Por Dois pesquisadores ficaram intrigados ao testemunhar, pela primeira vez, um sapo com fungo. Ou seja, ele estava servindo como hospedeiro de um cogumelo.
Este evento sem precedentes ocorreu em Karnataka, na Índia, e foi relatado na revista Reptiles and Amphibians no dia 28 de fevereiro.
O incidente
Em 19 de junho de 2023, os pesquisadores Lohit Y.T. e seu colega Chinmay C. Maliye, ambos do WWF (World Wide Fund for Nature), encontraram aproximadamente 40 sapos.
Entre eles, havia um sapo aparentemente saudável, com um pequeno cogumelo crescendo em sua pele, no lado esquerdo, um acontecimento nunca antes documentado por cientistas.
O anfíbio em questão pertence à espécie conhecida como rã-de-costas-douradas intermediárias, ou Hylarana pelo nome científico, medindo cerca de 7 centímetros. Essas espécies são comumente encontradas nos estados de Karnataka e Kerala, no sudoeste da Índia.
Segundo Lohit Y T, especialista em rios e pântanos da World Wildlife Fund-India, quando avistou o sapo com fungo pela primeira vez, ficou intrigado. Isso porque o fenômeno é completamente novo e raro.
Em 13 de fevereiro, a WWF postou em sua conta no X (anteriormente conhecido como Twitter) que a descoberta havia deixado cientistas de todo o mundo “perplexos”.
Via UOL
Falta de informações
A equipe acabou por não coletar o sapo com fungo, de modo que a causa do fenômeno e o destino do animal permanecem desconhecidos.
No entanto, através de análises de imagens, micologistas determinaram que o cogumelo pertencia ao gênero Mycena, um tipo de fungo que geralmente cresce em madeira em decomposição de árvores mortas.
Um estudo divulgado no ano anterior já havia sugerido que este cogumelo poderia evoluir para prosperar em plantas vivas também.
Fungo de The Last Of Us?
Algumas pessoas comentaram que esse evento seria semelhante ao do jogo The Last Of Us, lançado originalmente em 2013, com uma continuação e uma série de TV.
Em todas as plataformas e mídias, ele traz a mesma problemática: um apocalipse zumbi causado pela simples infecção de fungo.
O fungo apresentado em “The Last of Us” é chamado Cordyceps, especificamente uma versão fictícia chamada Cordyceps Brain Infection (CBI).
Nos seres humanos do jogo, o Cordyceps infecta o cérebro, transformando as vítimas em criaturas hostis chamadas de “Infectados”.
A infecção ocorre quando esporos de Cordyceps entram no corpo humano, geralmente por meio da inalação. Os esporos se instalam no cérebro e começam a se reproduzir, tomando controle da mente e do corpo do hospedeiro.
Isso leva à deterioração física e mental da vítima, transformando-a em um tipo de zumbi agressivo.
A natureza da infecção por Cordyceps no jogo é fictícia e dramatizada para servir à narrativa de ficção científica e sobrevivência do jogo.
No entanto, vale reforçar que o Cordyceps existe na vida real, e seu comportamento é ligeiramente parecido. O parasita se instala em um hospedeiro fraco e começa a controlar os movimentos do corpo, até que consiga se espalhar e descartar aquele ‘zumbi’.
Contudo, várias pessoas apontam que o parasita de The Last of Us foca principalmente em insetos, e não em mamíferos ou anfíbios, como no caso do sapo com fungo.
Via Medium
Sapo com fungo poderia ser início do apocalipse?
Inicialmente, o sapo com fungo encontrado na natureza possui uma espécie diferente daquela retratada em The Last of Us, a principal preocupação de pessoas que acompanham o cenário.
Por conta disso, a princípio, esse animal infectado não representaria uma ameaça para os seres humanos ou para a vida na Terra como conhecemos. E, claro, toda a ambientação do jogo é fictício e bastante dramática.
Entretanto, mesmo que sejam fungos diferentes, essa novidade segue sendo um evento raro e sem proporções. Os pesquisadores não conseguiram informações sobre o sapo com fungo, e nem sabemos como é o comportamento do cogumelo que se alojou em sua pele.
Para todos os efeitos, os dados são escassos, mas a presença de um parasita crescendo visivelmente em um ser vivo levanta algumas questões pertinentes.
Além disso, o cenário de The Last of Us também oferece explicações consideravelmente verídicas sobre o comportamento do Cordyceps, que encontra as melhores condições de crescimento em ambientes muito quentes.
Com as mudanças climáticas globais, esse cenário se torna cada vez mais concreto, e a fauna já experimenta os primeiros impactos dessas complicações.
Assim, o sapo com fungo não marca, de fato, o início do apocalipse zumbi, mas é crucial saber mais sobre ele e o parasita que se alojou.
Fonte: UOL
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