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Termo de responsabilidade isentava OceanGate mesmo em caso de negligência ou falha de operação de submarino; leia trechos

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Após confirmarem definitivamente os óbitos dos membros da tripulação do submarino Titan, da empresa OceanGate, o portal de notícias norte-americano TMZ teve acesso a um documento que isenta a empresa de qualquer responsabilidade pelo acidente.

Inicialmente, a viagem estava programada para durar oito dias, e cada passageiro a bordo precisou assinar um termo sobre os possíveis “riscos de morte” que poderiam enfrentar.

De acordo com o contrato fornecido às vítimas, ao ingressarem na viagem para explorar os destroços do Titanic, com duração aproximada de oito dias, os tripulantes precisaram assinar o seguinte termo: “Eu, ___________________, reconheço que me inscrevi voluntariamente para participar de uma operação submersível organizada pela OceanGate Expeditions”, conforme divulgações dos portais de notícia.

Outra parte do documento obtido pelo TMZ menciona que “parte da operação ocorrerá em um submersível experimental. A embarcação não foi aprovada nem certificada por qualquer órgão regulador e pode ser construída com materiais não amplamente utilizados em submersíveis ocupados por humanos”.

O documento da OceanGate ainda indica que “a operação ocorrerá em uma localização bastante distante do hospital mais próximo ou de pessoal de resgate. Caso eu sofra algum ferimento durante a operação, talvez não receba atendimento médico imediato”.

Antes de assinarem o contrato, a empresa OceanGate também explicou às vítimas, por meio desse documento, que “por meio deste, assumo total responsabilidade pelos riscos de lesões corporais, invalidez, morte e danos à propriedade decorrentes da negligência de qualquer parte durante a expedição”.

Empresa OceanGate não pagará indenização

Via Jovem Pan

Por conta desses documentos, a empresa OceanGate se isenta oficialmente de qualquer culpa jurídica e, com isso, também de indenizações.

Geralmente, atividades sem supervisão ou vistoria autorizada podem gerar processos por parte dos familiares ou parentes das vítimas. Nesse caso, alguns nomes bilionários estiverem na viagem e, infelizmente, falecerem.

Assim, seus relativos ou dependentes poderiam solicitar algum tipo de recuperação financeira pelas passagens ou pela morte de seus entes queridos.

Contudo, como os trechos do documento foram assertivos e categóricos, não existe chance das famílias pedirem uma indenização. Além disso, uma vez que o processo se encerrou, a empresa OceanGate deixa de ter responsabilidade nas etapas.

Sem recuperação

Há uma grande possibilidade de que nunca consigam recuperar os corpos de Shahzada e Suleman Dawood, Hamish Harding, Paul-Henri Nargeolet e Stockton Rush, os ocupantes do submarino Titan.

A expedição, cujo objetivo era explorar os destroços do Titanic, sofreu uma implosão confirmada pela empresa OceanGate. Ela anunciou as mortes na última quinta-feira, 22 de junho.

Durante uma coletiva de imprensa conduzida pelo contra-almirante da Guarda Costeira, John Mauger revelou a notícia sobre essa situação, levantando questionamentos sobre o destino dos corpos dos cinco milionários que estavam a bordo do submarino.

Mauger explicou que as condições do oceano são extremamente instáveis, o que gera uma grande incerteza sobre a possibilidade de recuperá-los.

A recuperação de corpos na pressão extrema do fundo do mar apresenta uma série de desafios técnicos e logísticos que tornam essa tarefa extremamente difícil.

Quando ocorre um acidente submarino em grandes profundidades, como no caso do submarino Titan, várias condições adversas contribuem para a complexidade da recuperação dos corpos.

Em primeiro lugar, a pressão nas profundezas do oceano é imensa. À medida que se mergulha a maiores profundidades, a pressão aumenta consideravelmente, podendo chegar a várias centenas de vezes a pressão atmosférica ao nível do mar.

Essa pressão extrema afeta negativamente a estrutura física dos corpos, podendo causar colapsos internos e externos. É possível que os corpos fiquem comprimidos e deformados, dificultando sua identificação e manipulação.

Além disso, as condições ambientais nas profundezas do oceano são hostis. A escuridão total, as baixas temperaturas e a presença de correntes e turbulências tornam a busca e recuperação de corpos um desafio ainda maior.

Existe limitação na visibilidade, o que dificulta a localização precisa dos corpos e aumenta o risco de acidentes durante as operações de recuperação.

Dificuldade técnica

Via India Today

A tecnologia necessária para realizar operações de resgate em grandes profundidades também é altamente especializada e de alto custo.

É preciso utilizar equipamentos como veículos submersíveis operados remotamente (ROVs) e submarinos tripulados, mas não existe grande disponibilidade e capacidade.

As equipes de resgate precisam lidar com a falta de oxigênio, as condições de trabalho extremas e os riscos associados às operações de mergulho nessas profundidades.

Por fim, a vastidão do oceano e a imprecisão na localização exata do acidente dificultam ainda mais a recuperação dos corpos.

É necessário um esforço coordenado e recursos consideráveis para realizar uma busca efetiva nessas áreas remotas e de difícil acesso. No entanto, a empresa OceanGate não tem mais responsabilidade legal nesses próximos passos.

 

Fonte: UOL

Imagens: Jovem Pan, India Today

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