Natureza

Você sabe o que está acontecendo na fossa mais profunda do oceano Atlântico?

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Localizada na fronteira entre o Mar do Caribe e o Oceano Atlântico, a Fossa de Porto Rico é a mais profunda do Atlântico, e traz uma anomalia gravitacional que intriga os pesquisadores.

Curiosamente, a superfície do oceano nessa região afunda ligeiramente devido a uma anomalia gravitacional da Terra, mesmo a vários quilômetros de profundidade na fossa.

Isso faz com que objetos caiam mais rápido nessa área do que em qualquer outro lugar do planeta, e pode interferir na navegação dos marinheiros, gerando leituras falsas nos equipamentos de navegação.

Diante disso, surge a pergunta sobre o que causa essa anomalia gravitacional e se há outras anomalias semelhantes em outras partes do mundo. Para responder a essas perguntas, é necessário mergulhar na história da descoberta dessas anomalias gravitacionais.

Como as anomalias da Fossa de Porto Rico foram descobertas?

Via Hipercultura

No ano de 1671, o astrônomo Jean Richter empreendeu uma viagem de Paris à Caiena, na Guiana Francesa, levando consigo um relógio de pêndulo.

Embora o relógio estivesse funcionando corretamente em Paris, Richter percebeu que ele estava perdendo dois minutos e meio por dia em Caiena.

Após ajustar o pêndulo para corrigir o problema, o relógio adiantou dois minutos e meio ao retornar a Paris.

Essa observação despertou a atenção do matemático Christiaan Huygens, que percebeu que a rotação da Terra era o fator subjacente.

Mais tarde, utilizando dados de relógios de pêndulo e da protuberância equatorial de Júpiter, Newton demonstrou que a protuberância equatorial da Terra se deve à força centrífuga causada pela sua rotação.

A gravidade é mais fraca perto do equador do que dos polos, pois o equador está mais distante do centro de massa da Terra.

No entanto, na Fossa de Porto Rico, a gravidade é diferente em relação aos arredores, tornando-a uma anomalia. Existem diversas dessas anomalias espalhadas pelo planeta.

As anomalias de gravidade ocorrem quando um objeto em queda livre acelera a uma taxa diferente da prevista pelos modelos de gravidade para uma determinada localidade.

A Fossa de Porto Rico apresenta a maior anomalia de gravidade negativa do planeta, com uma medida de gravidade de -380 miliGal.

Estudo

Via Globo

Em 1977, o geofísico Peter Molnar realizou uma pesquisa para entender a causa por trás da anomalia de gravidade da Fossa de Porto Rico. Ele levantou a hipótese de que um objeto maciço e denso abaixo da superfície poderia ser a fonte da anomalia. Seria semelhante à forma como a gravidade mais alta nos pólos resulta de estar mais perto do centro de massa da Terra.

Em um artigo publicado no Geophysical Journal International, Molnar explicou que modelos de gravidade anteriores assumiram uma espessura uniforme da crosta terrestre (litosfera). No entanto, não era verdade neste caso. Ele sugeriu que a anomalia provavelmente foi causada por uma grande “aba suspensa” da litosfera atlântica.

De acordo com o estudo de Molnar, “as anomalias de gravidade residual são consistentes com a existência de uma massa densa subcrustal, que poderia ser a placa suspensa da litosfera”.

O total concreto da massa precisou se apoiar em suposições sobre a chamada massa crustal na Fossa de Porto Rico. No entanto, segundo análises da sua parede interna, se as outras suposições estivessem corretas, a massa densa seria alta o bastante para dobrar a superfície para baixo na fossa.

Via Conhecimento Científico

Embora Molnar não tenha sido o primeiro a propor uma massa densa abaixo da crosta como uma possível explicação, sua pesquisa forneceu estimativas da massa e tamanho do objeto responsável pela anomalia gravitacional na Fossa de Porto Rico.

Atualmente, é um dos casos com maior foco de estudos entre pesquisadores, e não existem explicações exatas sobre o fenômeno. Contudo, ele segue acontecendo até os dias atuais.

 

Fonte: Mistérios do Mundo

Imagens: Globo, Conhecimento Científico, Hipercultura

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