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Tomando psilocibina em nome da ciência

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A saúde é algo extremamente frágil e, por esse motivo, cientistas do mundo inteiro trabalham constantemente em busca de soluções para os diversos problemas. Médicos e demais profissionais realizam incansáveis pesquisas para tratar não somente doenças físicas, mas também as psicológicas e mentais. Uma solução para alguns casos tem sido a psilocibina, um cogumelo alucinógeno.

Estima-se que metade da população do Brasil irá passar por problemas de saúde mental no decorrer da vida. Esse número é realmente preocupante, visto que o país tem mais de 200 milhões de habitantes atualmente. Nesse sentido, imaginar que pelo menos 100 milhões enfrentem problemas tão sérios é motivo para qualquer profissional da saúde ficar eufórico.

Sendo assim, como afirmamos anteriormente, os cientistas estão buscando todos os meios de tratar essas doenças, ou melhor, de impedi-las. Então, está cada vez mais comum o uso de “cogumelos mágicos”. Pequenas doses do alucinógeno podem ser suficientes para tratar doenças como depressão, ansiedade, crise de pânico e várias outras.

Mas como seria feita essa dosagem e como ela pode, de fato, ajudar o cérebro humano com problemas tão sérios e delicados?

Psilocibina para tratamento humano

Pesquisadores da Universidade de Monash, em Melbourne, Austrália, estão estudando cérebros adultos saudáveis quando são usadas drogas psicodélicas. Com isso, os profissionais buscam identificar os caminhos no cérebro que fundamentam esses efeitos, principalmente da psilocibina. Assim, eles poderão chegar a uma compreensão plausível de como partes diferentes do nosso cérebro se conectam de alguma maneira.

O estudo PsiConnect é o primeiro ensaio clínico de imagem em participantes sob efeitos psicodélicos na Austrália. Ao todo, são 60 participantes e trata-se de um dos maiores ensaios de imagem psicodélica do mundo inteiro. Existem diversos tipos de psicodélicos, derivados de animais, plantas e fungos. Quando uma pessoa ingere uma substância psicoativa, sua conectividade cerebral passa por uma reorganização que altera a percepção. Isso pode ainda causar alterações visuais e mudar a autopercepção.

Esse ensaio usa uma dose de 19 mg com base em um estudo anterior e recomendado por outros pesquisadores. Isso então cria de forma confiável os efeitos psicodélicos da psilocibina em um nível bem “tranquilo”, tolerado por adultos saudáveis.

Como são feitos esses estudos com a droga psicodélica?

Os praticantes, nesse estudo, passam por duas sessões de varreduras cerebrais na instalação de imagens biomédicas de Monash. Uma sessão é feita antes e outra depois da psilocibina. Eles precisam ingerir uma pílula em um ambiente onde se sintam confortáveis, fora da clínica, mas na companhia de um pesquisador. A maioria das pessoas relatou que começou a sentir os efeitos do alucinógeno cerca de uma hora após ingerir, então a varredura começou.

A princípio, a ressonância magnética funcional vai tirar fotos de alta resolução de todo o cérebro. Isso inclui as partes subcorticais profundas. Após isso, vai medir como essa atividade muda com o tempo. Os estudiosos usam ainda um eletroencefalograma após a ressonância magnética, visto que ele pode medir as mudanças de milissegundos na conectividade cerebral.

O estudo ainda inclui algumas músicas diferentes para testar os efeitos da psilocibina de forma mais ampla. Em seguida, os pesquisadores então conversam com os participantes. Nessa hora eles buscam compreender os mecanismos de percepção, associando relatos subjetivos às mudanças observadas.

Até o momento, os relatos dos participantes foram diversos. Alguns disseram enxergar padrões em movimentos. Enquanto isso, outros não relataram qualquer alteração visual. Alguns participantes relatam experiências corporais, outros descrevem relatos de jornadas místicas.

Embora tudo pareça um pouco assustador, os cientistas afirmam que está sob controle. Dizem ainda que sim, de fato, o uso da psilocibina pode ajudar a compreender melhor o cérebro humano a lidar com doenças mentais de extremo impacto.

Fontes: Hypescience

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