Um pedaço de gelo gigante desapareceu da Antártida, e estudiosos se preocupam.
Em novembro, as regiões de gelo marinho da costa da Antártida e do Ártico alcançaram baixas recordes.
Os cientistas preveem que, a partir de 04 de dezembro, perderemos uma área de aproximadamente 3,76 milhões de quilômetros quadrados de gelo – mais do que a extensão total da Índia.
No mês anterior, houve um aumento significativo nas temperaturas em partes do Ártico, chegando a 20 graus Celsius acima da média.
Mark Serreze, diretor do Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo dos EUA (NSIDC), juntamente com sua equipe, relatou que a extensão do gelo marinho do Ártico atingiu apenas 9,08 milhões de quilômetros quadrados. Esse é o pior registro já observado.
Surpreendentemente, a Antártida, que anteriormente parecia mais resistente aos efeitos do aumento das temperaturas em comparação com o Ártico, também começou a encolher em novembro, alcançando uma baixa recorde para o mês.
O NSIDC informou que, após atingir seu máximo anual, a Antártida diminuiu rapidamente e agora possui 1 milhão de quilômetros quadrados a menos em comparação à sua baixa recorde anterior em 1986.
Além disso, a área atual de gelo é 1,81 milhão de quilômetros quadrados menor do que a média entre 1981 e 2010, totalizando um total de 3,76 milhões de quilômetros quadrados de gelo perdidos dos polos da Terra. Isso equivale aproximadamente à área de duas Indonésias.
Derretimento imprevisto
Esse derretimento alarmante ocorre em um momento em que o gelo marinho do Ártico normalmente deveria começar a se recuperar após as perdas do verão anterior.
Contudo, devido às altas temperaturas no mar e na atmosfera, a recuperação não foi possível.
Mike Serreze, um especialista, descreveu a situação como uma “tripla ameaça”. Isso porque existe um oceano aquecido, um ambiente quente e padrões de vento desfavoráveis, tudo contribuindo para o declínio do gelo no Ártico.
Embora o destino do Ártico tenha sido uma preocupação evidente nos últimos anos, a situação da Antártida tem sido mais desafiadora para os cientistas compreenderem.
Enquanto o gelo marinho no Ártico sofreu um empobrecimento sem precedentes, o derretimento da Antártida foi mais gradual.
No entanto, o desaparecimento de um pedaço de gelo gigante, com um 1 milhão de quilômetros quadrados de gelo no oceano, revela sinais de que a Antártida também está sendo impactada pelas mudanças climáticas.
Um indício disso foi o aparecimento de milhares de lagos azuis na Antártida Oriental em agosto, o que surpreendeu os pesquisadores.
Até então, essa região do continente era considerada relativamente estável em relação ao gelo.
Esse derretimento dos polos amplifica ainda mais o processo de aquecimento, expondo o mar abaixo da camada de gelo a temperaturas cada vez mais altas.
As implicações desses eventos são profundas e preocupantes, reforçando a urgência de lidar com as mudanças climáticas e suas consequências devastadoras para o planeta.
Como consertar?
A redução do gelo na Antártida é um desafio complexo que requer ações em níveis globais e cooperação entre países.
Embora não haja uma solução única e imediata, algumas medidas podem ser tomadas para mitigar o processo de derretimento e preservar o gelo na região.
A principal causa do aquecimento global e derretimento de um pedaço de gelo gigante é a emissão excessiva de gases. Assim, são necessárias políticas e práticas de redução de gases do efeito estufa.
Além disso, é essencial cuidar dos ecossistemas marinhos, para trazer estabilidade no gelo e nas áreas protegidas.
Para isso, é essencial investir em pesquisas científicas, cooperação internacional e acompanhar o comportamento do gelo na Antártida.
Ainda, vale ensinar sobre a conscientização dos impactos das mudanças climáticas. Exemplos como o pedaço de gelo gigante mostra que é essencial para as pessoas conhecerem sobre o assunto.
O combate a essa situação requer cooperação conjunta, mas também estudos que ajudem a entender o que está acontecendo e como alcançamos um desenvolvimento sustentável a nível global.
Fonte: Jornal Ciência
Imagens: Jornal Ciência, Superinteressante
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