Antes de mais nada, se você não sabe, é tudo mentira. TUDO. Do sorriso ao discurso, passando pela roupa imaculada e a postura perfeita. Inclusive, se você acha que a imagem não faz diferença, talvez se surpreenda ao saber que, em pesquisa realizada pela Universidade de Tufts, nos EUA, a primeira impressão é a que fica.
Analisados por um grupo de voluntários, diversos vĂdeos com 2 segundos (apenas) foram mostrados, contendo professores dando aulas. Baseados naquele micro instante, os voluntário precisavam dizer quais pareciam ser melhores ou piores. E surpresa (ou nĂŁo): depois de um semestre, os que haviam recebido a melhor avaliação eram os preferidos de suas turmas, o que mostra que postura, vestimentas e aparĂŞncia na verdade sĂŁo sim diretamente proporcionais ao carisma – já que o conteĂşdo das aulas, que provaria a qualidade ou nĂŁo de seus cursos, nĂŁo foi sequer mencionado na pesquisa.
Outro efeito Ă© o uso das cores: na sua campanha, Barack Obama alternou entre gravatas vermelhas e azuis, que passam a imagem de agressividade e calma, respectivamente. Outro detalhes sĂŁo o aumento das pupilas em imagens de polĂticos, o que passa uma ideia de envolvimento emocional e vivacidade. Se quer saber de alguns outros truques do marketing polĂtico, confira nossa lista:
1) Aperto de mĂŁos
Segundo especialistas, o número exato é 6 balançadas, um tanto mais longo que o comum, justamente para passar uma ideia de que há apreço pela pessoa. Santa falsidade, Batman!
2) A infestação na mente do eleitor
Os jingles sĂŁo uma criação do capiroto, e por isso servem tĂŁo bem aos polĂticos, associados do tinhoso. Isso porque o que as mĂşsicas fazem burla nossa prĂłpria lĂłgica: quando decoramos uma mĂşsica, decoramos sem querer o nĂşmero de um candidato, que, para a maioria das pessoas sem escolha definida, lá na hora da urna pode acabar virando um voto – e geralmente vira.
3) Debates: vocĂŞ acredita neles?
Os debates sĂŁo altamente manipulados, e um dos mais longĂnquos exemplos Ă© do duelo entre os presidenciáveis estadunidenses Richard Nixon e John Kennedy. O primeiro suava facilmente, e por isso pediu a um de seus assessores que aumentasse os nĂveis do ar condicionado. Ja o assessor de Kennedy, esperto, mandou que o aparelho fosse desligado quando Kennedy confrontava Nixon, o que o fez suar e passou uma imagem de insegurança para os milhões de telespectadores acompanhando a cena. Kennedy ganhou, e a margem de votos contou com apenas 100 mil a mais. Será que se ele nĂŁo tivesse suado o resultado teria sido diferente?
4) Ataques pessoais e seus limites
Apesar das rivalidades entre polĂticos serem algo comum, atĂ© chegando ao nĂvel de ofensas, isso tudo serve apenas para gerar atenção. Afinal, quando a briga vai longe demais, acaba dando errado. Foi o caso do republicano estadunidense Carl Paladino, que, em 2010, mandou cartas a 200 mil eleitores com fotos dos outros candidatos, aromatizadas com lixo (?!), com os dizeres “há algo fedendo aqui”. Os eleitores nĂŁo gostaram da brincadeira estranha, e Paladino perdeu a eleição.
5) Humildade conta votos
Seja pra parecer alguĂ©m que conquistou a vida para os ricos, ou um pobre que teve sorte, mostrar candidatos como humildes e “do povĂŁo” Ă© talvez a forma de marketing mais banal que existe, chegando ao ridĂculo de polĂticos irem para comunidades carentes apenas para serem fotografos segurando bebĂŞs e dando as mĂŁos para desconhecidos.
Jânio Quadros plantava caspa falsa em suas roupas. FHC comeu buchada de bode e andou de jegue. NĂŁo vou nem tocar no nome “Marina Silva”. Mas quem ganha a disputa Ă© o estadunidense (de novo) Neel Kashkari, do partido republicano da CalifĂłrnia, que se sujeitou a viver como um mendigo por uma semana, procurando empregos, lavando pratos e o chĂŁo, mas continuando desempregado. Nada demais, se ele nĂŁo fosse um milionário na vida real – que, como todo milionário, nĂŁo conseguiria viver de serviços gerais no mundo real! Infelizmente, no caso dele, isso acabou afetando negativamente a campanha, apesar de ainda nĂŁo haver resultado de vitĂłria ou derrota.
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