História

Varredura 3D revela família romana enterrada coberta por gesso há 1,7 mil anos

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Recentemente, pesquisadores da Universidade de York, em colaboração com o York Museums Trust e o centro de pesquisa Heritage360, realizaram um escaneamento 3D do túmulo de uma antiga família romana rica, que faleceu há aproximadamente 1,7 mil anos. O aspecto peculiar dessa sepultura é que os corpos foram cobertos com gesso líquido antes do enterro.

De acordo com a Revista Galileu, esse túmulo faz parte da coleção do Museu de Yorkshire, localizado na cidade de York, na Inglaterra. O museu possui um total de 16 desses invólucros de gesso.

Normalmente, os romanos enterravam apenas um indivíduo por caixão. No entanto, para esse projeto específico, escolheram uma sepultura divergente contendo uma família completa, composta por dois adultos e uma criança.

Conhecido como “Projeto York”, essa iniciativa utiliza a técnica de escaneamento 3D para analisar e estudar a prática funerária romana de cobrir os corpos com gesso líquido antes do enterro.

Os especialistas ainda não compreendem completamente o motivo pelo qual o gesso era utilizado para cobrir as pessoas vestidas em seus caixões antes do enterro.

Após o endurecimento do material nos caixões, forma-se uma cavidade interna que preserva a posição e os contornos originais dos mortos. Ainda, traz as impressões dos lençóis, roupas e calçados utilizados por eles.

Via UOL

Costumes antigos

Até o momento, os pesquisadores ainda não conseguiram concluir por que e para quem a prática de cobrir os corpos com gesso antes do enterro acontecia na Roma Antiga.

No entanto, parece ser um costume entre as pessoas de status mais elevado na sociedade romana.

Isso ocorre por conta da identificação de traços de resinas aromáticas do Mediterrâneo e da Arábia nas roupas e invólucros dos cadáveres, substâncias que eram acessíveis apenas à elite.

Vale ressaltar que esse costume não aparece em todo o Império Romano Antigo.

Embora apareceram em outros lugares da Europa e no norte da África, é mais comum na região da Grã-Bretanha, onde pelo menos 45 invólucros desse tipo surgiram desde o final do século XIX.

O escaneamento 3D permite avaliar mais sobre tragédias de séculos antes, entendendo não apenas sobre sua vida, mas também os cuidados que tomavam pós-morte. É o que explica Maureen Carroll, professora e chefe de arqueologia romana da Universidade de York.

A varredura também revelou que todos os corpos da família analisada estavam envoltos da cabeça aos pés em mortalhas e tecidos, sendo que laços amarravam a cabeça de um dos adultos e faixas de pano envolviam a criança.

Atualmente, os pesquisadores aguardam um grande financiamento para dar continuidade ao estudo.

Dessa forma, poderá entender as idades, sexos, dietas e origens geográficas dos falecidos, bem como compreender o status social dos tecidos e as razões culturais para o uso do gesso.

Uso do gesso

Via UOL

Atualmente, o uso de gesso é comum nos dias de hoje, mas em contextos diferentes. O gesso é comum na medicina ortopédica para imobilizar fraturas ósseas.

Por exemplo, quando alguém quebra um osso, geralmente se aplica um molde de gesso ao redor da área para manter o osso imóvel durante o processo de cicatrização.

Além disso, o gesso também aparece em aplicações arquitetônicas e de design de interiores. Nas construções, é comum para criar paredes, tetos e elementos decorativos.

Nas áreas de design de interiores e decoração, o gesso aparece na criação de molduras, rosetas, sancas e outros elementos ornamentais.

Contudo, o uso de gesso para cobrir os corpos antes do enterro, como mencionado no contexto da Roma Antiga, não é uma prática comum nos tempos modernos.

Essa medida é específica daquela época e cultura, e não a replicamos atualmente, o que aumenta a curiosidade para entender os povos antigos quanto a isso.

 

Fonte: UOL

Imagens: UOL, UOL

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