Uma mulher que optou por manter seu anonimato teve seu nome trocado pelo xingamento”vagabunda” em seu cartão de crédito. No caso, a vítima de 29 anos teve seu sobrenome substituído e agora entra com processo por danos morais. Assim, ela pede indenização de R$ 50 mil pela situação vexatória.
Quando ela recebeu a correspondência e viu o xingamento no lugar de seu sobrenome, ela conta que ficou completamente constrangida. Em entrevista ao G1, o advogado Ederson Lourenço, que representa a vítima de Campo Grande, detalhou: “A minha cliente me procurou logo depois que recebeu o cartão. Ela me disse que estava em casa em uma confraternização com amigas e tinha deixado para abrir o envelope em que o cartão estava depois do serviço. Quando abriu o papel, leu ‘vagabunda’ no cartão, ela disse ter começado a dar risada, mas depois se deu conta do que tinha acontecido”.
Dessa forma, Lourenço relata que a vítima pediu o cartão de crédito e, dois dias depois, a correspondência chegou. Até então, na parte externa da correspondência, o nome da vítima estava correto. Porém, ela teve a infeliz surpresa ao abrir o envelope e ver o xingamento no cartão. O advogado descreve o caso como “humilhante e vexatório”.
Resposta do banco
O banco em que o cartão de crédito foi feito foi o C6 Bank, que emitiu uma nota sobre o caso. Na nota, o C6 Bank disse que acompanha o processo e se coloca à disposição dos clientes para “apurar todos os casos”, mas que não pode fornecer mais informações.
“Em cumprimento ao disposto na Lei Complementar nº 105/2001, não podemos fornecer a terceiros informações de operações ativas e passivas de serviços bancários, sob pena de quebra de sigilo bancário. As informações somente podem ser fornecidas diretamente ao consumidor ou na forma autorizada na citada lei. Estamos à disposição dos clientes para esclarecer dúvidas, resolver qualquer problema e apurar todos os casos”.
Farmácia de São Paulo troca nome de cliente para “Gaylileu”
Uma rede de farmácias estabelecida foi acusada de homofobia ao chamar um publicitário de “Gaylileu” no ano de 2021. Em maio, a rede aceitou um acordo e pagou R$ 40 mil, a título de indenização por danos morais, para a Justiça arquivar o caso.
A vítima recebeu metade desse dinheiro e destinou os outros R$ 20 mil para uma ONG que abriga jovens LGBTQIAP+ de São Paulo. Dessa maneira, o caso que levou ao pagamento da indenização por homofobia ocorreu em 2021. Na ocasião, Galileu Araujo Nogueira passou a receber mensagens da Droga Raia por SMS do celular.
Além das mensagens, o publicitário recebia cupons de desconto para medicamentos. Porém, o que chamou a atenção foi o fato de seu nome estar escrito com “y”, formando a palavra “gay”, ao lado da sugestão do remédio que ele usava. Antes disso, seu nome era grafado corretamente nos recados que a farmácia enviava.
Em março de 2022, o publicitário de 33 anos, que é homossexual, denunciou a rede de farmácias por discriminação nas suas redes sociais. Assim, ele postou fotos dos cupons e as mensagens que recebeu da farmácia em seu perfil do Instagram.
Farmácia é acusada de homofobia
Ao encaminhar a denúncia para a Justiça, Galileu recebeu uma indenização e disse que irá usar o dinheiro para dar bolsas de estudos para jovens LGBTQIAP+ que desejam se especializar em comunicação. Além disso, o publicitário usa suas redes sociais para mostrar seu trabalho como estrategista de marcas. Ele também dá aulas de construção de marca na Miami AdSchool.
Dessa forma, a outra parte do valor da indenização será destinada à ONG Casa 1, que recebe, de forma gratuita, pessoas de 18 a 25 anos que foram expulsas de suas casas por conta de homofobia e outras questões envolvendo orientações afetivas sexuais e de identidade de gênero.
Com o acordo amigável entre ambas as partes, a ação de indenização por dano moral que Galileu moveu na Justiça contra a rede de farmácias foi encerrada. Dessa forma, no pedido, ele cobrava R$ 44 mil de indenização e exigiu a criação de programas de treinamentos com funcionários sobre discriminação.
Além disso, a condenação que a Droga Raia recebeu foi substituída pelo acordo feito. Em abril de 2022, a Justiça havia condenado a farmácia a pagar R$ 4 mil a Galileu. No entanto, o valor nunca foi pago e nem será por conta do acordo que o publicitário e a empresa finalizaram.
Fonte: G1
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