No dia 14 de dezembro deste ano, a NOAA divulgou que a Terra foi atingida por uma das maiores tempestades solares desde 2017.
De acordo com os dados da NOAA, a região mais afetada foi a América Latina, incluindo partes dos Estados Unidos, e o Brasil destacou-se como o centro próximo ao ponto de impacto.
Essa tempestade solar ocorre em meio a preocupações crescentes sobre a possibilidade de um evento que possa interferir nas telecomunicações terrestres em 2024.
O episódio do dia 14 já registrou alguns casos de interferência nas comunicações por rádio, especialmente afetando pilotos em voo naquele momento, conforme relatado pela agência americana.
O Sol está se aproximando de um pico de atividade previsto para 2025, o que pode resultar em um aumento da frequência de tempestades solares nos próximos anos.
No entanto, é importante entender o que são essas tempestades solares e qual é o nível real de preocupação que devemos ter em relação a elas. Existe algum perigo iminente para nós?
O que são tempestades solares?
As tempestades solares ocorrem quando os ventos solares alcançam a Terra, provocando uma interação com o campo magnético terrestre e a atmosfera.
Essa interação, que normalmente resulta na formação das auroras que admiramos, vai além da simples beleza.
Os ventos solares transportam partículas carregadas que, ao interagirem com o campo magnético e a atmosfera, podem causar interferências nos sistemas de comunicação.
Além disso, essas partículas carregadas têm o potencial de atingir satélites, causando danos permanentes a esses equipamentos.
Por que o Sol possui ventos solares?
A dinâmica do Sol apresenta uma complexidade fascinante, sendo uma área ampla de estudo com muitas questões em aberto.
A formação dos ventos solares é um dos temas investigados pela Astrofísica Solar. Atualmente, o modelo mais amplamente aceito sugere que esses ventos se originam devido à elevada temperatura da corona solar.
A corona solar, a camada externa da atmosfera do Sol, é extraordinariamente quente, com temperaturas que alcançam milhões de graus Celsius.
Algumas partículas presentes na corona adquirem energia cinética suficiente para superar a velocidade de escape do Sol. Quando isso ocorre, essas partículas podem escapar em forma de nuvens de plasma.
Qual é o pico de atividade do Sol?
O comportamento do campo magnético do Sol é um dos exemplos mais complexos de como esse fenômeno se manifesta.
Isso ocorre em parte devido à rotação diferencial do Sol, na qual o equador e os polos solares giram em velocidades distintas, resultando no enrolamento e na torção dos campos magnéticos.
Descrever a dinâmica do campo magnético solar é uma tarefa desafiadora que requer simulações computacionais dispendiosas.
Com base em observações, sabemos que, devido à complexidade desse campo magnético, o Sol apresenta um ciclo de 11 anos.
Durante o pico desse ciclo, espera-se maior atividade de manchas solares e a geração de ventos solares. O próximo pico está previsto para 2025.
Evento do dia 14 de dezembro
No dia 14 passado, a NOAA divulgou a ocorrência de tempestades solares intensas atingindo a Terra.
O gráfico fornecido pela instituição revela que a maior parte do impacto ocorreu diretamente na América Latina, especialmente no Brasil.
Esta tempestade solar representa a mais intensa desde 2017, e a expectativa é de que mais eventos desse tipo ocorram até atingirmos o pico em 2025.
No entanto, a intensidade da tempestade foi suficiente para gerar interferências nas comunicações por rádio em partes dos Estados Unidos e outros países. Pilotos em voo relataram dificuldades de comunicação com as torres de controle.
O que significa para nós?
Apesar de ter uma sensação apocalíptica, é crucial lembrar que não estamos diante do primeiro ciclo solar da Terra.
O último pico ocorreu em 2014 e foi um dos mais fracos já existentes, enquanto um pico de atividade máxima foi em 2000.
Até o momento, nenhuma tempestade solar causou danos catastróficos à humanidade. Isso se deve, em parte, ao fato de que o perigo não se manifesta de maneira direta.
O principal desafio reside nos possíveis danos a satélites e sistemas de comunicação na Terra, que podem impactar diretamente nosso cotidiano.
A tempestade solar mais significativa registrada na história é conhecida como a tempestade solar de Carrington, ocorrida em 1859.
Essa tempestade foi capaz de causar danos nos sistemas de telégrafo da época, afetando a comunicação e destruindo registros. Além disso, também relataram a presença de auroras, inclusive na linha do Equador.
Os danos causados por essa tempestade solar do século XIX foram consideráveis para a tecnologia da época.
Assim, alguns pesquisadores sugerem que se tempestades solares semelhantes ocorressem nos dias de hoje, os danos seriam muito graves para a tecnologia contemporânea, afetando desde as comunicações até a rede de fornecimento de energia elétrica.
Fonte: Tempo
Comentários