomagnéticas que podem interferir em sistemas de comunicação e redes elétricas.

Apesar da previsão de Becker sobre uma fase mais ativa, é necessário aguardar estudos científicos mais abrangentes e dados concretos antes de tirar conclusões definitivas sobre o impacto potencial desses eventos no nosso planeta.

Dessa forma, apesar da notícia da tempestade solar acabar com a internet ter chocado as pessoas, é fundamental ter interpretações com base sólida e científica. Somente uma observação contínua em 2024 irá garantir que nossa infraestrutura e satélites continuem operando normalmente, sem pânico.

 

Fonte: SuperInteressante

Imagens: Freepik, Freepik

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