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Ucraniana se torna segunda mulher na história a receber a Medalha Fields

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A ucraniana Maryna Viazovska foi a segunda mulher a receber a Medalha Fields. O prêmio é a maior honraria científica que um matemático pode receber antes dos 40 anos, idade limite do prêmio. A medalha é entregue a cada quatro anos.

A última cerimônia ocorreu em 2018 no Rio de Janeiro. Neste ano, ela aconteceu em Helsinque, capital da Finlândia. A meta era premiar pesquisadores com feitos extraordinários e que se destacaram na carreira antes de completarem 40 anos de idade.

A medalha é entregue a até quatro matemáticos por vez. Além da medalha, cada laureado recebe 15 mil dólares canadenses (o equivalente a 62 mil reais). 

Além de Maryna Viazovska, 37, da Escola Politécnica Federal de Lausana (Suíça), os vencedores foram os matemáticos James Maynard, 35, da Universidade de Oxford (Reino Unido); Hugo Duminil-Copin, 36, da Universidade de Geneva (Suíça); e June Huh, 39, da Universidade de Princeton (Estados Unidos).

Desde a criação da Medalha Fields, em 1936, apenas 64 matemáticos receberam o prêmio. A primeira mulher foi a matemática Maryam Mirzakhani, que ganhou a medalha em 2014 (o mesmo ano do primeiro brasileiro, Artur Ávila). Além da primeira mulher, Mirzakhani foi a primeira pessoa nascida no Irã a receber o prêmio.

Os vencedores da Medalha Fields fazem várias contribuições em seus campos de estudos. Veja abaixo as principais descobertas e pesquisas dos laureados de 2022. 

Maryna Viazovska: a segunda mulher a receber a Medalha Fields

Foto: Institut des Hautes Études Scientifiques (IHÉS)/ Reprodução

Já se imaginou tentando encontrar a melhor maneira de guardar bolas de futebol, organizando da melhor maneira para fazer caber o maior número de bolas possível? Agora pense fazer isso com infinitas bolas em uma caixa de oito dimensões.

Esse problema foi o que rendeu a medalha a Maryna Viazovska. A matemática desenvolveu uma fórmula que prova qual a maneira mais eficiente de encaixar esferas em oito dimensões. Ela levou 13 anos para resolver esse problema.

James Maynard e a lógica do espaço entre os números

Foto: Ryan Cowan/Reprodução

Uma das grandes incógnitas da matemática é o fato de não existir um método totalmente confiável para prever a distância entre os números primos.

Essa distância cresce à medida que avançamos (2; 3; 5; 7; 11…), no entanto, não existe uma fórmula para prever onde estará o próximo. Outro fator que complica a questão é que existem infinitos números primos.

De acordo com James Maynard, existe pelo menos alguma lógica nos espaços entre eles. Os números primos que são separados por apenas dois números são chamados “primos gêmeos”: 3 e 5; 11 e 13; 17 e 19, por exemplo. 

A frequência dos primos gêmeos diminui conforme avançamos na lista de números primos. No entanto, eles ainda dão as caras de vez em quando (197 e 199 é outro exemplo de primos gêmeos).

O matemático provou que existe um número infinito de pares de primos gêmeos cuja distância é menor que 600. Maynard ainda provou que há um número infinito de primos que não contém o número 7.

June Huh 

Foto: Lance Murphey/ Reprodução

O trabalho do professor da Universidade de Princeton envolve a aplicação da geometria para solucionar problemas de análises combinatórias.

June Huh descreveu as propriedades matemáticas dos polinômios cromáticos. As suas contribuições incluem a prova da Conjectura de Dowling–Wilson, Heron–Rota–Welsh e Mason.

Hugo Duminil-Copin: a pesquisa menos abstrata a receber a Medalha Fields

Foto: Matteo Fieni/ Reprodução

Entre os quatro laureados, Duminil-Copin é o que tem a pesquisa menos abstrata. O matemático estuda a interação entre dipolos magnéticos que existem dentro dos ímãs. Quando aquecidos, os dipolos magnéticos adotam um comportamento aleatório, apontando para direções diferentes. 

Para tentar descrever o comportamento desses mini ímãs, os matemáticos usam probabilidade para descrever o sistema. No entanto, o modelo existente mais famoso (chamado Modelo Ising) lida com o caso em apenas duas dimensões, enquanto um ímã de verdade tem três.

O professor da Universidade de Geneva encontrou uma forma de adaptar o modelo probabilístico para três dimensões. Isso foi possível utilizando a teoria da percolação em redes. 

Fonte: Superinteressante

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